João Gordo mostra máscara de inalação e oxímetro usados no tratamento da DPOC. — Foto: Reprodução/Instagram/velho ranzinza
Segundo estimativas da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), pelo menos 6 milhões de pessoas tem DPOC no Brasi, embora apenas 12% dos casos sejam diagnosticados. Entre os poucos diagnosticados, somente 18% seguem o tratamento médico.
O que é a DPOC, quais são os sintomas e os grupos mais afetados?
O diretor científico da SBPT, o médico pneumologista José Antônio Baddini Martinez explica que pessoas com DPOC (também chamada de bronquite crônica e enfisema) têm muita dificuldade de respirar, principal sintoma da doença.
“No início, a falta de ar é apenas para atividades físicas. Em fases avançadas, a falta de ar aparece mesmo quando a pessoa está em repouso.”
Cansaço, tosse e catarro também são frequentes nesses pacientes, segundo o pneumologista da Faculdade de Medicina do ABC, Franco Martins.
Os grupos mais afetados por DPOC são idosos, fumantes e ex-tabagistas. “A enfermidade também é mais comum em homens com mais de 40 anos”, aponta o professor.
"A exposição ao tabaco, à poluição, gases e substâncias tóxicas são os principais fatores de risco da DPOC. A prematuridade também aumenta a predisposição à doença em idades mais avançadas", destaca o Ministério da Saúde.
Em casos menos frequentes, pessoas que expostas por muito tempo a fumaça de fogão à lenha também costumam desenvolver a DPOC.
Dificuldade de diagnóstico
A dificuldade em diagnosticar a DPOC no Brasil está no fato das doentes não interpretarem os sintomas como uma doença.
“Muitos idosos atribuem o cansaço e falta de ar ao envelhecimento, não reconhecendo que estão, na verdade, doentes”, explica Martinez.
“O mesmo acontece com fumantes, que atribuem a tosse e o pigarro aos cigarros, mas não à doença provocada pelos cigarros. Eles acreditam que quando pararem de fumar tudo vai voltar ao normal, o que não é verdade”, completa o diretor científico.
Martins também acrescenta que “muitas cidades não têm acesso ao exame que identifica a DPOC, que é o exame de espirometria, também chamado de Prova de função pulmonar, o que dificulta ainda mais o diagnóstico dessa doença no Brasil.”
Para contornar a dificuldade nos diagnósticos, a Global Initiative for Chronic Obstructive Pulmonar Disease, uma organização internacional dedicada a conscientização da DPOC, sugere o seguinte questionário para identificar casos com maior probabilidade de ter a condição:
- Você tosse várias vezes na maioria dos dias?
- Você tem catarro ou muco na maioria dos dias?
- Você fica sem fôlego mais facilmente do que outras pessoas da sua idade?
- Você tem mais de 40 anos?
- Você é fumante ou ex-fumante?
Doença não tem cura, mas há tratamento
Conforme destaca o Ministério da Saúde, a DPOC não tem cura, mas há tratamentos disponíveis que atuam retardando a progressão da doença, controlando os sintomas e reduzindo as complicações.
"É fundamental consultar um médico pneumologista para diagnóstico e tratamento adequados. A fisioterapia e os exercícios físicos com orientação profissional adequada de um fisioterapeuta também são aliados do paciente", destaca o Ministério da Saúde.
Entenda o que é a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, condição que João Gordo revelou ter - Globo
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