Ele explica que, a partir dos 40, 45 anos, a testosterona masculina é reduzida, na taxa de 1,2% ao ano. "Ela cai, mas não significa que precisa repor para todo homem ou que todo homem vai ter sintoma. Alguns homens podem ter sintomas. Nesse caso, pode ocorrer o que é chamado de hipogonadismo masculino, que acontece numa parcela pequena dos homens e pode ser tratado."
No caso da menopausa, a mulher terá a pausa total da produção do estrogênio, e os ovários inclusive atrofiam no período após a última menstruação. "Menopausa não é doença, mas a queda hormonal da mulher pode causar muitos sintomas a ponto de ser necessário repor hormônio para ela. Quando o homem tem queda da produção de hormônio é preciso avaliar a necessidade ou não de tratamento, e a reposição hormonal pode ser feita com diferentes formas", diz Holh.
O principal sintoma no caso de hipogonadismo masculino é na esfera sexual, e esse muitas vezes acaba sendo o motivo da busca por ajuda médica. "Pode ocorrer queda de libido, piora da ereção. Mas esse é um quadro que também pode ser causado por outros motivos, como depressão ou até obesidade. Por isso é preciso uma avaliação completa e aprofundada."
O grande problema, segundo o especialista, é que, nas últimas duas décadas, houve um crescimento de clínicas, especialmente nos EUA, oferecendo tratamentos a todos os homens com queixas desse tipo com testosterona, sem avaliar o quadro completo e sem investigar outras causas.
"Isso é um erro grave", diz o médico. "Alguns profissionais passaram a dar testosterona para melhorar cansaço, massa magra. Mas testosterona não é para 'dar um up' é para ser usado em quem tem diagnóstico de hipogonadismo. Porque excesso do hormônio pode aumentar o risco cardiovascular em homens mais velhos."
Testosterona, portanto, não deve ser usada para emagrecimento, nem para aumento de massa magra ou para melhorar o ânimo em quem não tem hipogonadismo.
Andropausa não existe: entenda por que a 'menopausa masculina' é um mito - VivaBem
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