Às vezes, o tempo era cruel e ela chegava ao ponto de encontro cinco minutos depois da saída da van. Nessas horas, a morte lhe vinha certa na cabeça e ela pensava em desistir.
O desafio exemplifica os achados de um relatório da Roche Farma Brasil em parceria com a consultoria AT Saúde: pessoas com câncer de mama que se trataram fora do município de residência ou de sua macrorregião de saúde sobreviveram até um ano a menos do que aquelas que ficaram no mesmo município.
Vanda não desistiu, porque também encontrou no caminho pessoas que a ajudaram com carona e um local para dormir que fosse mais próximo. Em uma dessas longas viagens, a van retornou de Petrópolis sem ela. "O desespero foi muito grande. Eu falava 'eu sabia' e brigava com Deus. Por que eu?"
A resposta veio na figura de uma mulher que era recepcionista numa casa de apoio a pacientes com câncer em Petrópolis. Convidada por ela a conhecer o local naquele dia, Vanda se intrigou. Viu cores, música e alegria. Ninguém parecia em tratamento de câncer.
"Eu não acreditava, porque elas tinham cabelo, cílios, sobrancelhas e eu não tinha nada disso", recorda numa voz engolida pelo choro. Mas ela se deixou ser acolhida e saiu dali no fim da tarde dizendo que voltaria. Como os serviços ali oferecidos eram pagos, ela recorreu à patroa, que deu o dinheiro para fazer o tratamento.
Segundo as instruções, a radioterapia demandava hidratar a mama com creme ou óleo de girassol. Vanda foi na segunda opção, mas depois de uma semana, a pele ficou sensível.
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