Amanda Sales
postado em 23/02/2023 17:19 / atualizado em 24/02/2023 08:58
(crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)
Acidente Vascular Cerebral foi tema do CB.Saúde — parceria entre Correio e TV Brasília — desta quinta-feira (23/2). À jornalista Carmen Souza, o neurocirurgião e especialista em AVC, Victor Hugo Espíndola, falou sobre a letalidade da doença e a importância da rapidez no diagnóstico para o tratamento. O médico também falou sobre a necessidade de divulgar informações sobre a doença para que mais pessoas tenham conhecimento sobre as causas já que, de acordo com ele, uma a cada quatro sofrem AVC.
Primeiramente, gostaria que o senhor explicasse o que é o AVC, o popular derrame, que complicação é essa?
O AVC é o acidente vascular cerebral, todo mundo conhece como derrame, hoje é a doença que mais mata e incapacita no Brasil e no mundo. Uma em cada quatro pessoas estão sujeitas a ter um AVC. Então a gente vive um problema de saúde pública e podemos distingui-lo em dois tipos: o isquêmico e o hemorrágico. O isquêmico é o mais comum, é responsável por mais de 80% dos casos. É quando o paciente apresenta uma obstrução da artéria que leva sangue para determinadas regiões do cérebro. Quando essa artéria que leva o sangue é obstruída, aquele tecido arterial que fica sem sangue vai sofrer o que resulta em um AVC isquêmico. Já o hemorrágico, o paciente tem uma ruptura da artéria seja por um pico hipertensivo seja por um aneurisma cerebral que rompe. E ele atinge cerca de 20% dos casos. E esse é o AVC popularmente conhecido como derrame.
Quais são os sintomas de um AVC?
A primeira coisa que precisamos ter em mente é que tempo é cérebro. Na menor suspeita de que o paciente esteja tendo um AVC é preciso correr para o hospital. Não podemos perder tempo, os principais sintomas nos separamos pela anacronia de SAMU. O S é de sorriso, pede para pessoa sorrir e se ela apresentar um sorriso torto é um dos sintomas. O A é de abraço, pede para o paciente levantar o braço e vê se tem uma diferença de força porque um dos principais sintomas é essa falta de simetria de força de um lado do corpo para o outro. O M é de música, é comum que acometa a fala, então deve-se pedir para o paciente falar ou cantar algo e observar se a fala está enrolada ou se não consegue se expressar. E o U é de urgência, é ideal que o paciente vá o mais rápido possível para o hospital.
Essa janela entre o surgimento dos sintomas e o atendimento é estratégica para o que vai acontecer no prognostico da pessoa que teve o AVC ?
Exatamente. O AVC tem um dos melhores tratamentos na medicina hoje. O prognostico é diretamente ligado ao tempo, para o AVC isquêmico temos dois tratamentos: o primeiro é uma medicação que precisa ser aplicado com até quatro horas e meia do inicio dos sintomas, então o paciente que cega depois dessa janela já perde essa opção de tratamento. O outro tratamento é por meio de um cateterismo e mesmo assim o ideal é que ele seja feito com até oito horas do começo dos sintomas. Então é preciso agir rápido. Como falei, tempo é cérebro.
Quais são as principais sequelas do derrame?
Quando o derrame não mata e muitas vezes não é bem tratado, deixa sequelas que mudam a vida do paciente e de toda a sua família. Para saber o grau da sequela, é preciso saber como foi o seu AVC e qual a extensão. O nosso cérebro é topografado e temos a área da fala, motora, sensibilidade, memória então, dependendo do lugar de onde teve o AVC, vai ter uma sequela especifica. Dividimos a jornada do AVC em três partes: chegada, reconhecimento e tratamento.
Como funciona o tratamento?
A reabilitação é de extrema importância, sobretudo no primeiro ano pós AVC, quando o paciente tem maior potencial de recuperação. Só falamos de sequelas definitivas depois do segundo ano pós AVC. Nesse primeiro ano, o paciente tem que passar por uma equipe multidisciplinar com fisioterapeutas, psicólogos e fonoaudiólogos. Não é um processo fácil e serão dias ruins e bons, mas é muito necessário, muitos desses pacientes se recuperam totalmente depois dos tratamentos.
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AVC atinge uma em cada quatro pessoas no Brasil, diz neurocirurgião - Correio Braziliense
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