"Descobri num exame que estou com uma bactéria que vive no estômago e que a gente adquire na infância. E convive com ela. Especialmente quem teve infância pobre." Esse foi o breve relato da apresentadora Rosana Hermann, no Twitter, na noite desta terça-feira (4).
Logo, os seguidores deduziram que seria a Helicobacter pylori, mais conhecida como H. pylori, uma bactéria presente em cerca de sete a cada dez brasileiros.
A H. pylori é uma bactéria que está presente no estômago de algumas pessoas e se relaciona a processos inflamatórios como gastrite, úlcera péptica e câncer gástrico, em alguns casos.
Resistente, esse micróbio infecta o órgão ainda na infância e consegue sobreviver nesse ambiente tido como estéril, devido à acidez estomacal.
O estômago não é o único alvo da bactéria. A infecção pode se manifestar no sangue (doenças como púrpura e anemia ferropriva), fígado, coração, cérebro e pele, por exemplo.
O ser humano é o único hospedeiro dessa bactéria e a maioria das pessoas convive com a H. pylori sem apresentar sintomas.
Embora afete parte considerável da população adulta, nem sempre a H. pylori provoca doenças ou complicações. Mas algumas pessoas são mais predispostas a desenvolver lesões no estômago quando infectadas por ela.
Sintomas da infecção por H. pylori
A infecção em si é assintomática, mas, depois de muitos anos, a bactéria pode desencadear:
- Desconfortos estomacais, como dor, azia, queimação e indigestão;
- Gastrite;
- Feridas, chamadas de úlceras, no revestimento do estômago ou na parte superior do intestino delgado;
- Perda de peso, sangramento intestinal, falta de apetite e vômitos em situações mais graves, que podem indicar câncer de estômago.
Importante destacar que esses sintomas também estão presentes em várias outras doenças, então devem ser investigados corretamente antes de se atribuir à infecção por essa bactéria
Transmissão da H. pylori
De fato, o baixo nível socioeconômico acompanhado de condições de habitação e higiene inadequadas facilitam a infecção pela bactéria.
A infecção costuma ocorrer antes dos 10 anos de idade.
A transmissão ocorre pelo contato com fezes, saliva, alimentos e água contaminados.
Pode ser transmitida de pessoa para pessoa, principalmente quando as mãos não são lavadas adequadamente após a evacuação ou ao compartilhar objetos pessoais como talheres e copos.
No tuíte, Hermann até comentou: "A pobreza nunca sai de você, inclusive, fica no seu estômago".
Tratamento
Na rede social, algumas pessoas disseram também ter a bactéria ou conhecer quem tenha. "Tomei um canhão de antibióticos e nunca mais tive", disse um internauta. "Todo ano a minha dá sinal de vida, aí eu trato com uma porrada de antibióticos", contou outra.
Por ser uma bactéria, o tratamento consiste na administração de antibióticos, associados a uma classe de medicamentos chamada de inibidores da bomba de prótons, que diminuem a acidez do estômago.
Os fármacos devem ser usados por cerca de uma semana até 14 dias.
Após o tratamento, deve-se esperar algumas semanas e fazer novo teste para avaliar se a bactéria foi erradicada.
Caso a pessoa ainda apresente H. pylori, um novo tratamento deverá ser indicado.
Na maioria dos casos, apenas uma rodada de antibióticos é necessária para eliminar a infecção.
*Com informações de reportagens publicadas em 09/09/2021 e 06/06/2022.
H. pylori: bactéria contraída na infância pode viver no estômago por anos - VivaBem
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