A pequena Afeefa tem apenas nove meses, porém, já passou por momentos desafiadores na luta contra o câncer infantil. No entanto, ela acabou ganhando uma importante aliada em seu tratamento: sua irmã Nazia, de 8 anos. A pequena doou sua medula óssea para salvar a vida da bebê diagnosticada com a leucemia linfoblástica aguda.
Os pais paquistaneses das meninas, Muhammad Iqbal e Batool Zahra, que moram nos Emirados Árabes Unidos há 10 anos, disseram que a filha tinha apenas três meses quando começou a sentir febre prolongada e ficar pálida, informou o jornal local The National News.
Nazia doou sua medula para a irmã — Foto: Reprodução The National News/ Burjeel Medical City
Após a pequena fazer os exames de sangue, o casal recebeu a triste notícia que a bebê estava com câncer. “A leucemia linfoblástica aguda é um dos cânceres comuns em crianças, mas precisa ser tratada agressivamente”, disse o médico Zainul Aabideen, oncologista da Burjeel Medical City, hospital em Abu Dhabi, onde a bebê fez a cirurgia. “O teste genético avançado revelou que um alto risco de uma mutação genética estava causando essa leucemia. De acordo com o protocolo internacional, a única chance de curar sua doença era através do transplante de medula óssea", comentou o especialista.
Quando a busca por doadores começou, os médicos identificaram que Nazia era compatível com a Afeefa. “Fiquei triste quando os médicos me disseram que minha irmãzinha estava muito doente”, lamentou a garotinha. Mas, quando soube que poderia ajudá-la, ela não hesitou: "Eu sou uma garota corajosa e não tinha medo. Afeefa é como minha irmã gêmea agora”, acrescentou.
O transplante de medula óssea foi realizado em 1º de dezembro de 2022. Após a cirurgia, a pequena Afeefa foi mantida em observação para se avaliar a resposta de seu corpo. Depois da realização do procedimento, ela teve algumas complicações como convulsões e infecções na corrente sanguínea, porém, ela foi tratada e se recuperou.
Para os pais, a cirurgia da filha foi um alívio. “Agora sentimos que uma grande luta acabou depois de meses de sofrimento e dor”, desabafou Muhammad. "Também quero mencionar minha esposa, que observou nossa filha o tempo todo e alertou a equipe médica mesmo que houvesse a menor mudança nela”, completou.
Os médicos também estão muito felizes com o resultado da cirurgia. "O sucesso do procedimento de medula óssea em um paciente tão jovem oferece esperança a mais crianças que precisam desse cuidado. O procedimento demonstra nossa capacidade e experiência em transplante de medula óssea. Estamos orgulhosos deste novo marco”, afirmou o professor Humaid Al Shamsi, consultor do hospital Burjeel.
As leucemias são o tipo de câncer mais comum entre as crianças, responsável por 28% dos diagnósticos. É uma doença que acontece na medula óssea e na corrente sanguínea. Existem várias formas da doença, as duas mais frequentes são a leucemia linfoide aguda (LLA) e a leucemia mieloide aguda (LMA). As taxas de sucesso do tratamento variam de 70 a 90%.
Sintomas: são muitos e podem ser facilmente confundidos com sintomas de outras doenças pediátricas corriqueiras. Os mais comuns são palidez, fraqueza, fadiga, febre, perda de peso, sangramentos, infecções de repetição, manchas roxas na pele, aumento dos gânglios...
Diagnóstico: as primeiras suspeitas costumam ser levantadas só depois do aparecimento de sintomas sem explicação aparente. Para confirmar o diagnóstico, é preciso fazer um exame de sangue e um mielograma, que analisa a medula óssea.
Tratamento: o principal tratamento para as leucemias infantis ainda é a quimioterapia. Costuma ser um protocolo longo e intenso, exigindo algumas internações para administração das medicações. Pode levar até dois anos de idas e vindas ao hospital. Outros tipos de tratamento, como transplante de células-tronco e radioterapia, só são usados em casos muito específicos.
Menina, de 8 anos, doa medula óssea para irmã de nove meses com câncer - Crescer
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