O apresentador Yudi Tamashiro foi parar no hospital nesta terça-feira (23) após um quadro de burnout. Ele contou que acordou com formigamento nas mãos, boca seca e uma agitação intensa antes de procurar atendimento médico.
De acordo com a esposa Mila, ele tem trabalhado demais e queria "resolver várias coisas de uma só vez, envolvendo-se em reuniões, gravações de podcast e inúmeros compromissos em um curto espaço de tempo". O apresentador já está em casa para seguir com a recuperação.
Como saber que você está tendo um burnout?
A síndrome de burnout consiste em uma espécie de estresse crônico e de maior gravidade relativa ao contexto de trabalho.
Ela se caracteriza por três dimensões: exaustão emocional, despersonalização e baixo sentimento de realização.
Abaixo, veja 12 sinais que podem indicar que você tem o problema:
1. Exaustão emocional: o profissional sente que não tem energia para lidar com situações estressoras e com as exigências comuns do trabalho, além da perda do entusiasmo.
2. Despersonalização: também denominada cinismo, ela ocorre quando as pessoas passam a agir com indiferença, a ter comportamentos de hostilidade e uma atitude negativa em relação à profissão e às pessoas envolvidas no ambiente de trabalho.
3. Baixo sentimento de realização: trabalhadores se sentem frustrados, desmotivados, constantemente insatisfeitos com suas habilidades profissionais.
4. Ansiedade: isso pode resultar em um sofrimento psicológico que afeta o funcionamento diário de um indivíduo, gerando sintomas tanto cognitivos quanto físicos, como insônia, irritabilidade, dificuldade de concentração, dores musculares etc.
5. Isolamento: a pessoa tende a apresentar sintomas depressivos, ideias de inutilidade, fracasso, alta irritabilidade, e dificilmente irá se inserir socialmente.
6. Insônia: ela surge como um efeito de todo o acometimento psicológico, físico e social. Ela também é intensificada porque esses indivíduos tendem a se engajar em autocobranças relacionadas ao trabalho e em um estilo de vida nada saudável.
7. Sintomas físicos: é possível que surjam sintomas como dores musculares, cefaleias e enxaqueca, problemas gastrointestinais, disfunções sexuais, fadiga, falta de ar, taquicardia, tontura, entre outros.
8. Alterações no apetite: o organismo tende a modificar em parte seu funcionamento para lidar com as adversidades, por meio da mediação de hormônios, como o cortisol. Entre essas modificações fisiológicas pode ocorrer a redução do apetite em quadros de burnout ou mesmo na depressão.
9. Irritabilidade: no burnout, o córtex pré-frontal apresenta redução da atividade inibitória, e outras áreas são mais ativadas, o que deixa o indivíduo vulnerável a responder de maneira mais impulsiva, irritável e imediatista.
10. Dificuldade de concentração/ esquecimento: dadas as dificuldades de sono, cansaço e sintomas emocionais, como ansiedade, paramos de prestar atenção ao ambiente que nos cerca, algo que na psiquiatria é chamado de hipotenacidade.
11. Sentimentos de derrota/incompetência: o trabalhador sente uma redução da sua eficácia profissional, o que significa que ele experimenta constantemente frustração.
12. Depressão: o burnout acomete o funcionamento do cérebro saudável, afetando o funcionamento de diferentes vias cerebrais, como o córtex pré-frontal, que em sua porção mais lateral é responsável pela presença de sintomas depressivos como tristeza excessiva, falta de prazer em atividades que a pessoa gostava, falta de concentração.
É possível evitar?
Sim, adotando algumas medidas, como:
Estabeleça, se possível, um horário para o trabalho, ou seja, trabalhe somente naquele período, evitando exercer sua função fora da jornada estabelecida.
Encontre dentro do trabalho atividades para distração e relaxamento, como se alimentar com calma, estabelecer horários de descanso (nem que sejam 5 minutos) e ter uma boa relação com os colegas.
Cuidado com a autocobrança, e quando sentir que não vai dar conta de tudo, desacelere.
Defina um planejamento realista de carreira profissional, com metas palpáveis em tempo adequado.
Tenha momentos de lazer com familiares e amigos.
Se não estiver se sentindo bem, converse com alguém de sua confiança.
Saiba dizer "não".
Converse com seu chefe sobre possíveis mudanças e melhorias que trariam mais bem-estar a toda a equipe de trabalho.
Não abra mão das suas férias.
Evite contato com pessoas pessimistas e que só reclamam do trabalho e da vida.
Faça atividade física regularmente.
Tenha uma boa noite de sono.
Mantenha um equilíbrio entre trabalho, família e vida social.
Não tente aliviar o estresse usando bebidas alcoólicas, tabaco ou qualquer outra droga, e não se automedique.
Sempre faça, se possível, psicoterapia, a fim de proporcionar um momento voltado para você, no qual possa falar sobre questões que poderão ser pontos de prevenção para o burnout.
Como é o tratamento?
É longo e vai levar um tempo até a recuperação completa. Primeiro, o tratamento começa com o autocuidado da pessoa que vai precisar do suporte da psicoterapia.
O uso de medicamentos do tipo antidepressivos, ansiolíticos e indutores de sono podem ser prescritos em casos de sintomas como blecautes, apagões, irritabilidade, impaciência, agressividade, além de sintomas depressivos e crises de ansiedade.
Uma outra ferramenta que pode ajudar é a meditação no sentido de treinar o foco, a presença e a atenção.
*Com informações de reportagens publicadas em 09/09/2021, 13/05/2022 e 11/04/2023.
Yudi Tamashiro foi internado após burnout; veja como identificar sintomas - VivaBem
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