Nathali Haydee, de 36 anos, morreu em Águas Lindas de Goiás — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Nathali Haydee Cunha, paciente que morreu em uma unidade de saúde de Águas Lindas de Goiás, no Entorno do Distrito Federal, é descrita por amigos e familiares como “uma esposa companheira e mãe exemplar”, além de uma pessoa muito alegre e conselheira. O marido dela, o professor Jhader de Melo Montalvão, acusa o médico Pablo Henrique de negligência e acabou agredindo o profissional. O médico disse que não houve negligência no atendimento e tratamento.
Nas redes sociais, Jhader contou que uma das coisas que Nathali mais gostava era estar na igreja. O casal é testemunha de Jeová e compartilhava muitas fotos em momentos de fé.
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Nas postagens de fotos, o casal trocava declarações de amor. Em uma foto dos dois juntos com uma moldura decorada com flores, Jhader escreveu: “Sempre muito bom estar ao seu lado, te amo, minha linda”. No comentário, ela responde: “Te amo, meu preto”.
A dedicação à família era um dos pontos marcantes de Nathali. Além de advogado do marido, Fábio Cavalcanti também era amigo próximo da família.
“Era uma pessoa alegre, excelente mãe. A família mesmo falava que ela era a base da família, todos recorriam a ela para buscar conselhos”, disse.
Jhader de Melo e a esposa Nathali Haydee — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Nathali trabalhou como professora por 11 anos em escolas de Goiás e Distrito Federal. Nos últimos dois anos, dava aulas particulares em casa.
A professora deixa marido e dois filhos, um menino de 11 anos e uma menina de 15. A morte dela é investigada pela Polícia Civil.
Entenda o caso
Nathali procurou a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no Setor Mansões Odisséia no dia 6 de dezembro, com dores no corpo. Um médico atendeu a mulher e pediu um exame de dengue, pois os sintomas pareciam similares ao da doença.
Mesmo com um exame negativo para a doença, o médico que atendeu a professora disse que o diagnóstico era de dengue, pois todos os sintomas correspondiam. Ele, então, passou um medicamento para que ela tomasse em casa.
Sem melhorar, Nathali voltou quatro dias depois. Ela foi atendida pelo médico Pablo Henrique.
Médico é agredido por marido de paciente que morreu durante atendimento em UPA de Águas Lindas de Goiás — Foto: Reprodução/PM/Pablo Henrique/Arquivo Pessoal
Durante a avaliação, o profissional entendeu que a paciente não estava tão debilitada e, por isso, a encaminhou somente para tomar duas bolsas de soro. Porém, o quadro dela foi se agravando.
“O marido foi lá no médico e falou: 'Doutor, a situação está pior, a minha esposa parece que está com o corpo ficando gelado, está ficando pálida. Ela disse que não quer morrer, ela disse que está sentido que está morrendo, faz alguma coisa'. Mas o médico falou: 'não, eu tenho que esperar o soro acabar'”, narrou o advogado da família.
Um tempo depois, Jhader voltou a procurar Pablo, mas não o encontrou. “Nisso, uma professora de enfermagem viu a situação e falou: 'essa mulher não tem que estar aqui, tem que estar na sala vermelha, ela está morrendo, tem que fazer alguma coisa, ela não pode estar aqui'. A resposta foi que o médico responsável estava vindo e ele é que tinha que cuidar”, afirmou o advogado.
Quando Pablo retornou à UPA, foi informado sobre a situação de Nathali. A paciente, segundo o marido, estava gritando de dor, se debatendo e tirando à força a medicação do braço, na tentativa de parar a dor. Foi quando o médico gritou com a mulher, pedindo para que ela calasse a boca.
“A esposa começou a debater na sala, espernear e gritar de dor. Nesse momento, o médico disse: ‘é melhor você calar a boca, essa dor toda não é para isso’”, contou o advogado.
Nathali começou a apresentar quadros de desmaio e foi levada para uma sala de emergência, chamada de “Sala Vermelha”. Segundo o advogado, após um tempo, um outro médico retornou de lá e comunicou à Jhader a morte da mulher.
De acordo com o boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar, a agressão contra o médico aconteceu na tarde de segunda-feira (11), mesmo dia em que Nathali morreu.
O marido da paciente confessou aos policiais que ficou nervoso com a notícia do óbito da esposa e, por isso, invadiu a sala do médico para agredi-lo.
Um exame de corpo delito constatou que o médico teve um ferimento de três centímetros em uma das pálpebras causada pelos socos.
Os dois foram levados para a Delegacia de Águas Lindas de Goiás, onde foi lavrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) contra Jhader pelo crime de lesão corporal.
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