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Friday, March 31, 2023

É só querer? Como a genética interfere na definição do corpo? - VivaBem

Até que ponto os genes interferem no seu "shape"? A resposta a essa pergunta de milhões irá deixá-lo otimista: apenas 30% do que acontece no organismo é determinado geneticamente, explica a nutricionista Fabiana Fontes, da clínica Reviva, de Salvador (BA).

O percentual aproximado vale para seu desempenho nos treinos e também para a resposta do seu corpo à reeducação alimentar. Em outras palavras, embora existam "privilegiados" com mais facilidade para perder gordura em excesso ou ganhar massa muscular, há luz no fim do túnel para os meros mortais.

Existe o "gene do emagrecimento" ou do "ganho de músculo"?

O geneticista Gabriel Adelman Cipolla, professor da UFPR (Universidade Federal do Paraná), explica que não. Há raras situações em que traços do corpo são determinados por um só gene (também chamado de alelo), como ocorre na obesidade monogênica. Geralmente, dezenas, centenas e até milhares deles atuam juntos produzindo enzimas e moléculas que ajudam o organismo a perder gordura ou ganhar massa muscular.

A questão é que as pessoas têm diferentes combinações das várias versões de um gene envolvido, por exemplo, na mobilização de gordura de reserva para queima. Isso não quer dizer que o seu conjunto de genes engajados no ganho de massa magra também seja menos eficiente. Ganho de massa magra e perda de peso são processos distintos, geridos por combinações gênicas diferentes.

Seu "tipo" de músculo também interfere

Há ainda outro fator de origem genética que pode interferir no seu desempenho físico: a configuração muscular. As fibras musculares humanas podem ser de três formas: as do tipo 1 tendem a se contrair mais lentamente; as do tipo 2a têm velocidade de contração média; e as do tipo 2x, velocidade de contração rápida.

Todo mundo tem os três tipos em seus músculos, mas há sempre uma ou outra que predomina, o que é geneticamente determinado como também influenciado pelo regime de treinamento e modalidade de atividade física, diz o professor.

Pode haver, então, uma relação entre seu perfil genético de fibras musculares e as suas facilidades (ou dificuldades) para ter um corpo definido. Quem possui mais fibras do tipo 1 tende a ir melhor em atividades de resistência e longa duração, como a maratona, podendo ter mais facilidade para queimar gordura. No outro extremo, os que apresentam mais fibras do tipo 2x podem ir melhor em exercícios de rápida contração, como a musculação, estando mais propensos ao ganho de massa magra.

Como saber qual é a sua

Então, você se pergunta: "como saber se a minha genética favorece o ganho de massa ou o ganho de peso?". A educadora física Keith Mary Sato Urbinati, professora da PUCPR, explica que já existem vários testes capazes de identificar condições crônicas geneticamente determinadas ou de descobrir combinações de genes favoráveis ao manejo da força, velocidade e aptidão aeróbica.

Mas aí entram dois problemas: o primeiro é que a ciência ainda não conhece todos os genes envolvidos no ganho ou na perda de massa magra ou gordura, diz o geneticista. Em segundo lugar, como os fatores ambientais são mais determinantes do que os genes quando o assunto é ter um corpo definido, é mais eficaz observar como seu organismo reage a padrões alimentares e atividades físicas do que se ater fielmente às particularidades do seu DNA, segundo Cipolla.

Cada organismo é único, mas Fontes traz uma comparação aproximada de ganho de massa muscular entre uma pessoa que obtém músculo com mais facilidade e outra que demora um pouco mais para definir o "shape": alguns atletas já conseguem ver bons resultados em quatro meses de atividades e dieta balanceada, outros só vão notar diferença após um semestre.

É por isso que, se investir tempo e dinheiro em uma dieta equilibrada e exercícios físicos regulares e adequados ao seu propósito, é possível até que uma pessoa com dificuldade em definir o corpo supere alguém com grupos de genes favoráveis a esse aspecto, mas que leva uma vida sedentária e não se alimenta bem.

A educadora física lembra, entretanto, que a história muda quando se trata de atletas profissionais, que almejam disputas grandes. Um indivíduo que não tenha uma configuração genética favorável ao ganho de massa muscular dificilmente será um campeão mundial de fisiculturismo, por exemplo. "Ainda assim, poderá ter sucesso em competições menores, com treinamento, dieta e controle psicológico adequado", salienta Urbinati.

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Thursday, March 30, 2023

Obesidade: tratamento promete resultado de bariátrica, mas sem cirurgia - VivaBem

Um novo tratamento para a obesidade promete os resultados de uma bariátrica, sem a cirurgia, além de eliminar efeitos indesejáveis que outros medicamentos podem causar, como náusea e vômito. Os pesquisadores apresentaram o estudo nesta quarta-feira (29), durante evento da American Chemical Society (Sociedade Química Americana).

Como o estudo foi feito

  • Os autores criaram uma molécula chamada de GEP44 e aplicaram em ratos com obesidade --portanto, o estudo ainda está em fase pré-clínica e não foi realizado com humanos.
  • Os animais foram acompanhados por 16 dias.
  • O GEP44 atua de forma semelhante ao PYY (hormônio produzido naturalmente no intestino, dando a sensação de saciedade) e ao GLP 1 (responsável por reduzir o nível de glicose no sangue, melhorando a sensibilidade à insulina e atuando na redução do consumo dos alimentos).

Quais foram os resultados nos ratos

  • Eles comeram até 80% menos do que normalmente consumiam.
  • Depois de 16 dias, os roedores perderam uma média de 12% de seu peso.
  • Os ratos do grupo que usou GEP44 apresentaram um resultado três vezes melhor em relação ao grupo tratado com liraglutida --conhecidos como agonistas do receptor GLP 1 (por ser parecido com o hormônio GLP 1, exerce seu efeito no receptor).
  • Ainda em comparação com a liraglutida, o GEP44 --também testado em musaranhos, um mamífero que, ao contrário dos ratos, é capaz de vomitar-- não causou náusea ou vômito, o que pode ocorrer com outros medicamentos para obesidade ou diabetes.

Por muito tempo, não pensamos que seria possível separar a redução de peso de náuseas e vômitos, pois eles estão ligados exatamente na mesma região do cérebro. Robert Doyle, autor principal do estudo

Outros achados

  • O GEP44 tem uma meia-vida no corpo de cerca de 1 hora, mas os cientistas criaram uma meia-vida mais longa. Com isso, uma possível medicação como essa poderia resultar em aplicações semanais (uma ou duas), e não várias vezes ao dia, como ocorre com outras medicações.
  • Os ratos também conseguem manter a perda de peso mesmo após o término do tratamento --evitando o "efeito sanfona" ou "rebote".
  • A molécula reduz o açúcar no sangue puxando a glicose para o tecido muscular, sendo usada como combustível, e convertendo células do pâncreas em células produtoras de insulina, ajudando a substituir as que foram danificadas pelo diabetes.
  • E há ainda outro benefício: o GEP44 diminui o desejo por opioides, como o fentanil, em ratos. Se isso também funcionar em humanos, explica o autor, pode ajudar as pessoas dependentes a abandonar a droga.

Os pesquisadores planejam, agora, testar a molécula em primatas, além de avaliar todos os efeitos no corpo, principalmente no cérebro.

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Wednesday, March 29, 2023

'Rosto de Ozempic': por que termo que trata da face magra e 'caída' de quem emagrece é equivocado - G1

Indicado no tratamento contra diabetes tipo 2, o remédio tem sido usado por quem quer emagrecer — Foto: Novo Nordisk/Reprodução

Indicado no tratamento contra diabetes tipo 2, o remédio tem sido usado por quem quer emagrecer — Foto: Novo Nordisk/Reprodução

A expressão "Ozempic face" (“rosto de Ozempic” na tradução livre) se refere às pessoas cujo rosto ficou com aspecto flácido e "caído" após uma perda de peso rápida usando remédios, como o Ozempic, mais conhecido, e o Wegovy.

No entanto, o termo, que se popularizou nas redes sociais, deve ser evitado, segundo especialistas.

📣 O motivo é que a expressão é:

  • Imprecisa: ela não é um termo médico oficial.
  • Discriminatória: reforça estigmas e preconceito cultural em relação à obesidade.

Em um artigo publicado no site da Mayo Clinic, uma organização americana sem fins lucrativos, a endocrinologista Aoife Egan, especializada em diabetes e controle de peso, é taxativa: "jogue essa expressão fora".

Para ela, além de não ser um termo médico, é mais um exemplo de preconceito em relação ao assunto "peso" surgido em uma sociedade que prioriza as aparências.

Em primeiro lugar, acredito que a expressão joga luz sobre importantes condições que estamos tratando, como diabetes e obesidade. Em segundo lugar, sinto que apenas adiciona mais uma camada de estigma e discriminação que são associados ao diagnóstico de obesidade.
— Aoife Egan, endocrinologista especializada em diabetes e controle de peso

💉 Contexto: Indicado, na verdade, para tratar diabetes tipo 2, o Ozempic é um medicamento injetável (por meio de uma caneta aplicadora) que tem como princípio ativo a semaglutida.

Como ele age suprimindo o apetite, um de seus efeitos colaterais é a perda de peso. Diante disso, acabou se transformando em uma solução rápida para pessoas que, mesmo sem diabetes, recorrem ao medicamento para emagrecer por conta própria. Leia sobre os riscos aqui.

Outro remédio à base de semaglutida é o Wegovy. Ambos são fabricados pela Novo Nordisk. No entanto, ao contrário do Ozempic, a sua indicação em bula é para obesidade, em uma dosagem diferente.

Os remédios são aplicados por meio de canetas com uma agulha na ponta — Foto: Reprodução

Os remédios são aplicados por meio de canetas com uma agulha na ponta — Foto: Reprodução

❗ Efeito no rosto: O que acontece ao usar esses remédios é que, com a perda de peso rápida, também diminui a camada de gordura abaixo da pele que dá sustentação às estruturas da face. Também pode haver perda de colágeno, o que deixa a pele mais flácida e aparentando ter mais rugas.

"Sempre que se perde peso de forma importante (e, em especial, de forma mais veloz) perde-se também parte da gordura facial. Que é a gordura que dá sustentação a nossa pele do rosto. Com isso, podemos sim adquirir uma 'fascies' mais característica. Mas daí a atribuir isso ao medicamento são outros quinhentos…", explicou o endocrinologista Roberto Zagury em uma publicação em rede social.

G1 Explica: semaglutida - os remédios para emagrecer usados por famosos

G1 Explica: semaglutida - os remédios para emagrecer usados por famosos

Popularização dos remédios para emagrecer

Os remédios viraram febre entre anônimos e celebridades, como o dono do Twitter, Elon Musk, que contou que fez uso do Wegovy.

Tuíte de Musk sobre o Wegovy, em outubro de 2022. — Foto: Twitter/Reprodução

Tuíte de Musk sobre o Wegovy, em outubro de 2022. — Foto: Twitter/Reprodução

Na internet, vídeos e postagens dando dicas sobre o uso medicamento, mesmo sem indicação médica, acumulam milhões de visualizações e compartilhamentos.

Cultura do emagrecimento

Em entrevista ao podcast "O Assunto" no episódio "Ozempic - a caneta do emagrecimento", a nutricionista Sophie Deram também questiona a cultura do emagrecimento. Ela coordena o projeto sobre genética dos transtornos alimentares no Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP).

Ela diz, por exemplo, que a desnutrição é efeito colateral padrão de dietas restritivas. “Será que perder peso é um ganho para a saúde?”, pergunta.

Em nota conjunta, a Associação Brasileira para o estudo da Obesidade (ABESO) e da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) ressaltam que a obesidade é "uma doença crônica, complexa, multicausal e de difícil tratamento" e que remédios só devem ser usados com indicação médica.

"O mau uso, uso estético ou inadequado de medicações antiobesidade, além de expor pessoas a risco sem indicação de uso, aumenta o estigma do tratamento de quem já sofre com diversos preconceitos em nossa sociedade", afirmam as entidades.

O que diz a fabricante

Em nota, a farmacêutica Novo Nordisk, que produz os medicamentos, ressalta que "não endossa ou apoia a promoção de informações de caráter off label, ou seja, em desacordo com a bula de seus produtos".

Sobre o Ozempic, indicado para tratar diabetes, a fabricante diz que essas alterações faciais não representam "uma preocupação de segurança ou um efeito colateral resultante do uso de semaglutida injetável, com posologia semanal, para o tratamento do diabetes tipo 2".

Por essa razão, esclarece que os dados "não mostraram essas alterações faciais como um evento adverso com Ozempic e, portanto, não estão listadas como possíveis efeitos colaterais nas informações de prescrição do produto".

Embora reconheça que alguns profissionais de saúde possam estar prescrevendo Ozempic para pacientes cujo objetivo é perder peso, a farmacêutica reforça novamente que não promove, sugere ou encoraja o uso off-label de seus medicamentos.

A Novo Nordisk menciona ainda que, em entrevista ao The New York Times, o médico Rocio Salas-Whalen ressalta que perder peso rapidamente pode afetar a pele do rosto, mas que outros fatores, como idade, genética, níveis de estrogênio e porcentagem de perda de peso, podem contribuir para rugas e flacidez da pele.

Outro estudo citado pela farmacêutica afirma que o tratamento impacta não apenas na diminuição significativa de peso e IMC, mas também "influencia significativamente a distribuição de gordura".

E destaca ainda que, atualmente, não "há estudos conhecidos ou em andamento avaliando o efeito da semaglutida na gordura facial, portanto, uma correlação direta entre os dois não pode ser estabelecida".

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Novo tratamento para obesidade reduz 'drasticamente' o peso, sem cirurgia nem efeitos colaterais - R7

Resumindo a Notícia

Um estudo apresentado nesta quarta-feira (29) na reunião de primavera da Sociedade Americana de Química (ACS, na sigla em inglês) pode representar um dos principais avanços recentes no tratamento da obesidade. Cientistas descobriram um método para promover o emagrecimento semelhante ao de uma cirurgia bariátrica apenas com medicamentos e sem efeitos colaterais.

Sabe-se que pacientes que são submetidos a uma cirurgia bariátrica têm alterações, nos meses seguintes, nos níveis de secreção intestinal de certos hormônios que sinalizam a saciedade,  reduzem o apetite e normalizam o açúcar no sangue, como o peptídeo-1, semelhante ao glucagon (GLP-1), e peptídeo YY (PYY).

Medicamentos usados hoje imitam o GLP-1 no cérebro e no pâncreas; alguns deles, como a semaglutida e a liraglutida, ganharam fama por ajudar na perda de peso.

Entretanto, essas drogas costumam ter alguns efeitos colaterais desagradáveis, principalmente gastrointestinais, o que faz com que muitos pacientes desistam do tratamento ainda no primeiro ano.

"Dentro de um ano, de 80% a 90% das pessoas que começam a usar essas drogas não estão mais tomando", afirma o pesquisador Robert Doyle, da Syracuse University, um dos autores do estudo.

Juntamente com Christian Roth, o Seattle Children's Research Institute, a equipe de Doyle criou tratamentos que interagissem com mais de um tipo de receptor de hormônio intestinal.

Eles criaram um peptídeo que ativa dois receptores para PYY, além do GLP-1. A substância foi batizada de GEP44.

Nos primeiros estudos em camundongos, o GEP44 fez com que os animais obesos comessem até 80% menos do que normalmente comiam. 

Após 16 dias, eles haviam perdido 12% do seu peso, três vezes mais do que os ratos que haviam sido tratados com liraglutida. Isso deixou evidente, na avaliação dos pesquisadores, o potencial da substância para reduzir "drasticamente" o peso corporal. 

Os autores ainda observaram que, ao contrário dos que receberam a liraglutida, os que tomaram GEP44 não apresentaram sinais de náusea nem vômito.

"Durante muito tempo, não pensávamos que fosse possível separar a redução de peso de náuseas e vômitos, porque eles estão ligados exatamente à mesma parte do cérebro", comemora Doyle.

Eles atribuem a perda de peso dos ratos não apenas à diminuição da alimentação, mas a um maior gasto de energia, pelo aumento dos movimentos, da frequência cardíaca ou da temperatura corporal.

Ainda há muitos desafios pela frente. O GEP44 tem uma meia-vida curta, de apenas uma hora, mas o grupo já trabalhou em uma versão que dura mais tempo no organismo, que poderia ser injetada uma ou duas vezes na semana.

Outro ponto positivo é que os ratos tratados com o peptídeo experimental se mantiveram magros mesmo quando já não recebiam mais as injeções. Houve também redução dos níveis de açúcar no sangue.

O próximo passo é testar o GEP44, já patenteado, em primatas.

Emagrecimento rápido? Mitos e verdades sobre o jejum intermitente

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Novo tratamento para obesidade reduz 'drasticamente' o peso, sem cirurgia nem efeitos colaterais - R7
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Dengue: saiba como evitar, quais os sintomas, cuidados e tratamento - G1

Dengue: veja sintomas, cuidados, tratamento e como evitar a doença

Dengue: veja sintomas, cuidados, tratamento e como evitar a doença

Os números da chikungunya também não dos melhores. Segundo o Ministério da Saúde, 53 mil casos prováveis foram registrados este ano. A taxa representa um aumento de 98% em relação ao número de casos no mesmo período de 2022.

Esses índices preocupam o Ministério da Saúde, que já vê uma situação de epidemia em alguns estados, com tendência de aumento nas próximas semanas da transmissão dessas duas doenças, que têm em comum o fato de serem causadas por vírus transmitidos por um mosquito, no caso o Aedes aegypti.Nesta reportagem você vai entender o seguinte (clique nos links para acessar diretamente o contéudo):

O que é a dengue

O vírus da dengue é transmitido pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti e possui quatro sorotipos diferentes: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4 - todos podem causar as diferentes formas da doença.

Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença, porém as pessoas mais velhas e aquelas que possuem doenças crônicas, como diabetes e hipertensão arterial, têm maior risco de evoluir para casos graves e outras complicações que podem levar à morte.

No vídeo abaixo, a infectologista Rosana Richtmann explica os tipos de dengue:

Dengue: infectologista explica os quatro tipos da doença

Dengue: infectologista explica os quatro tipos da doença

Principais sintomas

  • Febre alta > 38°C
  • Dor no corpo e articulações
  • Dor atrás dos olhos
  • Mal estar
  • Falta de apetite
  • Dor de cabeça
  • Manchas vermelhas no corpo

A infecção também pode ser assintomática ou apresentar quadro leve. A forma grave da doença inclui dor abdominal intensa e contínua, náuseas, vômitos persistentes e sangramento de mucosas.

"A maioria das pessoas tem a forma clássica da doença. Uma pequena porcentagem é que tem a forma grave, que pode levar à dengue hemorrágica", explicou a infectologista Rosana Richtmann.
Sintomas dengue — Foto: Arte/TV Globo

Sintomas dengue — Foto: Arte/TV Globo

Segundo o Ministério da Saúde, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (>38°C), de início abrupto, que geralmente dura de 2 a 7 dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, além de prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, e manchas vermelhas na pele. Também podem acontecer erupções e coceira na pele.

Ao apresentar os sintomas, é importante procurar um serviço de saúde para diagnóstico e tratamento adequados.

Já a dengue hemorrágica tem sintomas mais graves. Ela é mais forte e mais comum quando a pessoa contrai a doença pela segunda vez. Além dos sintomas clássicos, pode haver dor de estômago, boca seca, manchas pelo corpo, sangue nas mucosas, nos olhos, na urina ou nas fezes.

Mosquito Aedes aegypti é responsável por transmitir a dengue. — Foto: Reprdoução/EPTV

Mosquito Aedes aegypti é responsável por transmitir a dengue. — Foto: Reprdoução/EPTV

Tratamento

Não existe um medicamento específico para a doença. A medicação serve basicamente para aliviar as dores.

A hidratação do paciente é parte importante do tratamento, pois a dengue é uma doença que faz a pessoa perder muito líquido. Por isso, é preciso beber muita água, suco, água de coco ou isotônicos.

(VÍDEO: Bem Estar explica por que beber muita água é importante em caso de suspeita de dengue.)

Beber muita água é importante em caso de suspeita de dengue

Beber muita água é importante em caso de suspeita de dengue

Isso ajuda a evitar o risco de choque hipovolêmico e até mesmo um quadro mais sério, como a morte. Se o médico observa no hospital que o paciente não vai conseguir beber a quantidade adequada de água por algum motivo, ele deve colocar o soro fisiológico imediatamente para ajudar e evitar a desidratação.

Bebidas alcoólicas, diuréticas ou gaseificadas, como refrigerantes, devem ser evitadas.

Como evitar a dengue?

Evite qualquer reservatório de água parada sem proteção em casa. O mosquito pode usar como criadouros grandes espaços, como caixas d'água e piscinas abertas, até pequenos objetos, como tampas de garrafa e vasos de planta.

Coloque areia no prato das plantas ou troque a água uma vez por semana. Mas não basta esvaziar o recipiente. É preciso esfregá-lo, para retirar os ovos do mosquito depositados na superfície da parede interna, pouco acima do nível da água. O mesmo vale para qualquer recipiente com água.

(VÍDEO: Bem Estar mostra mitos e verdades sobre a dengue.)

Bem Estar mostra mitos e verdades sobre a dengue

Bem Estar mostra mitos e verdades sobre a dengue

Pneus velhos devem ser furados e guardados com cobertura ou recolhidos pela limpeza pública. Garrafas pet e outros recipientes vazios também devem ser entregues à limpeza pública. Vasos e baldes vazios devem ser colocados de boca para baixo. Limpe diariamente as cubas de bebedouros de água mineral e de água comum. Seque as áreas que acumulem águas de chuva. Tampe as caixas d’água.

Existe vacina contra a dengue?

Mesmo com pesquisas há décadas, ainda não temos uma vacina eficiente como vimos para a Covid-19. Somente um imunizante está disponível no Brasil, mas apenas no mercado privado e com restrições de uso, a Dengvaxia.

O imunizante não é recomendada para quem nunca entrou em contato com o vírus da dengue. Essa é uma recomendação reforçada pela Anvisa e pela Organização Mundial de Saúde.

A Dengvaxia não é recomendada para quem nunca entrou em contato com o vírus da dengue. — Foto: Yuri Cortez/AFP

A Dengvaxia não é recomendada para quem nunca entrou em contato com o vírus da dengue. — Foto: Yuri Cortez/AFP

Isso ocorre porque estudos da própria fabricante indicaram que esses indivíduos soronegativos que tomaram a vacina apresentaram, em longo prazo, mais casos da forma grave da dengue, após uma infecção pela doença.

Assim, a vacina é indicada para indivíduos de 9 a 45 anos com infecção prévia por dengue e seu esquema de administração consiste em três doses, que devem ser intercaladas num intervalo de 6 meses.

(VÍDEO: Número de casos dengue cresce no interior de Goiás e deixa unidades de saúde cheias.)

Número de casos dengue cresce no interior de Goiás e deixa unidades de saúde cheias

Número de casos dengue cresce no interior de Goiás e deixa unidades de saúde cheias

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MS antecipa e libera vacinação contra gripe - Campo Grande News

Chegada do outono e aumento do número de casos no Estado forçaram antecipação

Campanha de vacinação contra gripe começa oficialmente no dia 10 de abril. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)
Campanha de vacinação contra gripe começa oficialmente no dia 10 de abril. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

Mato Grosso do Sul liberou nesta terça-feira (28) o início da vacinação contra influenza, mais conhecida como gripe A. Ao todo, 38 municípios já receberam o imunizante, conforme informou a SES (Secretaria de Estado de Saúde). A 25ª Campanha Nacional de Vacinação começa oficialmente no dia 10 de abril, mas todas as 79 cidades do Estado já estão autorizadas a distribuir as doses. Mesmo assim, a SES não informou como será o calendário em cada uma delas.

Em Campo Grande, a vacinação deve ter início apenas no dia 10 de abril. A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) explicou ao Campo Grande News que a cidade deve seguir o calendário feito pelo Ministério da Saúde. Este ano, os imunizantes poderão ser aplicados em todos os públicos.

O motivo da alteração, segundo Ana Paula Rezende de Oliveira Goldfinger, coordenadora estadual de Vigilância Epidemiológica da SES, é a chegada do outono, período mais seco e com aparecimento mais expressivos de doenças respiratórias, como gripes, e também devido ao aumento de casos no Estado.

“Nós já estamos realizando a entrega desta primeira remessa de 92 mil doses. Aqueles que ainda não fizeram a retirada da vacina podem procurar a Ceve (Coordenadoria Estadual de Vigilância Epidemiológica) para fazer a retirada do imunizante até a próxima sexta-feira (31)”.

Vacina - A influenza é uma infecção viral aguda, que afeta o sistema respiratório e é de alta transmissibilidade. A vacinação contra a influenza foi incorporada no Programa Nacional de Imunizações (PNI) em 1999, para reduzir internações, complicações e óbitos.

A imunização minimiza a carga e prevê o surgimento de complicações decorrentes da doença, reduz os sintomas nos grupos prioritários, além de diminuir a sobrecarga sobre os serviços de saúde. Os sintomas podem ser confundidos com os da covid-19.

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Monday, March 27, 2023

Médicos negacionistas vendem 'reversão' e 'detox vacinal' pelo WhatsApp - TAB

O telefone comercial do médico Marcos Falcão enumera os serviços oferecidos pelo profissional: "Tratamento precoce, tratamento pós-Covid, tratamento Covid, solicitação de exames".

A reportagem do TAB entrou em contato com o alagoano por WhatsApp, para questionar como funciona o procedimento e simular uma consulta, após acessar grupos antivacina pelo Telegram, além do grupo "Médicos pela Vida", conhecido por defender o chamado tratamento precoce e por semear dúvidas sobre a eficácia das vacinas contra a covid-19.

"É online, por meio de mensagens e áudios. Havendo necessidade, o doutor faz ligações." É assim que ocorrem as consultas virtuais com o médico, que realiza um suposto "detox vacinal" ao preço de R$ 470.

Na consulta com a reportagem, Falcão receitou medicamentos como ivermectina "para retirar a proteína spike" — o encaixe químico usado pelo vírus para infectar as células humanas — vitaminas, anti-inflamatórios e uso de "aspirina 100 mg por dia pelo resto da vida", além de diversos exames para realizar uma desintoxicação dos "efeitos nocivos da vacina".

Conversa com médicos negacionistas - Reprodução/WhatsApp - Reprodução/WhatsApp
Imagem: Reprodução/WhatsApp

Medicina política

Falcão se identifica como "Cidadão livre para dar minhas opiniões" no Instagram. Com um canal no YouTube com mais de 287 mil inscritos, posta vídeos com críticas ao atual governo e em apoio ao ex-presidente. Seu perfil soma mais de 72 mil seguidores.

O contato comercial divulgado na página também anuncia que o médico assina atestados que isentam a vacinação contra a covid-19.

Pelo WhatsApp, é passada uma lista de doenças e condições que livram o paciente de se imunizar. Quando é dito que o paciente em questão não tem nenhuma dessas doenças, o contato responde que o médico consegue o atestado, sim. "O doutor passa alguns exames."

Ao fim da conversa por aplicativo, após fornecer as receitas e os pedidos de exame, o médico informa que o tratamento tem duração de quatro semanas. O cliente deve entrar em contato para informar quais foram as melhoras e os sintomas para que se façam ajustes.

A reportagem tentou confirmar estas informações sobre o tratamento com Marcos Falcão após a consulta, por WhatsApp. Ele não quis conversar. Afirmou que aquilo era "mau uso da profissão" e alegou quebra de sigilo médico-paciente (na realidade, a condição salvaguarda as informações do paciente, não o contrário).

Segundo uma publicação no site do Ministério Público do Paraná, "mesmo a prescrição de substâncias inócuas (como um simples copo de água, por exemplo), que por si só não causam nenhum dano", pode configurar prática de curandeirismo e ser enquadrada como crime, pelo artigo 284.

Segundo o CFM (Conselho Federal de Medicina), a comunicação entre médicos e pacientes pelo WhatsApp não pode ser enquadrada como telemedicina (prática regulamentada) ou um espaço para consultas. O aplicativo deve ser usado apenas para tirar eventuais dúvidas e manter contato.

A respeito da prática de "detox vacinal", o Conselho afirmou em nota: "Para manter sua isenção, o CFM não comenta preliminarmente casos concretos. Qualquer denúncia contra médicos deve ser direcionada inicialmente ao CRM do estado onde aconteceu o episódio para obter outras informações".

30.09.2021 - Manifestantes antivacina protestam em frente ao teatro Ouro Verde, em Londrina (PR) - Isaac Fontana/FramePhoto/Folhapress - Isaac Fontana/FramePhoto/Folhapress

30.09.2021 - Manifestantes antivacina protestam em frente ao teatro Ouro Verde, em Londrina (PR)

Imagem: Isaac Fontana/FramePhoto/Folhapress

Um entre tantos

Entre os médicos citados nesses grupos está Maria Emilia Gadelha Serra. Otorrinolaringologista pela USP e fundadora da Aboz (Associação Brasileira de Ozonioterapia), ela cobra, em sua clínica num bairro de alto padrão em São Paulo, R$ 1,8 mil para realizar uma "terapia de reversão vacinal", afirmando anular supostos "efeitos adversos" — as reações comuns à própria vacina, como dor muscular —, segundo apuração do podcast "Ciência Suja", em parceria com o Instituto Questão de Ciência. Seu perfil comercial também divulga a oferta da terapia no grupo, mas o CFM não autoriza a prática de ozonioterapia no Brasil.

A reportagem do TAB tentou conversar com Maria Emilia pelo contato comercial via WhatsApp ao longo da última semana, mas não houve resposta. Também enviou e-mail para o consultório, ainda sem resposta. Em caso de manifestação, o texto será atualizado.

Maria Emilia é uma das principais vozes do movimento antivax no país e ganhou projeção em 2014, combatendo a vacina contra o HPV. Em 2022, saiu candidata a deputada federal por São Paulo pelo PRTB, mas não foi eleita.

Segundo o advogado e especialista em Direitos do Paciente Luciano Brandão, qualquer médico tem autonomia para prescrever o tratamento que entende mais adequado (mesmo que se trate de uma prescrição "off label", ou seja, que não segue as indicações de eficácia comprovada para aquele fármaco), desde que não se trate de procedimento proibido ou considerado experimental pelo CFM ou pela Anvisa.

"É obrigação do médico informar o paciente detalhadamente sobre as características e riscos do tratamento, bem como assumir a responsabilidade por eventuais efeitos adversos decorrentes de sua prescrição. O paciente que eventualmente sofrer danos ou se sentir lesado por uma prescrição sem embasamento científico pode questionar a responsabilidade do médico tanto na esfera judicial como na esfera ético-profissional pelo seu CRM", reitera Brandão.

Outro nome que desponta em referências no Telegram é o do neurocientista José Augusto Nasser, que vende um curso chamado "Detox Covid-19", em que ensina a "clareza dos métodos detox contra as substâncias tóxicas das vacinas e da COVID-19 a partir de informações com base científicas e validadas por estudos médicos", pelo preço de R$ 497.

Conversa de Telegram sobre detox vacinal - Reprodução/Telegram - Reprodução/Telegram

Conversa de Telegram sobre detox vacinal

Imagem: Reprodução/Telegram

Em grupos de Telegram também é compartilhado seu "protocolo pós-vacina para desintoxicação" (entre os "elementos nocivos" citados estão a proteína spike e "metais pesados"; não há metal pesado em vacinas), que incluiu ivermectina, chás, vitaminas e zeólita, um suplemento mineral proibido pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Em conversa pelo WhatsApp comercial do médico, foi dito: "As consultas são online e custam R$ 800. A consulta será feita por videochamada no WhatsApp pelo Dr. Nasser".

Questionado pelo TAB sobre a oferta de desintoxicação vacinal, José Augusto Nasser diz que os pacientes que o procuram apresentam inúmeros sintomas, "principalmente na área cardiovascular e neurológica", e que os tratamentos são feitos baseados em suplementações vitamínicas e, se necessário, medicamentos, além de tratamento de covid longa. O médico também afirma que fornecer mais informações violariam o sigilo médico.

"Você inventa um problema para vender a solução", diz a microbióloga Natalia Pasternak, presidente do Instituto Questão de Ciência. "A desinformação pode estar relacionada a produtos, seja um livro, um DVD, uma newsletter ou um estilo de vida natural que vai te livrar dos 'males da vacina'."

Segundo Natalia, o sentimento antivax surgiu primeiramente entre grupos que buscavam um estilo de vida mais natural, adeptos do consumo de produtos orgânicos e práticas que se denominam integrativas ou alternativas. Mas o conceito de "natural" — que por muito tempo esteve ligado a uma visão contracultural mais à esquerda, mas sempre "antissistema" — vem sendo cada vez mais abraçado por grupos de extrema direita, aliado à ideia de liberdade e do Estado mínimo.

Outro nome citado em grupos de Telegram é o do "especialista em tecnologias biofísicas aplicadas à saúde" Ednir Nascimento, que realiza "tratamento de desintoxicação através da biorressonância". Segundo ele, "a vacina tem frequência. Eu uso uma frequência que anula seus efeitos deletérios". São de 5 a 10 sessões que custam de R$ 80 a R$ 100 cada uma. A consulta para diagnóstico é de R$ 300 e não há restrição de idade.

O pediatra infectologista e vice-presidente da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), Renato Kfouri, esclarece que "não é possível reverter uma resposta imune". "Qualquer terapia ou procedimento nesse sentido é charlatanismo."

Uma secretária de Ednir Nascimento, assim como o próprio médico, confirmaram a oferta de biorressonância e os procedimentos. Quando a reportagem tentou contato dias depois, não houve mais resposta para esclarecimentos.

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Médicos negacionistas vendem 'reversão' e 'detox vacinal' pelo WhatsApp - TAB
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Alimentação saudável faz bem para o cérebro: veja o que incluir no cardápio - VivaBem

Uma dieta saudável vai além do emagrecimento ou do controle do peso, você sabe. Também é essencial para reduzir o risco de doenças e o bom funcionamento do organismo em geral, incluindo o cérebro.

Confira o que incluir no seu cardápio para melhorar a memória, o raciocínio e outras funções de sua mente:

Sardinha, salmão, atum Esses peixes têm ômega 3, "gordura boa" que ajuda a proteger a membrana celular dos neurônios, deixando-os intactos por mais tempo. Em sua coluna no VivaBem, a nutricionista Verônica Laino recomenda o consumo do nutriente, também presente no azeite e na linhaça, pelo menos três vezes por semana.

Brócolis, couve, espinafre Vegetais verde-escuros são ricos em antioxidantes que estimulam o sistema nervoso a formar novas ligações entre suas células, ação que melhora o raciocínio e preserva a memória. O ideal é consumir esses alimentos diariamente, mas não precisa ser em todas as refeições.

Ovos e carne A vitamina B12, presente em alimentos de origem animal, é muito importante para o metabolismo celular dos neurônios. Quem tem déficit cognitivo pode ter uma baixa absorção desse nutriente e, por isso, é importante incluí-lo no cardápio diário.

Cacau Rico em flavonoides e antioxidantes que melhoram a cognição, o cacau ainda pode reduzir os sintomas de tristeza, já que aumenta a produção de serotonina. O ideal é consumir o cacau 100%, em pó, mas comer chocolate também vale, desde que seja um pedaço pequeno e com mais de 70% de cacau na composição.

Quer receber gratuitamente em seu email dicas de alimentação saudável e perda de peso? Cadastre-se na newsletter de VivaBem e leia conteúdos como esse todas as segundas, quartas e sextas-feiras. Aos sábados, quem é assinante UOL recebe 5 menus exclusivos de Cardápios para Emagrecer, programa para perda de peso saudável, lista de compra com os ingredientes da dieta e receita. Veja os cardápios desta semana:

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Modelo ignora endometriose e perde 20 cm do intestino em cirurgia - VivaBem

Após dois anos tentando engravidar e com fortes cólicas menstruais, a modelo e empresária Ellen Moreira Scamardi, 36, descobriu ter uma endometriose profunda, mas ignorou o diagnóstico.

Em janeiro de 2023, o quadro de Ellen se agravou e ela precisou fazer uma cirurgia de emergência, na qual foram encontradas diversas lesões de endometriose que culminaram com a retirada de 20 cm do seu intestino e o apêndice. Já recuperada, a modelo diz que aprendeu a lição e a priorizar a saúde.

"Desde a adolescência sempre tive cólicas menstruais, mas foi a partir dos 30 anos que elas ficaram mais intensas. Apesar de o meu corpo estar tentando me dizer que algo estava errado, ignorava esse alerta, tomava remédio para aliviar as dores e não investigava a causa.

Como meus exames ginecológicos de rotina davam sempre normais, na teoria não tinha com o que me preocupar e acabava focando na correria do dia a dia e no trabalho.

Aos 32, eu e meu marido decidimos que queríamos ter um bebê. Parei de tomar a pílula anticoncepcional e começamos a tentar. Dois anos se passaram e não consegui engravidar.

Ellen Moreira Scamardi tem endometriose profunda - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Imagem: Arquivo pessoal

Neste período tive várias alterações no meu organismo, as cólicas pioraram, o fluxo de sangue ficou mais intenso, passei a ter dores durante a relação sexual e meu intestino ficou completamente desregulado, tinha momentos que sofria com intestino solto e outros em que tinha prisão de ventre.

Em 2021, procurei uma ginecologista para entender por que não estava conseguindo engravidar. Com base nos meus sintomas, a médica suspeitou que eu poderia ter endometriose, o que foi posteriormente confirmado com o resultado dos exames: tinha endometriose profunda.

A ginecologista não recomendou a cirurgia e propôs um tratamento mais conservador com medicação. Ela me orientou a tentar engravidar naturalmente por mais um ano e caso não desse certo, considerar a fertilização in vitro.

Ellen Moreira Scamardi tem endometriose profunda - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Imagem: Arquivo pessoal

Já tinha ouvido falar sobre a doença, mas achei que não era grave. Na época estava entrando em um novo projeto profissional e acabei negligenciando minha saúde mais uma vez. Não fiz o tratamento e continuei sofrendo com os sintomas.

Em 2022, procurei um outro ginecologista, fiz mais alguns exames, mas não senti confiança em voltar nele. Só levei a situação a sério quando os problemas intestinais e as cólicas se agravaram, comecei a ter escapes de sangramento todos os dias e inchaço no corpo.

Isso afetou outras áreas da minha vida, incluindo a profissional. Muitas vezes, não consegui ir trabalhar e cheguei a perder eventos e até contratos de trabalho. Nos piores dias, pensei que estava com câncer ou que tinha engravidado e estava abortando.

Como já tinha o diagnóstico de endometriose, no início de 2023 passei com um especialista na doença. O médico avaliou meus exames, meu estado clínico e disse que meu caso era urgente e cirúrgico.

Três dias depois da consulta fiz a cirurgia robótica para o tratamento da endometriose com ressecção intestinal.
Durante o procedimento, que durou quase 7 horas, foram removidas lesões em ambos os ovários, fossas ováricas, nos trajetos dos nervos hipogástricos, ligamentos útero sacros, atrás do colo uterino, no intestino grosso, apêndice cecal, próximo da bexiga urinária.

Ellen Moreira Scamardi tem endometriose profunda - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Imagem: Arquivo pessoal

Por conta disso, tive que retirar 20 cm do intestino grosso e o apêndice. Apesar das intervenções, minha recuperação foi ótima e os sintomas desapareceram.

Me sinto preparada para colocar novos projetos profissionais e pessoais em prática, incluindo o sonho de ser mãe —serei liberada para tentar engravidar seis meses após a cirurgia.

Ao refletir sobre o que vivi, cheguei à conclusão de que cuidei mais do externo, e menos do interno. Não podemos deixar a correria do dia a dia ser mais importante do que o nosso bem-estar. Precisamos priorizar e cuidar bem da nossa saúde."

10 mitos e verdades sobre endometriose

1. A endometriose é uma doença de fácil diagnóstico

Mito. É preciso que o médico ouça as queixas da paciente e suspeite da doença para que possa solicitar os exames adequados —essa é a parte mais difícil porque não são os exames de rotina que a mulher faz no check-up anual, como o ultrassom transvaginal, que apontam para a condição.

São exames específicos, como o ultrassom pélvico e transvaginal com preparo intestinal e a ressonância magnética de pelve com contraste. O diagnóstico da endometriose é anatomopatológico, ou seja, só é possível fechá-lo após a análise em laboratório de um fragmento de tecido removido na cirurgia. A biópsia é realizada por um médico patologista, que analisa em microscópio o material removido pelo cirurgião e fornece o diagnóstico.

2. É possível ter endometriose e não ter sintomas

Verdade. As pacientes podem apresentar sintomas ou não. As queixas dolorosas relacionadas ao período pré-menstrual e menstrual são os principais sinais de alerta.

3. A endometriose causa infertilidade

A endometriose é uma doença de origem inflamatória - Shutterstock - Shutterstock
Imagem: Shutterstock

Parcialmente verdade, a endometriose pode causar infertilidade. As lesões ovarianas, tubárias e na membrana que reveste o abdome por dentro (o peritônio) podem causar aderências que dificultam a captação do óvulo pela tuba uterina. Ovários muito alterados pela doença podem ter dificuldade de ovular.

Em casos com uma menor quantidade de doença ou com doença considerada superficial, com menos inflamação pélvica, é possível que a paciente venha a engravidar. Mas normalmente nesses casos a mulher não apresenta sintomas dolorosos relacionados à doença e nem grandes alterações de exames de imagem.

4. A endometriose pode afetar diversos órgãos

Sim. Além dos órgãos do sistema reprodutor feminino, os mais frequentes são bexiga e intestino, mas a doença também pode acometer o diafragma (músculo da respiração), pulmões, entre outros.

5. A endometriose pode causar sintomas urinários e intestinais

Sim, quando ela acomete esses órgãos. Quando invade a parede da bexiga e atinge a mucosa pode causar sangramento na urina no período menstrual. Quando acomete o intestino pode causar dores e dificuldade para evacuar no período menstrual. E quando atinge a mucosa intestinal pode causar sangramento nas fezes.

6. A endometriose causa dor durante a relação sexual

Verdade. Isso ocorre por conta da sua localização estar mais frequentemente relacionada à região atrás do colo uterino, ligamentos útero sacros e fundo da vagina devido às aderências pélvicas e à constante inflamação da pelve. Desta forma, a movimentação dos órgãos pélvicos durante a relação sexual pode causar dores.

7. O uso prolongado de anticoncepcionais pode "mascarar" a doença

Mito. O uso contínuo de anticoncepcionais é feito no intuito de que a mulher fique sem menstruar (ou tenha o fluxo reduzido) e, com isso, sem os sintomas relacionados à doença. Ou seja, os anticoncepcionais de uso contínuo são uma forma de tratamento clínico e controle da doença, mas agem minimizando somente os sintomas e não tratando a origem deles.

8. A endometriose engorda

Mito. O ganho ou perda de peso não estão associados à endometriose. Caso a paciente note algo nesse sentido, é importante procurar um médico para avaliar sua saúde como um todo.

9. A endometriose tem cura

Mito. A endometriose não tem cura, mas tem tratamento e controle, que devolvem a qualidade de vida às pacientes.

10. É possível ter uma vida normal com endometriose

Sim. Desde que as pacientes tenham acesso ao diagnóstico e tratamento especializados, e a doença esteja sob controle, elas poderão ter uma vida normal e feliz.

Fonte: Alexandre Silva e Silva, ginecologista especializado em cirurgia minimamente invasiva e robótica do Hospital e Maternidade Santa Joana (SP).

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Vício em games: entenda o transtorno de Theo, da novela ‘Travessia’ - Marie Claire Brasil

Um dos enredos que está dando o que falar na novela Travessia é o de Theo (Ricardo Silva), adolescente viciado em games. O menino passa o dia conectado no computador e tem um comportamento agressivo quando é afastado do equipamento. Os pais do garoto já entenderam que o problema é sério: a dependência em jogos eletrônicos foi classificada como doença pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2022.

Mas qual é a fronteira entre jogar bastante, como tantas pessoas fazem, e efetivamente ter um distúrbio relacionado a esse hábito?

Na definição da OMS, o transtorno de jogos eletrônicos é estabelecido quando resulta em um prejuízo significativo para o funcionamento de uma pessoa nas áreas pessoal, familiar, social, educacional, ocupacional ou outras esferas importantes. O comportamento precisa ser persistente por pelo menos 12 meses.

Elton Yoji Kanomata, psiquiatra do Hospital Albert Einstein, explica que, como todos os outros transtornos mentais, é necessário que exista uma carga de sofrimento e de impacto negativo na vida para o indivíduo receber um diagnóstico.

Às vezes, o paciente não percebe ou não aceita que a relação com o jogo não está saudável. Quem se dá conta são os familiares e amigos, que inclusive procuram um especialista. Às vezes, a pessoa até reconhece o problema, mas vai protelando a consulta médica e o tratamento.

— Elton Yoji Kanomata, psiquiatra

Não existe especificamente uma quantidade de horas nem tampouco uma frequência para que o hábito seja considerado transtorno. “Assim como na dependência química, o critério mais importante para o diagnóstico é o prejuízo no comportamento da pessoa”, afirma o médico.

O vício em games é considerado como uma dependência comportamental, assim como padrões patológicos relacionados a apostas, bingos e máquinas de caça-níqueis.

De acordo com Elton Yoji Kanomata, estatísticas apontam que a dependência em jogos afeta dois a três homens para cada mulher. No entanto, por algum motivo que a ciência ainda desconhece, elas têm mais risco de desenvolver uma dependência quando começam a jogar do que eles.

O tipo de jogo também difere entre os gêneros. “Estudos epidemiológicos mostram que as mulheres têm mais risco para dependência do que os homens com relação a bingo e caça níquel. Já eles são mais dependentes em modalidades como apostas, corridas de cavalo e games virtuais”, diz.

Sinais da dependência

Um dos sinais comuns da dependência em jogos é o descontrole financeiro. No caso dos games, além do custo eventual do jogo em si, as pessoas são estimuladas a comprar equipamentos à parte, como armas, para obter alguma vantagem.

Os amantes dos jogos eletrônicos também gastam com roupas (skins, no jargão dos gamers) e acessórios para os seus personagens virtuais.

O potencial viciante dos games é muito maior do que no passado. “Antigamente, você comprava o jogo, jogava e pronto. Hoje, muitas vezes é preciso gastar mais para conseguir avançar uma fase. Além disso, as partidas são disputadas por várias pessoas ao mesmo tempo. Para um jogador se destacar, ele precisa comprar os melhores instrumentos”, explica o psiquiatra.

Assim como nas dependências químicas, as comportamentais também têm sintomas de abstinência. “Quando a pessoa é impedida de jogar ou ela própria tenta reduzir ou interromper o hábito, isso gera um grande desconforto psíquico”, aponta o psiquiatra.

Assim como na dependência química, o paciente tenta parar, mas não consegue. Ele fica mais impaciente, inquieto, nervoso, com alto nível de irritabilidade. Alguns podem partir para a agressão física.

— Elton Yoji Kanomata, psiquiatra

Elton Yoji Kanomata aponta que existe um fator genético para os transtornos comportamentais. Indivíduos com um parente de primeiro grau dependente de jogo são mais propensos a desenvolver o mesmo distúrbio.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico da dependência em jogos eletrônicos é clínico, a partir da entrevista do médico com o paciente. Não existe nenhum tipo de exame, laboratorial e de imagem, ou algum marcador biológico que identifique um transtorno de comportamento.

Como muitas vezes o paciente está em negação ou não reconhece que possa ter um distúrbio, é importante que seus familiares e amigos passem informações objetivas ao profissional de saúde.

O tratamento da doença é separado em duas partes: medicamentoso e não medicamentoso, com psicoterapia.

De acordo com Elton Yoji Kanomata, é muito comum que o dependente em jogo tenha outra doença psíquica, principalmente depressão, ansiedade, alcoolismo e alguns tipos de transtornos de personalidade. Por isso, o tratamento deve incluir também essas comorbidades associadas.

“A dúvida é sobre o que veio primeiro, o ovo ou a galinha. Será que a pessoa tinha depressão e utilizou o jogo como uma fuga da realidade? Ou a dependência no jogo favoreceu a depressão?”, pergunta o médico.

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Governo de Minas entrega 11 ônibus do Transporta SUS em Curvelo - Agência Minas Gerais

Seguindo a meta de levar os serviços de saúde cada vez mais próximos ao cidadão, o Governo de Minas , por meio da Secretaria de Estado de Sa...