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Monday, January 29, 2024

Entenda os riscos por trás do jejum intermitente sem acompanhamento médico - G1

Entenda os riscos por trás do jejum intermitente sem acompanhamento médico

Entenda os riscos por trás do jejum intermitente sem acompanhamento médico

Ficar longos períodos sem comer, pular refeições: o famoso jejum intermitente. A prática virou moda e tem muita gente aderindo sem orientação médica.

O Fantástico deste domingo (28) mergulhou no universo do jejum intermitente, uma prática utilizada tanto como estilo de vida como estratégia para emagrecimento. Afinal, ficar sem comer por um longo período, faz bem para a saúde? Os especialistas alertam: isso por ser um perigo.

💪 O nosso corpo gasta energia em todas as atividades, até conversando em repouso. Esse combustível todo vem do que a gente come, como os carboidratos, proteínas e açúcares.

🪫 Depois, o corpo começa a ir atrás de outras fontes: primeiro, o glicogênio, que é uma espécie de estoque de energia armazenado nos músculos e, principalmente, no fígado. E aí, quando essa reserva é consumida, se a pessoa não come novamente, o corpo vai buscar energia nas células de gordura, a chamada cetose.

⏱️ Isso acontece, segundo os especialistas, depois de 12 a 18 horas de jejum, dependendo do metabolismo de cada pessoa. Por isso ocorre o emagrecimento.

A endocrinologista Cynthia Valério diz que muitos pacientes se beneficiam do jejum intermitente, sempre com o acompanhamento de um médico ou nutricionista. Mas alerta: ficar sem comer por muitas horas não é para todo mundo.

“Os riscos são exatamente pela falta de clareza em relação aos potenciais malefícios à saúde. Algumas pessoas fazem o jejum e acabam deixando de tomar água, ou têm uma tendência a ter queda de pressão. Essas pessoas podem ter um mal-estar importante e vão lá se exercitar, tendo uma fraqueza e inclusive, desmaiar”, diz a especialista.

Segundo Cynthia, se o paciente utiliza medicações que baixem a glicemia, insulina, medicações especificas para diabete, esse paciente não poderia fazer o jejum. “Algumas populações especificas como gestantes, lactantes, idosos, ou pessoas com mais comorbidade, crianças, também não devem usar essa estratégia”, alerta.

Ficar muitas horas sem comer também pode provocar:

🗣️ mau hálito;
😮‍💨 fraqueza;
🤒 mal-estar;
🤢 náuseas;
😣 intestino preso;
🤯dores de cabeça.

Quase todos os sintomas que a arquiteta Isabel Nogueira sentiu ao fazer jejum intermitente sem procurar antes um especialista.

“Eu sentia muito enjoo, muita dor de cabeça e ultrapassava todos os limites. E como eu trabalho lendo, isso estava grave, afetando o meu trabalho. Eu comia muita bobagem porque não tinha acompanhamento de nada. Então, o que tinha na geladeira era o que a gente estava comendo. Não tinha todo um preparo, então isso acabou me deixando muito mal assim... frustrada”, diz.

Isabel conta que emagreceu bastante, mas não estava conseguindo se manter bem.

Tudo começou com o marido, o primeiro a iniciar o jejum por conta própria, auxiliado apenas por um aplicativo de celular. “Eu estava fazendo da minha cabeça, baseado ali no aplicativo. E assim foi”, conta Itairê, marido da Isabel.

Promessas virtuais

Sem exames médicos e sem comprovação científica, não faltam perfis e aplicativos na internet que prometem milagres, cravando o tempo que a pessoa levaria para perder os quilos que deseja e fazendo perguntas como se o objetivo do jejum é para trazer mais confiança, voltar a entrar na roupa ou se sentir confortável com o próprio corpo.

Quando passou mal com o jejum, Isabel fez exames e descobriu que estava diabética e anêmica.

“Eu mudei toda minha alimentação, aí eu comecei a comprar legumes, verduras, fazer as coisas frescas, descascar mais coisas do que abrir, tirei embutido, tirei tudo isso da minha alimentação. Hoje eu faço essa dieta equilibrada, não passo fome, eu emagreci nesse período. Com a nutricionista, em dois meses, eu emagreci 8 kg”, conta.

A endocrinologista diz que, no longo prazo, as dietas tendem a ser equivalentes. “Quem faz dieta diminuindo calorias diárias ou quem alterna, no final vai ter bom resultado, se for sustentável. E isso é o que é importante: a mudança tem que ser para o resto da vida”, conclui Cyntia.

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