Por que exercitar-se é tão importante? Acredite, a falta de atividade física é uma das responsáveis por cerca de 40 doenças não infecciosas, como as cardiovasculares, o câncer e o diabetes.
Já a prática regular de exercícios, aliada à redução do tempo de comportamento sedentário, garante o bem-estar físico e mental durante todas as etapas da vida, reduz as idas aos médico e ainda promove a saúde da comunidade, do ambiente e da economia.
Então, o que esperar? Ao exercitar-se frequentemente, você consome mais energia e todos os sistemas corporais trabalham de forma harmônica, garantindo bem-estar geral e qualidade de vida.
Confira o que acontece no seu corpo:
- Consegue controlar o peso corporal
- Previne o aparecimento de alguns tipos de tumores
- Dorme melhor e previne a insônia
- Fortalece o coração
- Reduz a ansiedade e tem menos oscilações de humor
- Melhora a vida sexual
- Fica com os ossos mais fortes
Os benefícios são garantidos, mas eles variam de pessoa a pessoa, a depender de fatores como condicionamento físico, a idade, o grupo populacional e a intensidade da atividade física. Abaixo, entenda melhor por que o exercício traz essas vantagens.
Controle do peso e do açúcar no sangue
O exercício acelera a ação metabólica e, aliado a uma boa alimentação, ajuda no emagrecimento e manutenção do peso perdido, dada a capacidade de modificar a composição corporal (aumentar os músculos e reduzir a gordura corporal).
A prática combate também o diabetes e a síndrome metabólica. Na base dessas doenças está a resistência à insulina que responde positivamente aos exercícios, controlando a glicemia (nível de açúcar no sangue). Ainda há a melhora das taxas de colesterol, triglicérides e pressão arterial. Esses efeitos já podem aparecer independente do uso de medicamentos e da efetiva perda de peso.
Prevenção de vários tumores
Exercícios regulares reduzem o risco de câncer, especialmente o de endométrio, mama e intestino. O mecanismo por trás disso é que eles potencializam as defesas do corpo, as atividades gastrointestinais, a redução do peso, o equilíbrio hormonal e ainda reduzem o estresse.
Atividades físicas são úteis também no tratamento da doença, reduzindo a fadiga e controlando a perda muscular relacionada à maior toxicidade. Na reabilitação, a atividade física é aliada da qualidade vida.
Essas práticas devem ser sugeridas e autorizadas pelo médico para atender às necessidades de cada pessoa, que precisa ser supervisionada por um profissional do exercício para evitar lesões, como as ósseas, em quadros com metástase.
Outros tumores relacionados à falta de exercícios são bexiga, esôfago, rins e pulmão.
Noites bem dormidas
A falta de atividade física está associada ao risco de ter insônia. Assim, os exercícios não só previnem o problema como são parte do tratamento para combatê-la. E isso vale para todas as idades.
Maior gasto de energia gera cansaço, facilitando o início do sono, e as reações químicas promovidas pelo exercício também favorecem o repouso, especialmente quando ele é realizado ao ar livre, o que ativa o ritmo circadiano.
Coração saudável
Práticas físicas aeróbicas, como caminhadas (leves a moderadas) mais musculação fortalecem esse órgão vital.
Incluir uma caminhada moderada de 30 minutos, 4 vezes por semana na sua rotina, faz perder peso e ainda melhora o metabolismo em geral: os principais ganhos são a prevenção do infarto, do AVC, da hipertensão e da doença arterial coronariana.
Ainda não foram desvendados todos os mecanismos por trás desses benefícios. Sabe-se que os exercícios levam à queima de gordura, à dilatação dos vasos, redução da inflamação, e ainda liberam miocinas no músculo esquelético que turbinam esses efeitos —e não só no coração, mas também em outros órgãos.
Saúde mental em dia
Quem pratica qualquer tipo de exercício físico com regularidade apresenta menos dias de oscilações de humor durante o mês, comparado com quem não fez exercícios no mesmo período.
O estudo, que observou mais de 1 milhão de pessoas nos Estados Unidos, foi publicado na prestigiada revista médica The Lancet.
Melhora da vida sexual
Exercícios valem por uma pílula, e dão aquela força para quem deseja reduzir o risco de falhar na hora H.
Para quem já tem diagnóstico de disfunção erétil, ir para a academia pode melhorar as funções sexuais. Os estudos que observaram esses efeitos sugerem pelo menos 160 minutos de exercícios por semana.
Entre as principais causas da incapacidade de obter e manter a ereção estão a disfunção arterial e as doenças cardiovasculares. Quando a saúde do coração melhora, a vida sexual também se beneficia.
Ossos mais fortes
Outro ganho metabólico é a saúde óssea. Ser ativo na infância ajuda a construir ossos, enquanto na idade avançada. a atividade diminui a velocidade da natural perda de densidade.
Ossos, juntas e músculos saudáveis são a chave para evitar limitações funcionais enquanto você envelhece, inclusive prevenindo quedas. Ser capaz de ir ao mercado, subir escadas, brincar com filhos ou netos são elementos de sua autonomia que vale a pena preservar.
Os números da falta deles
No período de 2020 e 2030, cerca de 500 milhões de pessoas em todo o mundo terão doenças do coração, obesidade, diabetes, entre outras. A causa? A inatividade física. Os dados são da OMS.
Mais de 3 milhões de mortes a cada ano decorrem do comportamento sedentário, o mesmo que ficar sentado, reclinado ou deitado (sem dormir) gastando pouca energia. Horas diante das telas e tempo dentro do carro ou ônibus são exemplos.
Quanto mais se faz, mais se ganha
Os lucros de se exercitar com regularidade são dose-dependente, ou seja, exercícios têm efeito cumulativo: quanto mais se faz, mais se ganha proteção contra tumores de mama e cólon, diabetes, AVC (Acidente Vascular Cerebral) e doenças do coração.
- Aumentar as atividades físicas diárias em 10 minutos, por exemplo, reduz a morte prematura por todas as doenças.
- O investimento mínimo recomendado é de 150 minutos por semana de atividade moderada --aquela que você percebe que está se esforçando. A orientação é do Ministério da Saúde e da OMS.
- Caso queira tentar atividades mais intensas, fale antes com um médico para prevenir lesões e outros efeitos colaterais indesejados, principalmente se você tem restrições médicas.
Os melhores exercícios
Para tirar maior proveito das práticas físicas, é importante combinar exercícios aeróbicos (caminhada, corrida, natação, etc.), força (musculação), além de equilíbrio e alongamento.
Aproveite as iniciativas que oferecem equipamentos públicos para fazer exercícios, como os aparelhos de ginástica dispostos em parques e praças da sua cidade ou bairro, e até as ciclovias.
O SUS oferece o Programa Academia da Saúde, dentro das UBSs (Unidades Básicas de Saúde) com atividades abertas à população. Verifique se, na sua região, o serviço está disponível.
Fontes: Adriana Bellini Miola, cardiologista especialista pela SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia), titulada em ergometria e cardiologia do exercício pela SBC, chefe do setor de ergometria e ergoespirometria do IMC (Instituto de Moléstias Cardiovasculares) de São José do Rio Preto (SP), tem pós-graduação em cardiologia pelo Johns Hopkins Hospital Baltimore MD; Cristina Fonseca Rosa, bacharel em esporte (USP) e doutoranda do Instituto Superior de Psicologia Aplicada (Lisboa); Gisele Richter Minhoto, psiquiatra, especialista em medicina do sono e professora da Escola de Medicina da PUC-PR; Ricardo Lopes Barroso, clínico geral e endocrinologista, diretor da SBEM-SP (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia - São Paulo); Sávio Camargo, profissional de educação física da MEJC-UFRN (Maternidade Escola Januário Cicco da Universidade Federal do Rio Grande do Norte), vinculada à rede Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares); Virgílio Souza, oncologista clínico do A.C.Camargo Cancer Center (SP). Revisão técnica: Sávio Camargo.
Referências: Ministério da Saúde. Guia de Atividade Física da População Brasileira. 2021; OMS (Organização Mundial da Saúde); Pinckard K, Baskin KK, Stanford KI. Effects of Exercise to Improve Cardiovascular Health. Front Cardiovasc Med. 2019 Jun 4;6:69. doi: 10.3389/fcvm.2019.00069. PMID: 31214598; PMCID: PMC6557987; Chekroud SR, Gueorguieva R, Zheutlin AB, Paulus M, Krumholz HM, Krystal JH, Chekroud AM. Association between physical exercise and mental health in 1·2 million individuals in the USA between 2011 and 2015: a cross-sectional study. Lancet Psychiatry. 2018 Sep;5(9):739-746. doi: 10.1016/S2215-0366(18)30227-X. Epub 2018 Aug 8. PMID: 30099000.Gerbild H, Larsen CM, Graugaard C, Areskoug Josefsson K. Physical Activity to Improve Erectile Function: A Systematic Review of Intervention Studies. Sex Med. 2018 Jun;6(2):75-89. doi: 10.1016/j.esxm.2018.02.001. Epub 2018 Apr 13. PMID: 29661646; PMCID: PMC5960035.
O que acontece no seu corpo quando você se exercita - VivaBem
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