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Thursday, August 18, 2022

Funcionários de hospital onde Bruno Krupp ficou internado relatam que modelo foi 'rude' e 'agressivo' - Globo.com

Bruno Krupp — Foto: Reprodução/Redes sociais

Bruno Krupp — Foto: Reprodução/Redes sociais

Funcionários do Hospital Marcos Moraes, onde Bruno Krupp ficou internado após atropelar o adolescente João Gabriel Cardim Guimarães, relataram, em depoimento, que o modelo foi "rude" e "agressivo" com os profissionais de saúde que o atenderam. Os enfermeiros também afirmaram que o quadro de saúde de Krupp, que tinha algumas lesões decorrentes do acidente, era satisfatório para permanência na enfermaria, sem necessidade de transferência.

Quem tomou a decisão da transferência, postergando a ida de Krupp para uma unidade prisional, como determinado pela Justiça do Rio, foi o médico Bruno Nogueira Teixeira, contratado pela família do modelo e que, nesta quarta-feira (17), foi indiciado por fraude processual. Segundo o delegado responsável pela investigação, Aloysio Falcão, da 16ª DP, funcionários que prestaram depoimento foram unânimes em dizer que o quadro clínico de Krupp sempre foi satisfatório para estar em enfermaria e que não havia nenhuma alteração nos exames.

Sem habilitação, Krupp pilotava a moto que atingiu o jovem de 16 anos na orla da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, no dia 30 de julho. Com o impacto, João Gabriel teve a perna amputada e arremessada. Ele chegou a ser socorrido com vida, mas morreu no Hospital Municipal Lourenço Jorge.

Krupp também ficou ferido e, inicialmente, foi levado para o mesmo hospital. Depois, ele foi transferido para o Marcos Moraes, onde ficou aos cuidados de Teixeira.

Em depoimento na delegacia, o médico disse que tomou a decisão de transferir Krupp da enfermaria para a UTI porque o quadro clínico do paciente "estava se encaminhando para uma insuficiência renal".

Segundo os mesmos funcionários ouvidos na investigação, a medição do volume urinário eliminado diariamente por Krupp foi prejudicado por um amigo do modelo que o acompanhava e que nunca anotava a diurese do paciente, mesmo após orientação da equipe.

Apesar do médico afirmar que Krupp precisava de atendimento em uma UTI por possível problema nos rins, os laudos do Hospital Marcos Moraes liberavam o paciente para cumprir prisão preventiva em uma unidade prisional.

Krupp, que deve responder por homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar, foi levado para uma unidade prisional no Rio no dia 6 de agosto.

Médico diz que Bruno Krupp se encaminhava para quadro de insuficiência renal

Médico diz que Bruno Krupp se encaminhava para quadro de insuficiência renal

Leia, a seguir, trechos dos depoimentos dos funcionários:

Enfermeiro que atendeu Krupp

"...paciente apresentava estado geral bom, mas com muitas escoriações devido ao acidente automobilístico. Que o paciente estava acamado, não saia do leito, mas não apresentava sinais que justificassem sua transferência para outro setor. Que em relação ao balanço hídrico do paciente o declarante pode afirmar que estava normal, mas o controle rigoroso ficou prejudicado, visto que o paciente estava acompanhado de um amigo que, apesar de orientado, por vezes, não anotava a diurese do paciente.

Que Bruno Krupp, em todo momento, se mostrou rude e arrogante, dando ordens para os profissionais e exigindo exclusividade no tratamento. Que em todo momento Bruno foi atendido por dois profissionais, que se auxiliavam e se resguardavam, caso Bruno fizesse algum tipo de reclamação, visto que o comportamento do paciente era de muita agressividade."

Krupp pediu técnica para 'balançar'

"Que no dia 04/08/2022, por volta de 9h, o paciente apresentava bom estado geral e permanecia na enfermaria do hospital, sendo administrado remédios para dor, curativos e soro, quando em determinado momento a técnica foi até o posto de enfermagem e comunicou que, ao orientar o paciente que o mesmo deveria anotar sua diurese, recebeu a seguinte resposta " que somente conseguia urinar, balançando".

...Que o paciente estava urinando em "patinho" (instrumento para acamados urinarem) todos os outros dias, mas no dia em referência, disse que não conseguia, pois estava de mãos atadas. Que o paciente já veio transferido com as mãos enfaixadas, logo não ocorreu fato novo que justificasse a necessidade de "balanço". Que no dia 04/08/2022 o declarante estava de plantão e registrou diurese de 800 ml em 12 hs, o que é parâmetro normal, sem indicação de complicação."

Bruno Krupp — Foto: Reprodução

Bruno Krupp — Foto: Reprodução

Krupp parecia bem para médica

"Que a declarante foi chamada para avaliar Bruno Krupp, que ainda estava internado na enfermaria. Que recebeu uma ligação em seguida, dizendo que o paciente teria sido transferido para o CTI e que a declarante deveria avaliá-lo na unidade intensiva. Que no início da tarde a declarante foi até o leito e se apresentou conversando com o paciente que se encontrava acompanhado de dois policiais. Que o paciente estava acordado, lúcido, cooperativo, respirando em ar ambiente, pressão arterial estável, sem uso de aminas.

Que o paciente não apresentava sinais de desidratação, com diurese espontânea, sem cateter vesical de demora, estável hemodinamicamente, sem sinais de congestão pulmonar, somente apresentando escoriações e edemas associados ao trauma. Que o paciente não apresentava sinais de retenção urinária (sem bexigoma). Que a declarante ao analisar o débito urinário das últimas 24 hs e do dia 05/08/2022, até o momento que estava no hospital, o paciente apresentava débito urinário satisfatório.

A análise dos exames laboratoriais demonstrava as escorias introgenadas estáveis desde a admissão no hospital ( creatinina 0,9 e uréia 16) CPK em queda progressiva ( o valor mais alto apresentado pelo paciente foi em torno de 2250 e no dia da avaliação estava em 1460), sem acidose metabólica, nem distúrbios eletrolíticos. Que a declarante concluiu se tratar de um caso de rabdomiólise leve com baixa probabilidade de evolução para insuficiência renal aguda, sem indicação de hemodiálise. Que a declarante foi apresentada para o médico assistente (Bruno Teixeira) e relatou o caso para o mesmo e deu sua avaliação, sugerindo a suspensão de hidratação venosa, furosemida e bicarbonato, medicação prescrita pelo médico assistente. Que o médico Bruno não questionou o parecer da declarante. Que ao final do parecer a declarante optou pela alta pela nefrologia, sem necessidade de acompanhamento nefrológico, por se tratar de paciente jovem, sem comorbidades maiores, com rabdomiólise leve com boa evolução clínica e laboratorial. Que no momento do exame feito pela declarante o paciente NÃO APRESENTAVA INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA, mesmo internado na UTI. Que a função renal do paciente era normal, tendo o paciente recebido alta do CTI no dia 06/08/2022, segundo relatos."

O que diz o médico

O médico Bruno Nogueira Teixeira prestou depoimento na 16ª DP, no inquérito em que é investigado por possível fraude processual, em 9 de agosto. Ele foi contratado pela família de Krupp para cuidar dele após o acidente de trânsito que terminou com um adolescente de 16 anos morto.

"Fui chamado para poder avaliar um paciente vítima de um politrauma severo e esse paciente evoluiu, como acontece em muitos casos desse tipo, para injúria renal aguda, que é uma lesão renal decorrente das rupturas das fibras musculares", disse.

"O quadro estava se encaminhando para uma insuficiência renal aguda e por isso o paciente, pelo potencial de gravidade que envolvia o quadro de saúde dele, eu recomendei uma internação no UTI", completou o médico.

Teixeira ainda afirmou que não conhecia a família de Krupp antes do acidente.

"Fui envolvido profissionalmente no caso, não tenho nenhuma relação com a família da vítima. É um caso de comoção nacional e é por isso que estou sendo ouvido. Antes de mais nada, eu queria prestar minhas condolências à família do João Gabriel."

Médico Bruno Nogueira Teixeira chega à 16ª DP para depor acompanhado do advogado (de paletó) — Foto: Eliane Santos/g1 Rio

Médico Bruno Nogueira Teixeira chega à 16ª DP para depor acompanhado do advogado (de paletó) — Foto: Eliane Santos/g1 Rio

Caso fique comprovado que o médico atuou para enganar a Justiça, Bruno Nogueira pode ser enquadrado no artigo 347 do Código Penal, que fala em induzir juiz ou perito a erro, e que tem pena de detenção, de três meses a dois anos, e multa.

O modelo e influencer Bruno Krupp — Foto: Reprodução/TV Globo

O modelo e influencer Bruno Krupp — Foto: Reprodução/TV Globo

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