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Tuesday, August 22, 2023

Conhece todos? Pessoas não notam alguns sinais de ataque cardíaco, diz estudo - Revista Galileu

Uma pesquisa apresentada no Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia 2023 indica que reconhecer e agir sobre os sintomas de ataque cardíaco pode proporcionar uma recuperação mais rápida e eficiente. Para chegar a esses resultados, o estudo utilizou dados do KRAMI-RCC, um registro alimentado com respostas dadas por sobreviventes de infartos da Coreia do Sul.

“Pacientes que passaram por mais de um ataque cardíaco são mais propensos a conhecer os seus sintomas. Apesar disso, essa taxa de identificação ainda é baixa em ambos os grupos”, destaca Kyehwan Kim, um dos autores do estudo e especialista do Hospital da Universidade Nacional de Gyeongsang, em nota à imprensa.

Além da característica dor no peito, outros efeitos de um infarto incluem dor irradiada para os braços, mandíbula e pescoço; tontura; suor frio; falta de ar; mal-estar e perda de consciência. Segundo Kim, “a maioria das pessoas aponta a dor no peito, mas menos de um terço reconhece os demais sintomas”.

Amostragem

O registro KRAMI-RCC recebe as respostas dadas por sobreviventes de ataques cardíacos logo no início de seu processo de recuperação. Enfermeiros treinados conduzem os questionamentos, que têm como objetivo registrar os possíveis efeitos sentidos pelos indivíduos: dor no peito; falta de ar; suores frios; dor irradiada para a mandíbula, ombro ou braço; tontura/vertigem/tontura/perda de consciência; e dor de estômago.

Dessa forma, as pessoas foram classificadas em dois grupos: como tendo “sintomas reconhecidos”, se conseguissem identificar pelo menos um dos efeitos listados ou, caso contrário, como “não reconheceram os sintomas”. Feito isso, os pesquisadores compararam as características dos pacientes, o tempo de tratamento e sua sobrevida.

A análise ainda considerou características sociais dos indivíduos, como idade, sexo, status de relacionamento e escolaridade. Também foi levantado o histórico de saúde das pessoas, a fim de se observar a reincidência de infartos e o diagnóstico de outras doenças ou condições médicas.

Ao todo, o estudo incluiu 11.894 pessoas. Desse número, 10.623 (90,4%) tiveram apenas um ataque cardíaco e os outros 1.136 (9,6%) tiveram um evento repetido. Dentre os casos de reincidência do infarto, 118 foram excluídos por falta de dados, restando, assim, 1.018 pacientes para as análises.

Descobertas

No geral, pouco mais da metade dos avaliados (52,3%) reconheceu os sintomas do infarto. A maioria das pessoas (92,9%) conseguiu identificar a dor torácica, enquanto aproximadamente um terço reconheceu falta de ar (32,1%) e suores frios (31,4%). Pouco mais de um quarto reconheceu dor irradiada (27,4%), enquanto apenas 7,5% identificaram vertigem/tontura/perda de consciência e 1,3% notaram a dor de estômago.

Em relação às características dos pacientes, os homens (79,3%) mostraram-se mais propensos a reconhecer os sintomas do que as mulheres (69%). Outros traços associados ao reconhecimento dos sinais foram ter uma idade mais jovem, apresentar maior nível de escolaridade e morar com um cônjuge.

Vítimas de ataque cardíaco que reconhecem os sintomas do problema têm menos probabilidade de morrer no hospital, diz estudo — Foto: Pexels
Vítimas de ataque cardíaco que reconhecem os sintomas do problema têm menos probabilidade de morrer no hospital, diz estudo — Foto: Pexels

Os pesquisadores também compararam o tempo de terapia e os resultados entre os dois grupos. Cerca de 57,4% dos sobreviventes que identificaram corretamente os sintomas do infarto receberam tratamento para abrir as artérias e restaurar o fluxo sanguíneo no prazo de duas horas, em comparação com apenas 47,2% daqueles que não reconheceram os sintomas.

Da mesma forma, os pacientes que reconheceram os sintomas tiveram menor taxa de mortalidade hospitalar (1,5%) em comparação com aqueles que não o fizeram (6,7%). O grupo que não consegue reconhecer os sintomas com mais frequência foi associado a quadros clínicos com possíveis complicações, como choque cardiogênico e insuficiência cardíaca.

Entre as pessoas com infarto do miocárdio recorrente, a taxa de reconhecimento de sintomas foi de 57,5% para aqueles previamente inscritos no KRAMI-RCC e de 43,2% para aqueles não inscritos anteriormente. Apenas 14,4% dos indivíduos que enfrentaram um infarto pela primeira vez conseguiram identificar os sintomas.

“As descobertas indicam que é necessário educar o público em geral sobre os ataques cardíacos. Logo que se sentir os primeiros sintomas de um infarto, já se deve solicitar uma ambulância. Em nosso estudo, os pacientes que conheciam os sintomas de um ataque cardíaco tinham maior probabilidade de receber tratamento rapidamente e, posteriormente, sobreviver”, conclui Kim.

Segundo o Ministério da Saúde do Brasil, ataques cardíacos são a maior causa de mortes no país. Estima-se que ocorram de 300 mil a 400 mil casos anuais de infarto, e que a cada cinco a sete casos, ocorra um óbito. "Para diminuir o risco de morte, o atendimento de urgência e emergência, nos primeiros minutos, é fundamental para salvar uma vida", diz o órgão federal.

Segundo o Ministério da Saúde, ataques cardíacos são a maior causa de mortes no país. Estima-se que ocorram de 300 mil a 400 mil casos anuais de infarto no Brasil — Foto: Divulgação/Ministério da Saúde
Segundo o Ministério da Saúde, ataques cardíacos são a maior causa de mortes no país. Estima-se que ocorram de 300 mil a 400 mil casos anuais de infarto no Brasil — Foto: Divulgação/Ministério da Saúde

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