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Saturday, October 15, 2022

10 erros que talvez você cometa ao tentar curar gripe ou resfriado - VivaBem

Muitas pessoas pegam gripe e acabam recebendo diferentes palpites do que se deve fazer para se curarem. No entanto, existem diversas ações que parecem ajudar no quadro gripal, mas na verdade não têm efeito nenhum ou podem até piorar o seu estado de saúde, por isso é importante evitar esses erros.

Antes de mais nada, é necessário diferenciar a gripe de um resfriado comum, que é causado por mais de 200 tipos de vírus e costuma manter os sintomas no nariz e garganta.

A gripe é causada pela família do vírus influenza e alguns subtipos. O quadro viral é autolimitado, isto é, se cura sozinho e dura em torno de 5 até 7 dias em mais de 90% dos casos. Neste caso, o organismo como um todo acaba sendo bem mais afetado, o que inclui febre alta, dor muscular, fadiga, cansaço, tosse seca, coriza, congestão nasal, irritação ocular e aquela "quebradeira" de dor no corpo e articulações.

Veja abaixo 10 erros comuns que muitas pessoas cometem para tentar se curar da gripe mais depressa:

  • Vitamina C
alimentos fonte de vitamina C - iStock - iStock
Imagem: iStock

Esse é um dos maiores mitos. Não existe nenhuma eficácia em tomar vitamina C. Uma alimentação balanceada já provê quantidades suficientes de vitamina C. Caso a pessoa faça a ingestão de quantidades excessivas dessa vitamina, ela será excretada pelos rins. Enquanto quem tem disfunção renal terá uma excreção de forma inadequada.

  • Evitar ventilar a casa

Muitas pessoas fecham as portas e as janelas porque pensam que o vento pode causar gripe ou piorar. Existe um mito de que a friagem causa gripe, resfriado ou pneumonia, mas quando você deixa de ventilar a sua casa, ao invés de melhorar, você vai ficar em um ambiente aglomerado e transmitir a doença para mais pessoas.

Por isso é necessário que todos os cômodos da casa tenham circulação de ar adequada. Ficar em ambiente aquecido e aglomerado também não melhora os sintomas.

  • Uso indiscriminado de remédios
Remédios no carrinho - Getty Images/Istock - Getty Images/Istock
Imagem: Getty Images/Istock

Os remédios sintomáticos, que aliviam dor de cabeça ou febre, por exemplo, podem acabar piorando o seu estado de saúde. Apesar de serem remédios de conhecimento comum, eles podem alterar o funcionamento renal se usados por um prazo prolongado. Também existe o risco de úlcera gástrica e sangramento na região intestinal. Os idosos podem ser ainda mais afetados.

  • Uso de antibióticos

Existem pacientes que pensam que tomar antibiótico vai ajudar a prevenir uma infecção da garganta, pneumonia e até sinusite. Por tratarem somente de bactérias, não existe nenhum efeito sobre vírus. Porém, é muito comum em consultórios as pessoas pedirem para tomar uma benzetacil, sendo que não existe necessidade.

Em alguns casos, pacientes de alto risco, como aqueles que estão em quimioterapia, podem tomar um antiviral prescrito devidamente por um médico.

  • Forçar a saída do repouso ou se exercitar

Não adianta querer reagir se você está sentindo que deve permanecer em repouso. Se faz dois dias que você está na cama e ainda precisa de um tempo para se recuperar de um quadro gripal, então permaneça descansando.

Praticar exercícios físicos não é nada recomendado, pois o corpo ainda está em um estado de recuperação e concentra as energias em se restabelecer, e treinar na academia, por exemplo, pode atrapalhar essa fase importante.

  • Forçar a ingestão de alimentos gordurosos

A alimentação saudável é fantástica e deve ser feita durante todo o quadro gripal e precisa estar acompanhada de uma boa hidratação, porém algumas pessoas acabam pensando que refeições mais pesadas, como caldo de mocotó, vão funcionar como uma poção mágica.

Familiares também acabam estimulando o paciente a comer algo com mais gordura e condimentos. Mas o que acontece é o risco de uma sobrecarga do sistema digestivo que está se poupando, o que provoca náuseas, vômitos e até uma gastroenterite (infecção intestinal).

  • Uso de pomadas mentoladas

Tem gente que passa pomada mentolada, composta de cânfora e eucalipto, diretamente dentro do nariz para tentar desobstruir as narinas e acaba chegando no hospital com lesões na região. O produto é feito para ser usado como uma pomada de conforto. Porém sintomas respiratórios podem piorar por causa do uso indevido. O vírus não está no nariz, mas, sim, no sangue, então não existe indicação para esse tipo de uso.

O cheiro da pomada traz uma sensação agradável, de bem-estar, melhora a sensação de congestão nasal, mas o recomendado é o uso para a região torácica.

  • Consumo de bebida alcoólica
Garrafa de conhaque - Getty Images - Getty Images
Imagem: Getty Images

O conhaque é outro mito que algumas pessoas acreditam ter eficácia. O consumo de bebida alcoólica prejudica o controle de temperatura corporal e causa irritação na mucosa gástrica (camada que protege o estômago contra lesões) em um paciente que tenha se automedicado com anti-inflamatórios. O álcool desregula a temperatura, pois age no cérebro, o que pode piorar os sintomas.

  • Compressas quentes ou de álcool
dor de cabeça, compressa - iStock - iStock
Imagem: iStock

Não é ao provocar mais suor que os sintomas da gripe vão melhorar. Se o paciente tem febre, ela deve ser tratada com antitérmicos como ibuprofeno, paracetamol ou dipirona, devidamente prescrito por um profissional.

As compressas de álcool provocam a dilatação dos vasos do corpo e podem levar à desregulação da temperatura corporal, especialmente em bebês e idosos, que já tem uma dificuldade própria de regulá-la.

  • Ouvir orientações não especializadas

Qualquer medida contra a gripe precisa estar baseada em uma orientação profissional especializada que deverá indicar o melhor remédio e até mesmo identificar se existe outra doença. Por isso é importante não subestimar o tratamento adequado de um médico.

Fontes: Fernanda Bianca Paes Gulinelli, especialista em infectologia pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo); Regina Célia Santos Valim, especialista em infectologia do departamento de clínica médica infectologista da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina); e Antônio Carlos Bandeira, membro da Sociedade Brasileira de Infectologia, doutor em ciências pela Fiocruz e professor de infectologia na Uni-FTC (Faculdade de Tecnologia e Ciências), em Salvador.

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