A advogada Drielly Arruda contou nas redes sociais que teve um tipo de tumor no ovário que se desenvolvia formando cabelos e dentes. O relato já atingiu mais de 22,5 milhões de visualizações e 2 milhões de curtidas apenas no TikTok.
Drielly afirmou que teve um teratoma, tumor geralmente benigno que se forma no ovário e é conhecido por concentrar diferentes tecidos humanos. "E olha que eu demorei anos para descobrir. O teratoma estava gigante, tinha dentes, cabelo", diz no vídeo.
Esse tipo de tumor é constituído por células germinativas, que dão origem aos gametas (popularmente chamado de óvulos). "Elas podem levar vários tipos de tecidos diferentes ao ovário. Embriologicamente, vêm de linhagem que pode se dividir em várias estruturas [daí a formação de fios de cabelo, dentes, pelos e até mesmo unhas e cartilagem]", explica Viviane Rezende de Oliveira, ginecologista oncológica e presidente da SBCO (Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica) na Regional Brasília.
Segundo a especialista, o teratoma não é causado por mutações genéticas. Neste caso, há alterações nas células dos ovários estimuladas por causas ainda não conhecidas.
Teratoma tem sintomas?
No vídeo, Drielly relata que sempre sofreu com fortes cólicas, a ponto de precisar ir ao hospital quase todos os meses para tomar medicação na veia. Ela recebeu o diagnóstico e operou o tumor em 2014, após passar em uma ginecologista especialista em endometriose que pediu uma série de exames à jovem.
Como o processo de desenvolvimento do teratoma tende a ser lento, ele também demora a apresentar sintomas. Nas mulheres, a doença costuma aparecer na idade reprodutiva, se concentrando entre 21 e 40 anos.
"A paciente pode não ter sintoma nenhum, porque ele em si não causa dor, mas de acordo com o tamanho pode comprimir estruturas vizinhas", explica Viviane Rezende de Oliveira. Surgem então desconfortos, como dificuldade para urinar e evacuar. A dor é mais comum em casos de torção, quando a massa gira no próprio eixo.
Necessidade de cirurgia
Pessoas com teratoma costumam ter que operar o tumor e não precisam de terapias secundárias, já que boa parte dos casos é benigna —de acordo com Oliveira, cerca de 1% dos casos evoluem para câncer.
"O tratamento termina sendo cirúrgico. Tentamos preservar o ovário, quando é possível. Se não tem como, é preciso tirá-lo", afirma a ginecologista oncológica.
Teratoma: entenda o tumor de ovário com cabelo e dentes que tiktoker teve - VivaBem
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