Rechercher dans ce blog

Thursday, June 30, 2022

Ela tem rinite, asma e dermatite: 'culpa' é da inflamação tipo 2; entenda - VivaBem

Aos 20 anos, a servidora pública aposentada Michele Avelino Benevides, 36, começou a apresentar uma tosse seca bastante incômoda. A cada ida ao hospital, ela ouvia dos médicos que era uma alergia e recebia a prescrição de tomar xaropes. Só que nenhum deles fez efeito, e seu quadro só evoluiu.

Após um tempo, a moradora de Santo André, na Grande São Paulo, também passou a ter muita falta de ar e foi orientada a procurar um pneumologista para investigar o caso. O diagnóstico que recebeu foi de asma leve.

Apesar de seguir o tratamento indicado, as crises de Michele ficaram mais intensas e frequentes, ao ponto de ela ter que ir ao pronto-socorro duas vezes no mesmo dia em várias ocasiões. Neste período, teve algumas paradas respiratórias e chegou a ser intubada. Segundo ela, foram mais de 30 internações, o que, inclusive, resultou na sua saída do emprego e da faculdade.

"Sempre fui muito ativa, fazia tudo sozinha, mas, depois, passei a depender 100% das pessoas, até para tomar banho, me trocar...", relata. "Procurei outros médicos ao longo dos anos e recebi diversos diagnósticos diferentes, como fibrose cística e doença de Churg-Strauss. Cheguei até a ser encaminhada para um cirurgião torácico para avaliar a retirada de um pedaço do pulmão."

Michele Avelino - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal

Michele em uma das crises de asma

Imagem: Arquivo pessoal

Este especialista relatou que provavelmente ela tinha mesmo asma, só que um tipo mais grave e sugeriu que ela procurasse um centro especializado na doença. Michele, então, buscou o do HC-FMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), e lá, quase oito anos após o aparecimento dos sintomas, teve a confirmação: sofria de asma eosinofílica, doença com sintomas mais fortes e persistentes e mais difícil de controlar.

A partir daí, a servidora pública aposentada, que também sofre de rinite, sinusite e dermatite atópica —problemas que surgiram concomitantemente com a asma—, foi submetida a outros tratamentos. O mais recente se dá com o uso de corticoides oral e inalatório e medicamentos imunobiológicos.

"Há 4 ou 5 anos, mais ou menos, a situação está mais tranquila. Hoje, posso dizer que estou em rumo do controle da doença, mas, ainda assim, precisarei cuidar para sempre e conviver com as complicações que ela me trouxe", complementa.

Inflamação tipo 2 está por trás de asma grave e outras doenças

A asma, nos subtipos eosinofílica, como a de Michele, alérgica e mista (eosinofílica alérgica), junto com a dermatite atópica e a rinossinusite, —a chamada tríade atópica— são as principais enfermidades relacionadas a uma inflamação conhecida como tipo 2.

Trata-se de uma fisiopatologia do corpo humano que provoca uma resposta exagerada do sistema imunológico contra certos elementos irritantes ou alérgenos e que é mais complicada de tratar do que as demais classificações de inflamações.

Neste tipo, esclarece Ana Caetano Faria, presidente da SBI (Sociedade Brasileira de Imunologia) e professora titular da disciplina de imunologia da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), o corpo produz em excesso as células eosinófilos e os anticorpos IgE, importantes mediadores de processos inflamatórios associados a alergias, resultando em alterações na barreira imunológica.

"No fundo, a inflamação tipo 2 é o mecanismo das doenças alérgicas, e ela acontece em vários órgãos e tecidos, como pulmões (asma), pele (dermatite atópica) e mucosa nasal (rinossinusite). Inclusive, é comum atingir mais de um ao mesmo tempo. Também costuma afetar o esôfago (esofagite eosinofílica) e está relacionada com as alergias alimentares", aponta a médica.

Sistema imunológico - iStock - iStock
Imagem: iStock

As causas dessa resposta exacerbada do organismo ainda não são totalmente conhecidas. Mas sabe-se que há o envolvimento de componente genético —o que explica o fato de algumas pessoas desenvolverem e outras não— e fatores externos desencadeantes, como ácaro, poeira, cheiro forte, pelo de animal, fumaça de cigarro, pólen, mofo, produtos químicos e poluição.

Mais uma explicação, segundo Pedro Giavina Bianchi, coordenador do Departamento Científico de Asma da Asbai (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia), é o estilo de vida contemponâneo, com menos exposição aos microrganismos, higiene excessiva e uso descontrolado de antibióticos.

"Antigamente, os partos eram normais, e aí o bebê já tinha contato com toda a flora da vagina da mãe; o aleitamento era exclusivamente no peito, gerando uma proteção que é perdida com o uso de leite de vaca ou artificial; havia mais crianças na família, então uma passava doença para a outra e isso fortalecia o sistema imunológico... Com o tempo, tudo isso mudou, fazendo com que as pessoas tenham de enfrentar mais desafios para desenvolver o seu perfil imunológico", destaca o especialista.

Tratamento requer uso de medicamentos e mudança no estilo de vida

Camila Ferreira - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal

Camila Ferreira tem dermatite atópica

Imagem: Arquivo pessoal

O tratamento da inflamação tipo 2 passa pelo controle da patologia de base, sendo as principais, como adiantamos, a asma, a dermatite atópica e a rinossinusite. "O remédio mais usual é o corticoide, que pode ser tópico, inalatório, nasal ou oral. A escolha vai depender da doença. Junto a isso, é fundamental evitar o contato com os agentes desencadeantes e ter uma vida o mais saudável possível", indica Jorge Humberto Ardila Veja, pneumologista do Hospital São Rafael, de Salvador, pertencente à Rede D'Or.

Nos quadros mais graves, quando há persistência dos sintomas mesmo após altas doses de corticoide, a indicação é utilizar os medicamentos imunobiológicos (anticorpos monoclonais), como o omalizumabe e o dupilumabe. Aplicados por via subcutânea ou endovenosa, eles agem bloqueando os mediadores dos processos inflamatórios associados as alergias.

"Atualmente, com essas drogas mais modernas, consegue-se um bom controle das doenças e, consequentemente, da inflamação tipo 2. Só que é muito importante seguir o tratamento à risca. Caso contrário, isso pode levar ao agravamento do problema e ao surgimento de complicações, com alto impacto na qualidade de vida do paciente", observa Ardila Veja.

Dentre as possíveis complicações estão aumento da frequência de sinusite e otite, modificação da arcada dentária e pneumonia de repetição (rinossinusite); fechamento das vias aéreas, alterações permanentes no funcionamento do pulmão e capacidade reduzida para exercer as atividades do dia a dia (asma); e infecções de pele e outros tecidos (dermatite atópica).

Além disso, os pacientes tendem a apresentar alterações emocionais, depressão, ansiedade e insônia, o que impacta na concentração e na produtividade e gera altos índices de absenteísmo do trabalho ou da escola.

"Essas patologias são crônicas e não têm cura, então, o objetivo do tratamento é a remissão. E, com os medicamentos mais novos que temos hoje à disposição, dá para atingi-la, controlar a inflamação tipo 2 e garantir que as pessoas fiquem livres dos sintomas e tenham uma melhor qualidade de vida", completa Bianchi.

Quem está justamente nesta fase é Camila Ferreira Batista, 31, analista de gestão ambiental e criadora de conteúdo: "Tenho dermatite atópica grave, e os sintomas se manifestaram já na primeira infância. Ao longo dos anos fiz muitos tratamentos, mas sem bons resultados. Agora estou utilizando um imunobiológico e atingi o controle. Finalmente posso afirmar que isso é algo alcançável".

Camila Ferreira 2 - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal

A dermatite atópica de Camila é grave

Imagem: Arquivo pessoal

A moradora de São Paulo destaca que o resultado não foi conquistado do dia para a noite e que, neste processo, passou por bastante sofrimento. "Lidar com essa doença é bem doloroso e cansativo; ela impacta em tudo. Antes do tratamento atual, tinha vergonha, vivia com a pele coberta e sentia muita dor, não dormia direito, tinha um péssimo humor, faltava bastante no trabalho e estava sempre recusando convites para sair. Agora a história é outra e faço questão de dividir com as pessoas."

30% da população sofre com alergias

A incidência de alergias tem aumentado ano após ano no mundo todo. Só no Brasil, estima-se que elas afetem cerca de 30% da população. No caso da asma e da dermatite atópica, estudos epidemiológicos nacionais indicam que 10% e 5%, respectivamente, dos brasileiros têm essas doenças —não há dados sobre a rinossinusite.

Saiba um pouco mais sobre cada uma dessas enfermidades a seguir:

Asma: provoca inflamação e estreitamento dos brônquios (canais que ligam a traqueia aos pulmões), o que dificulta a passagem do ar. Seus sintomas incluem falta de ar ou dificuldade para respirar, sibilância (chiado no peito), tosse e sensação de aperto no peito. Os principais desencadeantes são infecções respiratórias, exercício e exposição a alérgenos. A asma é classificada como leve, moderada e grave.

Dermatite atópica: doença que causa inflamação da pele e tem como característica número 1 pele seca e coceira intensa e constante. Essa condição leva ao surgimento de lesões, formação de crostas e descamação, e provoca bastante dor. A dermatite atópica não é contagiosa, como muita gente acredita e dentre os seus fatores de risco estão contato com agentes alérgenos e irritantes e estresse.

Rinossinusite: processo inflamatório da mucosa da cavidade nasal e dos seios paranasais. Na lista de sintomas estão obstrução e gotejamento nasal, tosse, dor ou pressão facial, cefaleia, redução ou perda do olfato e mau hálito. Pode ter causas alérgicas, virais, bacterianas ou fúngicas e se manifesta devido ao contato com poeira, pelos de animais e outras substâncias, bem como mudanças de tempo e tabagismo.

Adblock test (Why?)


Ela tem rinite, asma e dermatite: 'culpa' é da inflamação tipo 2; entenda - VivaBem
Read More

Médica de 26 anos é encontrada morta em banheiro de hospital em Pirenópolis - Correio Braziliense

Darcianne Diogo

postado em 30/06/2022 11:39 / atualizado em 30/06/2022 11:52

Médica foi contratada para a função de plantonista - (crédito: Redes sociais)

Médica foi contratada para a função de plantonista - (crédito: Redes sociais)

A Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO) investiga a morte de uma médica, de 26 anos, encontrada sem vida dentro do banheiro de um alojamento do Hospital Estadual Ernestina Lopes Jaime (Heelj), em Pirenópolis, no Entorno do Distrito Federal. Jayda Bento de Souza deveria assumir o plantão na unidade de saúde no sábado (25/6), mas sumiu, o que causou estranheza nos amigos.

Ao Correio, o delegado à frente do caso, Tibério Martins, afirmou que a médica teria que estar no plantão de sábado às 12h, mas não apareceu. “O pessoal sabia que ela estava no hospital, então os amigos decidiram procurá-la. Foram até o alojamento, escutaram um som de água caindo e, quando arrombaram a porta, encontraram o corpo dela”, disse.

Jayda foi encontrada morta dentro de banheiro do hospital
Jayda foi encontrada morta dentro de banheiro do hospital (foto: Redes sociais)

Ao lado do corpo de Jayda, os colegas encontraram uma seringa e uma substância ainda não identificada. A perícia da PCGO foi acionada e, a partir do laudo, será possível identificar qual é o composto da substância e o que ela pode ocasionar no corpo. “Vamos apurar para saber se ela (médica) tomava medicação para ficar acordada. A partir da semana que vem, vamos começar a colher depoimentos de outros médicos para saber se há, por exemplo, hábitos de tomarem algum tipo de medicação”, frisou o delegado. De acordo com o investigador, a principal linha de investigação é por morte acidental.

Homenagens


Pelas redes sociais, colegas da médica lamentaram o ocorrido. Em um comentário, uma mulher escreveu: “Descanse em eterna paz. Que Deus te receba sob a luz perpétua! Que Deus console o coração de todos que sofrem com a sua partida.”

Em outra homenagem, um colega disse: “Eu te amo para todo sempre, minha princesa. Brilha muito aí de cima”.

Por nota oficial, a Fundação Universitária Evangélica (Funev), gestora do Hospital Estadual Ernestina Lopes Jaime (HEELJ), lamentou a morte precoce de Jayda. “Rogamos a Deus que conforte todos os familiares e amigos. Destacamos ainda que todas as informações foram repassadas às autoridades competentes pela investigação do caso.”

O hospital também se manifestou acerca do ocorrido e afirmou que a médica cumpria o segundo plantão na unidade desde que foi contratada para a função de médica plantonista em clínica médica. “Não procede a informação de que ela estaria sob carga excessiva de trabalho na unidade. Assim que o óbito foi constatado, a direção do Hospital Estadual Ernestina Lopes Jaime (HEELJ) comunicou imediatamente o fato às autoridades policiais e ao IML, que, desde então, passaram a investigar o ocorrido. Demais informações sobre as circunstâncias que envolvem o ocorrido deverão ser obtidas junto às autoridades policiais competentes, uma vez que o caso está sob investigação”, finalizou.

 

Adblock test (Why?)


Médica de 26 anos é encontrada morta em banheiro de hospital em Pirenópolis - Correio Braziliense
Read More

Estudo sugere quem tem mais chance de ter Covid longa - Globo

Teste de Covid-19 — Foto: Isabela Carrari/Divulgação Prefeitura de Santos

Teste de Covid-19 — Foto: Isabela Carrari/Divulgação Prefeitura de Santos

Ser mulher, pessoas com problemas de saúde em geral antes da pandemia, ter entre 50 e 60 anos, ter asma e ter sobrepeso ou obesidade são fatores de risco para o desenvolvimento da Covid longa, sugere um novo estudo publicado na Nature Communications. Os resultados são baseados em dados de pesquisas e registros eletrônicos de saúde no Reino Unido.

Pessoas mais afetadas pela Covid longa, segundo o estudo:

  • Mulheres
  • Pessoas entre 50 e 60 anos
  • Pessoas com problemas de saúde em geral antes da pandemia
  • Asma
  • Sobrepeso e obesidade

A Covid longa é comumente definida como tendo um ou mais sintomas de Covid-19 quatro semanas após a infecção. Para chegar a essa conclusão, os autores do estudo analisaram dados de dez pesquisas populacionais, além de informações disponíveis em registros eletrônicos de 1,1 milhão de britânicos diagnosticados com Covid-19.

Os pesquisadores descobriram que a proporção de pacientes que tiveram Covid-19 e que se queixavam de sintomas por mais de 12 anos após a infecção variou de 7,8% a 17%, com 1,2% a 4,8% relatando sintomas "debilitantes".

Sobre fatores de saúde, o estudo aponta que não houve fortes evidências de associações com diabetes, hipertensão ou colesterol alto. Asma, sobrepeso e obesidade são fatores que aumentam o risco da Covid longa.

Os autores alertam que, embora não seja possível fazer inferências causais, suas descobertas destacam a necessidade de mais pesquisas em grupos de risco. Eles também sugerem que são necessários estudos populacionais representativos adicionais para melhorar as estimativas.

Adblock test (Why?)


Estudo sugere quem tem mais chance de ter Covid longa - Globo
Read More

Covid-19: com taxa de ocupação de 100% nas UTIs para adultos, DF registra 2,5 mil novos casos - Globo

Coleta para teste de Covid-19 — Foto: Esio Mendes/ Governo de Rondônia

Coleta para teste de Covid-19 — Foto: Esio Mendes/ Governo de Rondônia

O Distrito Federal registrou mais 2.535 novos casos conhecidos de Covid-19 e mais 2 mortes causadas pela doença, nesta quarta-feira (29). Segundo a Secretaria de Saúde, os óbitos ocorreram na terça-feira (28).

A taxa de ocupação dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) para tratar adultos com Covid nos hospitais públicos da capital está em 100%. Há vagas apenas nas unidades pediátricas e neonatais (veja mais abaixo).

LEIA TAMBÉM:

A taxa de transmissão passou de1,18 na terça-feira (28), para 1,12. O número indica que cada 100 pessoas infectadas podem transmitir a doença para outras 112, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Desde o início da pandemia, 11.754 pessoas perderam a vida em Brasília. Entre os mortos, 10.734 moravam na capital federal e 1.020 vieram de outras regiões para buscar atendimento, principalmente do Entorno.

Ao todo, 802.624 pessoas foram infectadas. De acordo com a SES-DF, 94% dos pacientes estão recuperados.

Taxa de transmissão da Covid-19 em junho, no DF:

  • 1º de junho: 1,47
  • 2 de junho: 1,46
  • 3 de junho: 1,43
  • 6 de junho: 1,47
  • 7 de junho: 1,53
  • 8 de junho: 1,63
  • 9 de junho: 1,72
  • 10 de junho: 1,80
  • 13 de junho: 1,84
  • 14 de junho: 1,83
  • 15 de junho: 1,78
  • 17 de junho: 1,72
  • 20 de junho: 1,62
  • 21 de junho: 1, 58
  • 22 de junho: 1,54
  • 23 de junho: 1,49
  • 24 de junho: 1,44
  • 27 de junho: 1,25
  • 28 de junho: 1,18
  • 29 de junho: 1,12

Perfil das vítimas

Data dos óbitos

  • 28 de junho de 2022: 2

Residência

  • Planaltina: 1
  • Goiás: 1

Faixa etária

  • 50 a 59 anos: 1
  • 70 a 79 anos: 1

Leitos de UTI

Profissionais da saúde atendem paciente com Covid-19 em leito na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) — Foto: MISTER SHADOW/ASI/ESTADÃO CONTEÚDO

Profissionais da saúde atendem paciente com Covid-19 em leito na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) — Foto: MISTER SHADOW/ASI/ESTADÃO CONTEÚDO

A unidade de terapia intensiva (UTI) para tratar adultos com Covid nos hospitais públicos atingiu o limite máximo na tarde desta quarta (29). Só há vagas disponíveis nas unidades pediátricas e neonatais.

Do total de 46 leitos, 36 estavam ocupados, 4 disponíveis e 6 bloqueados. A ocupação estava em 90%.

Na rede privada, às 11h55, 62,07% das vagas reservadas para infectados estavam ocupadas. Do total de 142 leitos, 73 eram usados, 45 estavam vagos e 24 bloqueados.

Casos por região

O Plano Piloto segue como a região com maior número de casos por Covid-19 no DF. Até esta quarta-feira, 97.456 pessoas testaram positivo e 859 morreram por causa da doença. Em segundo lugar está Ceilândia, com 75.256 contaminações e 1.769 vidas perdidas.

Veja abaixo os números de casos por região, registrados pela Secretaria de Saúde do DF nesta quarta-feira:

Números da Covid-19 por região do DF, em 29 de junho de 2022 — Foto: SES-DF/Reprodução

Números da Covid-19 por região do DF, em 29 de junho de 2022 — Foto: SES-DF/Reprodução

Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.

Adblock test (Why?)


Covid-19: com taxa de ocupação de 100% nas UTIs para adultos, DF registra 2,5 mil novos casos - Globo
Read More

Wednesday, June 29, 2022

Entenda o que é a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, condição que João Gordo revelou ter - Globo

João Gordo mostra máscara de inalação e oxímetro usados no tratamento da DPOC. — Foto: Reprodução/Instagram/velho ranzinza

João Gordo mostra máscara de inalação e oxímetro usados no tratamento da DPOC. — Foto: Reprodução/Instagram/velho ranzinza

Segundo estimativas da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), pelo menos 6 milhões de pessoas tem DPOC no Brasi, embora apenas 12% dos casos sejam diagnosticados. Entre os poucos diagnosticados, somente 18% seguem o tratamento médico.

O que é a DPOC, quais são os sintomas e os grupos mais afetados?

O diretor científico da SBPT, o médico pneumologista José Antônio Baddini Martinez explica que pessoas com DPOC (também chamada de bronquite crônica e enfisema) têm muita dificuldade de respirar, principal sintoma da doença.

“No início, a falta de ar é apenas para atividades físicas. Em fases avançadas, a falta de ar aparece mesmo quando a pessoa está em repouso.”

Cansaço, tosse e catarro também são frequentes nesses pacientes, segundo o pneumologista da Faculdade de Medicina do ABC, Franco Martins.

Os grupos mais afetados por DPOC são idosos, fumantes e ex-tabagistas. “A enfermidade também é mais comum em homens com mais de 40 anos”, aponta o professor.

"A exposição ao tabaco, à poluição, gases e substâncias tóxicas são os principais fatores de risco da DPOC. A prematuridade também aumenta a predisposição à doença em idades mais avançadas", destaca o Ministério da Saúde.

Em casos menos frequentes, pessoas que expostas por muito tempo a fumaça de fogão à lenha também costumam desenvolver a DPOC.

Dificuldade de diagnóstico

A dificuldade em diagnosticar a DPOC no Brasil está no fato das doentes não interpretarem os sintomas como uma doença.

“Muitos idosos atribuem o cansaço e falta de ar ao envelhecimento, não reconhecendo que estão, na verdade, doentes”, explica Martinez.

“O mesmo acontece com fumantes, que atribuem a tosse e o pigarro aos cigarros, mas não à doença provocada pelos cigarros. Eles acreditam que quando pararem de fumar tudo vai voltar ao normal, o que não é verdade”, completa o diretor científico.

Martins também acrescenta que “muitas cidades não têm acesso ao exame que identifica a DPOC, que é o exame de espirometria, também chamado de Prova de função pulmonar, o que dificulta ainda mais o diagnóstico dessa doença no Brasil.”

Para contornar a dificuldade nos diagnósticos, a Global Initiative for Chronic Obstructive Pulmonar Disease, uma organização internacional dedicada a conscientização da DPOC, sugere o seguinte questionário para identificar casos com maior probabilidade de ter a condição:

  1. Você tosse várias vezes na maioria dos dias?
  2. Você tem catarro ou muco na maioria dos dias?
  3. Você fica sem fôlego mais facilmente do que outras pessoas da sua idade?
  4. Você tem mais de 40 anos?
  5. Você é fumante ou ex-fumante?

Doença não tem cura, mas há tratamento

Conforme destaca o Ministério da Saúde, a DPOC não tem cura, mas há tratamentos disponíveis que atuam retardando a progressão da doença, controlando os sintomas e reduzindo as complicações.

"É fundamental consultar um médico pneumologista para diagnóstico e tratamento adequados. A fisioterapia e os exercícios físicos com orientação profissional adequada de um fisioterapeuta também são aliados do paciente", destaca o Ministério da Saúde.

Adblock test (Why?)


Entenda o que é a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, condição que João Gordo revelou ter - Globo
Read More

Ceará confirma primeiro caso de varíola dos macacos - Diário do Nordeste

O Ceará confirmou o primeiro caso de varíola dos macacos nesta quarta-feira (29). O paciente tem 35 anos e mora em Fortaleza. Ele se deslocou entre São Paulo e Rio de Janeiro, dois estados brasileiros com casos já confirmados da monkeypoxA informação foi confirmada pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).

Leia também

O Estado já notificou 14 casos suspeitos no total. "Em todas as notificações foram aplicadas as medidas recomendadas, como isolamento, busca ativa de contatos e coleta de material para exames laboratoriais para elucidação do caso e para diagnóstico diferencial para outras doenças, que estão em processamento", disse a Pasta. 

A Sesa realiza uma coletiva nesta quinta-feira (30) para divulgar informações sobre o caso confirmado e também do cenário epidemiológico de Covid-19 e vacinação.

Estarão presentes no momento a secretária executiva de Atenção à Saúde e Desenvolvimento Regional (Seade) da Sesa, Tânia Mara Coelho, a secretária executiva de Vigilância e Regulação da Sesa, Sarah Mendes, e a secretária de Saúde de Fortaleza, Ana Estela Leite, que responderão aos questionamentos dos jornalistas. 

Investigação de casos no Ceará

Dois casos de monkeypox  já foram descartados nos municípios de Fortaleza (1) e Maracanaú (1).

Mais 11 suspeitas são investigadas. Os pacientes suspeito estão divididos entre: Fortaleza (5), Cedro (1), Caucaia (1), Caridade (1), Russas (1), São Gonçalo do Amarante (1) e Ocara (1). 

O que é a varíola dos macacos?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) explica que a doença recebeu esse nome porque foi identificada pela primeira vez em colônias de macacos mantidas para pesquisa, em 1958. Somente em 1970, foi detectada em humanos. A varíola dos macacos é causada pelo vírus monkeypox.

Apesar de ser da mesma família da varíola humana, o patógeno causador da doença dos macacos tem menor risco de complicações. Segundo a OMS, a enfermidade é encontrada na África Central e Ocidental, onde há florestas tropicais e os animais que podem transportar a doença.

Ocasionalmente, pessoas com varíola são identificadas em outros países, após viagens de regiões onde a varíola é endêmica. 

Quais os sintomas?

Segundo a OMS, os sintomas duram entre duas e quatro semanas, mas desaparecem por conta própria sem tratamento. A orientação é que as pessoas com os sinais descritos abaixo procurem orientação médica e comuniquem possível contato com alguém infectado. Veja os sintomas: 

  • Febre;
  • Dores de cabeça intensa, musculares e/ ou nas costas;
  • Baixa energia;
  • Linfonodos inchados;
  • Erupções cutâneas ou lesões.

Geralmente, a erupção se apresenta de um a três dias após o início da febre. As lesões podem ser planas ou levemente elevadas, cheias de líquido claro ou amarelado, podendo formar crostas, secar e cair. 

Segundo o órgão, o número de lesões em uma pessoa pode variar de alguns a milhares. A erupção tende a se concentrar no rosto, palmas das mãos e solas dos pés. Eles também podem ser encontrados na boca, genitais e olhos.

Adblock test (Why?)


Ceará confirma primeiro caso de varíola dos macacos - Diário do Nordeste
Read More

URGENTE: Itapevi registra primeiro caso de varíola dos macacos na região - Giro S/A

Doença é considerada altamente contagiosa (Rovena Rosa/Agência Brasil/Divulgação)

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) confirmou, nesta quarta-feira (29), que um morador de Itapevi foi contaminado pelo vírus monkeypox, conhecido como varíola dos macacos. A pasta ainda não divulgou a idade e se o paciente viajou para o exterior. 

Segundo a SES, o estado de SP já registou 24 casos da varíola dos macacos (Monkeypox) até o momento. Desses casos, 12 são oriundos de pacientes que viajaram para a Europa. Outros 12 são autóctones, que não têm histórico de terem saído do País recentemente. 

Todos os casos estão com boa evolução do quadro e são acompanhados pelas vigilâncias epidemiológicas dos municípios em que estão instalados. Há 19 casos em São Paulo, dois em Indaiatuba e um em Vinhedo, no interior do estado, um em Santo André, no ABC Paulista e um em Itapevi, na Grande São Paulo.

A Prefeitura de Itapevi ainda não se manifestou, no entanto, afirma que não havia sido notificada do caso. O Ministério da Saúde (MS) informa que todas as medidas de contenção e controle foram adotadas imediatamente após a comunicação de que se tratava de casos suspeitos de monkeypox, com o isolamento dos pacientes e rastreamento dos contatos. 

A pasta federal, por meio da Sala de Situação e do CIEVS Nacional, segue em articulação direta com os estados para monitoramento e rastreamento de possíveis infectados.

Adblock test (Why?)


URGENTE: Itapevi registra primeiro caso de varíola dos macacos na região - Giro S/A
Read More

Tuesday, June 28, 2022

'Pandemônio de viroses': como pandemia de Covid mudou padrões de vírus conhecidos - Globo

Quadros virais mais frequentes e fora da sazonalidade comum têm sido observados no Brasil e do mundo, depois de um período em que certas doenças praticamente haviam sumido de circulação — Foto: GETTY IMAGES via BBC

Quadros virais mais frequentes e fora da sazonalidade comum têm sido observados no Brasil e do mundo, depois de um período em que certas doenças praticamente haviam sumido de circulação — Foto: GETTY IMAGES via BBC

Viroses respiratórias, em particular as que afetam crianças, costumam ser sazonais: ocorrem com mais frequência em determinadas épocas do ano, e os médicos sabem quando ficar de sobreaviso para as ondas de doenças como influenza, VSR (vírus sincicial respiratório) ou adenovírus.

Mas o que pediatras do Brasil e do exterior têm visto, recentemente, destoa completamente dessa previsibilidade.

E por trás desse quadro atípico parecem estar os efeitos colaterais da pandemia de Covid-19 — tanto o isolamento que ela impôs nas sociedades e o "apagão imunológico" que isso provocou quanto a ação direta do Sars-CoV-2.

"Desde que a pandemia nos atingiu, em março de 2020, vimos uma mudança drástica do padrão" dos vírus mais comuns, relata à BBC News Brasil o infectologista Francisco Oliveira Júnior, gerente médico do Hospital Infantil Sabará, em São Paulo.

A mudança começou logo nos primórdios da pandemia. Com o isolamento social, o uso de máscaras e o fechamento de escolas e de espaços comuns, crianças e adultos pararam de ter contato com vários patógenos.

Aumentam os casos de doenças respiratórias, principalmente entre crianças

Aumentam os casos de doenças respiratórias, principalmente entre crianças

"O caso da gripe foi muito marcante: ela simplesmente desapareceu em 2020. Nós pesquisadores nunca imaginávamos que isso aconteceria", explica à reportagem Ellen Foxman, professora-assistente da Escola de Medicina de Yale, nos Estados Unidos, e pesquisadora de comportamento de vírus.

Além da influenza (causador da gripe), também praticamente desapareceram ao longo de 2020, por exemplo, o VSR (que causa bronquiolite em crianças pequenas) e o rinovírus (causador do resfriado comum), relembra Francisco Oliveira.

Daí, em 2021, esses vírus começaram a reaparecer — mas fora de época.

"Para nossa surpresa, o VSR e a influenza apareceram no verão até em adultos", diz o médico.

Nos meses frios atuais, quando viroses de fato se proliferam com mais velocidade, uma quantidade maior do que o comum de vírus está causando atendimentos e internações em hospitais infantis. A começar pelo Sars-CoV-2.

No hospital pediátrico Pequeno Príncipe, em Curitiba, de maio a junho, aumentou 30% o número de internações por Covid-19, e a maioria dos casos eram de crianças não vacinadas (ou só com a primeira dose) e abaixo de 5 anos (que ainda não recebem a vacina).

No dia em que conversou com a reportagem, em 17 de junho, Victor Horácio, infectologista pediátrico do Pequeno Príncipe, disse que uma ala de 12 leitos infantis estava totalmente ocupada por pacientes com Covid-19.

Fora isso, relata Horácio, tem havido "muito mais casos de VSR, adenovírus e parainfluenza (também causadores de doenças respiratórias). O quadro clínico pode não só ser mais forte, como mais frequente".

E embora os casos mais graves de VSR sigam ocorrendo em bebês, até adolescentes têm sofrido mais com a doença, segundo o médico do Hospital Pequeno Príncipe.

No Sabará, têm crescido nas últimas semanas as internações por adenovírus, parainfluenza e rinovírus. "Antes, a prevalência desses vírus era menor", explica Oliveira.

"É uma situação anômala", diz o pediatra carioca Daniel Becker, que classifica o quadro atual como um "pandemônio de viroses".

"Temos visto um número excessivamente grande de crianças pegando doenças consecutivas, uma atrás da outra. É uma observação pessoal, mas existe um consenso entre os médicos de que a ordem de grandeza das contaminações está bastante acima do normal", avalia.

Mas o que explicam as mudanças de sazonalidade e de quadro clínico de vírus tão conhecidos da medicina?

'Déficit de imunidade'

"Temos visto um número excessivamente grande de crianças pegando doenças consecutivas, uma atrás da outra", diz pediatra — Foto: SCIENCE PHOTO LIBRARY, via BBC

"Temos visto um número excessivamente grande de crianças pegando doenças consecutivas, uma atrás da outra", diz pediatra — Foto: SCIENCE PHOTO LIBRARY, via BBC

É algo que ainda está sendo investigado, mas, segundo cinco médicos consultados pela reportagem, um ponto-chave é que parece haver um "déficit de imunidade" causado pelo período de isolamento social — em todas as faixas etárias, mas particularmente em crianças.

O fato de elas não terem pego tantas viroses nos meses da pandemia foi um alívio em meio à tragédia e às disrupções da Covid-19. Mas isso deixou seus sistemas imunológicos destreinados para enfrentar patologias comuns e criou grupos populacionais mais vulneráveis a alguns vírus e bactérias, diz um estudo francês de coautoria do médico François Angoulvant, que desde 2020 tem acompanhado a evolução das doenças infecciosas em Paris.

Além disso, é possível que o Sars-CoV esteja interferindo no desfecho de algumas infecções. Um caso emblemático disso diz respeito a surtos da misteriosa hepatite infantil vistos em meses recentes.

Uma possibilidade estudada pelos médicos é se crianças que foram infectadas com Covid-19 e em seguida pegaram o chamado adenovírus 41 — que causa problemas estomacais — acabaram tendo uma resposta inesperada do organismo que pode ter levado à hepatite, explica Oliveira Júnior.

Os vírus estão mudando?

De modo geral, outra hipótese sendo investigada é se os vírus comuns mudaram nos dois últimos anos.

Um estudo da Universidade de Sydney, na Austrália, publicado no periódico Nature Communications avalia que a pandemia "mudou enormemente a incidência e a genética" do VSR no país, que teve um dos lockdowns mais rígidos do planeta.

Assim como no resto do mundo, o VSR teve sua sazonalidade bagunçada na Austrália: sumiu do mapa em 2020, mas foi um dos primeiros a reaparecerem — mas no verão, em vez de no inverno — quando o país reabriu.

Os pesquisadores australianos decidiram sequenciar geneticamente os principais surtos fora de época do vírus. "Uma descoberta surpreendente foi um grande 'colapso' de cepas do RSV já conhecidas antes da Covid-19 e a emergência de novas cepas, que dominaram os surtos" em grandes partes do país, diz comunicado da Universidade de Sydney.

"Precisamos reavaliar nosso entendimento atual e nossas expectativas de viroses comuns, incluindo a influenza, e a nossa abordagem em gerenciá-los", disse John-Sebastian Eden, principal pesquisador do estudo. "Precisamos ficar vigilantes: alguns vírus podem ter praticamente desaparecido, mas possivelmente voltarão num futuro próximo, em épocas incomuns e com um impacto maior."

Ellen Foxman, de Yale, e François Angoulvant, médico em Paris, no entanto, não acham que os vírus em si estejam mudando — a principal mudança é na nossa relação com eles.

Mudanças de comportamento humano durante a pandemia mudaram o padrão de vírus comuns — Foto: Getty Images via BBC

Mudanças de comportamento humano durante a pandemia mudaram o padrão de vírus comuns — Foto: Getty Images via BBC

"Nós é que mudamos (nosso comportamento na pandemia), e não os vírus", opina Angoulvant à BBC News Brasil. "Também vimos que não entendemos plenamente a sazonalidade dos vírus e que não podemos extrapolar o comportamento de um vírus para os demais — o histórico do nosso sistema imunológico não responde igual a todos os vírus."

"A pandemia serviu para nos mostrar que as coisas que achávamos que eram culpa do clima (no caso das viroses de outono/inverno, por exemplo) não necessariamente o são", agrega Ellen Foxman. "Nosso comportamento tem um papel muito maior do que pensávamos."

Além disso, ainda há muito a se decifrar sobre o nosso sistema imunológico. Por exemplo, um grande temor durante a pandemia de Covid-19 era de que uma epidemia de gripe coincidisse com a de Covid-19, levando a um potencial novo colapso dos sistemas de saúde.

Mas, apesar de ter havido casos de co-infecção de influenza e Sars-CoV-2, a "epidemia gêmea" não chegou a acontecer.

O motivo disso está sendo estudado pelo laboratório de Foxman em Yale.

"Pesquisamos se, quando um vírus avança com muita prevalência (como no caso do Sars-CoV-2 com suas variantes hiper-transmissíveis), acabe fazendo com que pessoas que tenham se infectado recentemente tenham o sistema imunológico em alerta máximo, o que pode afastar outros vírus", diz Foxman à BBC News Brasil.

"É o que chamamos de interferência viral, mas isso não está plenamente compreendido ainda."

De qualquer modo, mesmo que a interferência viral acabe sendo comprovada, ela provavelmente não é algo permanente, afirma Francisco Oliveira Júnior, do Sabará. E os vírus, com seus ciclos de altos e baixos, vão "disputando espaço" na tentativa de se proliferar em nossos corpos.

"Não sabemos que nicho o Sars-CoV-2 vai ocupar, à medida que mais gente se vacina ou tem imunidade. Ele é capaz de muitas mutações, que podem causar infecções, não necessariamente mais graves — mas é um vírus imprevisível e pode surgir uma cepa de maior gravidade que pode afetar subgrupos com resposta imune pior."

Ellen Foxman suspeita que, com o tempo, a Covid-19 vai acabar se tornando um vírus sazonal de inverno (assim como outros coronavírus costumam ser). E que, à medida que o comportamento das sociedades ficam mais parecidos aos períodos pré-pandemia, a sazonalidade típica das demais viroses também volte a seus padrões conhecidos.

O que pais podem fazer contra as viroses infantis?

Enquanto isso não acontece, o pediatra Daniel Becker dá dicas sobre como lidar com os frequentes casos virais em crianças.

"É importante evitar correr ao pronto-socorro logo no primeiro dia de febre, a não ser em caso de bebês pequenos (quando qualquer febre tem que ser avaliada por um médico). Isso porque, por conta do contexto do pronto-socorro, muitas vezes as crianças acabam sendo medicadas desnecessariamente, até com antibióticos, e passam horas na fila de atendimento, expostas a uma co-infecção", diz ele.

Vírus da influenza, causador da gripe, praticamente desapareceu no início da pandemia, surpreendendo pesquisadores — Foto: SCIENCE PHOTO LIBRARY via BBC

Vírus da influenza, causador da gripe, praticamente desapareceu no início da pandemia, surpreendendo pesquisadores — Foto: SCIENCE PHOTO LIBRARY via BBC

"Se a criança está com um bom estado geral, ela pode ser observada com cuidado e tratada com muito líquido, mel, lavagem nasal, banho quente e vapor. E se ela ficar abatida por causa da febre, um antitérmico pode aliviar o incômodo."

Se o quadro piorar ou persistir, aí sim pode ser hora de procurar atendimento médico.

E, para crianças que estejam com muito catarro, mas sem febre e bem dispostas, brincar em áreas ao ar livre ajuda a melhorar a imunidade e a fortalecer o sistema cardiorrespiratório, agrega Becker.

Por fim, "sabemos que as crianças estão comendo mais alimentos ultraprocessados, e isso não é bom, porque piora o perfil do microbioma." Ele se refere ao conjunto de micro-organismos que vivem em partes do nosso corpo, como o sistema intestinal, e que têm demonstrado ter um papel importante na saúde geral, inclusive na imunidade.

Então uma alimentação rica em frutas, vegetais, grãos e leguminosas vai ajudar não só a saúde geral do corpo, como seu poder em combater infecções.

No longo prazo, o que podemos aprender com isso?

Manter a vacinação em dia e usar máscara quando necessário continuam sendo medidas essenciais, contra covid e outras viroses — Foto: Getty Images via BBC

Manter a vacinação em dia e usar máscara quando necessário continuam sendo medidas essenciais, contra covid e outras viroses — Foto: Getty Images via BBC

Além disso, todos os especialistas consultados pela BBC News Brasil dizem que a bagunça viral causada pela pandemia traz importantes lições, tanto para indivíduos como para as políticas públicas.

O primeiro ensinamento tem a ver com vacinas: manter o calendário vacinal em dia, inclusive (mas não apenas) contra a Covid-19, é essencial para proteger crianças e adultos dos patógenos para os quais existem imunizantes.

Governos e fabricantes de vacinas podem ter de se adaptar para oferecer vacinas (como a da gripe) durante mais tempo, para além das sazonalidades típicas, pelo menos por enquanto. E pesquisas por vacinas novas, como uma contra o VSR, ou mais fortes, como no caso da Covid-19, continuarão sendo importantes.

Para prevenir quadros virais em crianças, medidas de proteção continuam sendo essenciais, entre elas usar álcool gel, manter as mãos sempre limpas e controlar a ida a aglomerações — inclusive adultos, que muitas vezes são grandes transmissores de vírus para o público infantil.

"Outra coisa que eu jamais imaginava é como as máscaras acabaram sendo tão eficientes", avalia Ellen Foxman.
O que devemos saber sobre as máscaras PFF2/ N95

O que devemos saber sobre as máscaras PFF2/ N95

Mesmo antes da pandemia, diz ela, "poderíamos ter prevenido o alastramento de tantas doenças se não fôssemos trabalhar doentes, ou deixando que todos ficassem sem máscara em consultórios pediátricos, passando vírus adiante. Usar máscara ou trabalhar de casa pode reduzir tanto o fardo dessas doenças. Espero que a gente lembre dessas lições quando a pandemia passar."

'Esse texto foi originalmente publicado em https://www.bbc.com/portuguese/geral-61902861'

Adblock test (Why?)


'Pandemônio de viroses': como pandemia de Covid mudou padrões de vírus conhecidos - Globo
Read More

Governo de Minas entrega 11 ônibus do Transporta SUS em Curvelo - Agência Minas Gerais

Seguindo a meta de levar os serviços de saúde cada vez mais próximos ao cidadão, o Governo de Minas , por meio da Secretaria de Estado de Sa...