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Friday, March 31, 2023

É só querer? Como a genética interfere na definição do corpo? - VivaBem

Até que ponto os genes interferem no seu "shape"? A resposta a essa pergunta de milhões irá deixá-lo otimista: apenas 30% do que acontece no organismo é determinado geneticamente, explica a nutricionista Fabiana Fontes, da clínica Reviva, de Salvador (BA).

O percentual aproximado vale para seu desempenho nos treinos e também para a resposta do seu corpo à reeducação alimentar. Em outras palavras, embora existam "privilegiados" com mais facilidade para perder gordura em excesso ou ganhar massa muscular, há luz no fim do túnel para os meros mortais.

Existe o "gene do emagrecimento" ou do "ganho de músculo"?

O geneticista Gabriel Adelman Cipolla, professor da UFPR (Universidade Federal do Paraná), explica que não. Há raras situações em que traços do corpo são determinados por um só gene (também chamado de alelo), como ocorre na obesidade monogênica. Geralmente, dezenas, centenas e até milhares deles atuam juntos produzindo enzimas e moléculas que ajudam o organismo a perder gordura ou ganhar massa muscular.

A questão é que as pessoas têm diferentes combinações das várias versões de um gene envolvido, por exemplo, na mobilização de gordura de reserva para queima. Isso não quer dizer que o seu conjunto de genes engajados no ganho de massa magra também seja menos eficiente. Ganho de massa magra e perda de peso são processos distintos, geridos por combinações gênicas diferentes.

Seu "tipo" de músculo também interfere

Há ainda outro fator de origem genética que pode interferir no seu desempenho físico: a configuração muscular. As fibras musculares humanas podem ser de três formas: as do tipo 1 tendem a se contrair mais lentamente; as do tipo 2a têm velocidade de contração média; e as do tipo 2x, velocidade de contração rápida.

Todo mundo tem os três tipos em seus músculos, mas há sempre uma ou outra que predomina, o que é geneticamente determinado como também influenciado pelo regime de treinamento e modalidade de atividade física, diz o professor.

Pode haver, então, uma relação entre seu perfil genético de fibras musculares e as suas facilidades (ou dificuldades) para ter um corpo definido. Quem possui mais fibras do tipo 1 tende a ir melhor em atividades de resistência e longa duração, como a maratona, podendo ter mais facilidade para queimar gordura. No outro extremo, os que apresentam mais fibras do tipo 2x podem ir melhor em exercícios de rápida contração, como a musculação, estando mais propensos ao ganho de massa magra.

Como saber qual é a sua

Então, você se pergunta: "como saber se a minha genética favorece o ganho de massa ou o ganho de peso?". A educadora física Keith Mary Sato Urbinati, professora da PUCPR, explica que já existem vários testes capazes de identificar condições crônicas geneticamente determinadas ou de descobrir combinações de genes favoráveis ao manejo da força, velocidade e aptidão aeróbica.

Mas aí entram dois problemas: o primeiro é que a ciência ainda não conhece todos os genes envolvidos no ganho ou na perda de massa magra ou gordura, diz o geneticista. Em segundo lugar, como os fatores ambientais são mais determinantes do que os genes quando o assunto é ter um corpo definido, é mais eficaz observar como seu organismo reage a padrões alimentares e atividades físicas do que se ater fielmente às particularidades do seu DNA, segundo Cipolla.

Cada organismo é único, mas Fontes traz uma comparação aproximada de ganho de massa muscular entre uma pessoa que obtém músculo com mais facilidade e outra que demora um pouco mais para definir o "shape": alguns atletas já conseguem ver bons resultados em quatro meses de atividades e dieta balanceada, outros só vão notar diferença após um semestre.

É por isso que, se investir tempo e dinheiro em uma dieta equilibrada e exercícios físicos regulares e adequados ao seu propósito, é possível até que uma pessoa com dificuldade em definir o corpo supere alguém com grupos de genes favoráveis a esse aspecto, mas que leva uma vida sedentária e não se alimenta bem.

A educadora física lembra, entretanto, que a história muda quando se trata de atletas profissionais, que almejam disputas grandes. Um indivíduo que não tenha uma configuração genética favorável ao ganho de massa muscular dificilmente será um campeão mundial de fisiculturismo, por exemplo. "Ainda assim, poderá ter sucesso em competições menores, com treinamento, dieta e controle psicológico adequado", salienta Urbinati.

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