O colesterol, uma partícula de gordura essencial para várias funções do organismo, pode se tornar um inimigo silencioso quando atinge níveis elevados. Essa preocupação é uma realidade que afeta tanto homens quanto mulheres, mas é especialmente preocupante para elas em uma fase da vida: o climatério e a menopausa.
Naturalmente existente no nosso corpo, o colesterol é necessário para produzir hormônios e vitamina D, além de formar sais biliares e ajudar na digestão. O problema é que, em excesso, ele favorece as doenças cardiovasculares, que são a principal causa de morte no Brasil e no mundo.
O Dia Mundial de Combate ao Colesterol, celebrado nesta terça-feira, foi criado para conscientizar a população sobre o problema.
Tipos de colesterol
Existem diferentes tipos de colesterol: o HDL (colesterol de alta densidade), o LDL (colesterol de baixa densidade), o VLDL (lipoproteína de muito baixa densidade) e o colesterol total.
O LDL, muitas vezes referido como "colesterol ruim", é uma lipoproteína densa que se acumula nas artérias, aumentando o risco de eventos cardiovasculares graves, como infartos e acidentes vasculares cerebrais (AVCs).
Já o HDL, ou "colesterol bom", exerce um papel protetor ao retirar o excesso de colesterol das artérias e levá-lo para o fígado. Ele é, digamos, um faxineiro. O VLDL, por sua vez, transporta triglicerídeos, também associados ao risco cardiovascular.
Valores de referência e fatores de risco
O colesterol alto não apresenta sintomas. O único jeito de saber o seu é pelo exame de sangue.
Os valores ideais de colesterol variam conforme o chamado risco cardiovascular. Para a população geral, o colesterol total deve ser menor que 190, e o LDL, menor que 130. No entanto, para aqueles com alto risco cardiovascular, o LDL precisa estar abaixo de 70.
Diabetes, pressão arterial elevada, tabagismo, stress, idade e uso de contraceptivos orais são elementos que aumentam a probabilidade de uma pessoa ter um infarto ou um AVC, por exemplo.
“Mulheres na pré-menopausa e na menopausa, bem como aquelas com síndrome do ovário policístico, estão especialmente em risco”, afirma a cardiologista Cristiane Zambolim Capoletto, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Riscos cardiovasculares em mulheres
As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em mulheres, sendo que o infarto é mais letal nelas do que neles.
“A anatomia vascular das mulheres é mais estreita e suscetível à formação de ateroma, que são placas que se acumulam nas paredes dos vasos sanguíneos”, explica a cardiologista. Assim, as artérias podem ser obstruídas com mais facilidade.
Além disso, com a aproximação da menopausa, perde o fator protetor do estrógeno e tende a ganhar peso e acumular gordura abdominal, elementos que contribuem para as doenças cardiovasculares.
Prevenção e controle
Medidas de estilo de vida saudável são fundamentais para reduzir o colesterol. Cristiane Zambolim Capoletto cita as principais:
- Praticar pelo menos 150 minutos de atividade física moderada por semana;
- Cessar o tabagismo;
- Controlar o stress e a ansiedade;
- Adotar a mediterrânea, baseada no consumo de frutas, vegetais, peixe, azeite, grãos, cereais e oleaginosas.
A médica alerta ainda para o uso de contraceptivos como um fator de risco para doenças cardiovasculares e aponta que, quando as medidas comportamentais não são suficientes para controlar o colesterol, medicamentos podem ser necessários.
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As estatinas, como sinvastatina e rosuvastatina, são comuns e têm eficácia reconhecida. A ezetimiba pode ser associada a esses medicamentos, e em casos mais graves, inibidores do PCSK9 são utilizados.
O tratamento medicamentoso é adaptado ao perfil de risco individual e deve ser supervisionado por um médico.
Colesterol alto: por que esse fator é preocupante para mulheres - Marie Claire Brasil
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