Até agora, nenhum dos estudos que avaliaram a DoxiPEP demonstrou que o seu uso levou a uma piora do padrão de resistência a antibióticos entre as ISTs, nem tampouco na flora bacteriana dos seus usuários. Talvez o número de indivíduos estudados ou tempo de acompanhamento deles tenham sido muito pequenos para que identificar o efeito indesejado. Ou talvez ele não vá aparecer mesmo.
O fato é que os EUA resolveram assumir o risco e bancar nacionalmente a implementação monitorizada da DoxiPEP. Afinal, essa lacuna de conhecimento só será preenchida se a DoxiPEP for utilizada de maneira mais ampla.
Há 10 anos, o cenário e os atores eram os mesmos, mas o enredo era diferente. Naquela época, depois de alguns ensaios clínicos demonstrarem que a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV, a PrEP, era capaz de reduzir em mais de 99% a transmissão desse vírus, havia na comunidade científica o receio de que o seu uso ampliado pudesse levar à seleção de cepas virais resistentes.
Enquanto cientistas discutiam o tema, os EUA se tornaram o primeiro país a recomendar oficialmente o uso da PrEP. Dez anos depois, com os medos e fantasmas resolvidos, todo o planeta busca maneiras para implementar e ampliar o acesso ao método, pois, sem ele, será impossível controlar a epidemia de HIV/Aids.
Voltando a 2023, o que motivou o CDC a adotar a DoxiPEP é a clara percepção de que, com as ferramentas utilizadas hoje, estamos perdendo a luta contra as ISTs bacterianas. Especialmente quando nos referimos aos grupos de maior vulnerabilidade, tais como mulheres cis jovens e a população LGBT+.
A aposta norte-americana para a virada desse jogo é a indicação de DoxiPEP primeiro para mulheres trans e homens gays que tenham sido diagnosticados com sífilis, clamídia ou gonorreia no último ano.
EUA são o primeiro país a recomendar DoxiPEP para a prevenção de ISTs - VivaBem
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