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Saturday, August 27, 2022

Após cirurgia de separação, gêmea siamesa luta para fazer tratamento no Paraguai - Crescer

Maria tem apenas 3 anos de vida, porém, já enfrenta uma dura batalha para sobreviver. Ela e sua irmã nasceram unidas pelo abdômen, isto é, são gêmeas siamesas. Após a cirurgia de separação, Maria teve várias complicações e posteriormente foi diagnosticada com paralisia cerebral, hidrocefalia e falha no coração. Atualmente, sua família busca realizar um tratamento no Paraguai para melhorar a função neurológica da pequena. 

Natural de Belo Horizonte, Daisy Viana de Sá Prado, mãe das gêmeas, passou por uma jornada difícil até realizar o sonho da maternidade. Antes de engravidar, ela foi diagnosticada com um tumor benigno no ovário direito. Uma semana depois do diagnóstico, ela retirou esse órgão e a trompa direita. No entanto, os médicos a alertaram que seu outro ovário também tinha alguns cistos, que precisariam ser removidos futuramente. Na ocasião, a mineira iniciou um tratamento por meio de remédios para ver se seu quadro melhorava. 

Maria e Milena (Foto: Reprodução Instagram/asgemeasmariacristinaemilena)

Maria e Milena (Foto: Reprodução Instagram/asgemeasmariacristinaemilena)

Após a cirurgia para retirar o ovário direito, Daisy conta à CRESCER que teve ainda infecção hospitalar e recebeu a difícil notícia de que poderia não ter filhos. Porém, a vida a surpreendeu! Ela e o marido, Guilherme de Oliveira Prado, de 30 anos, descobriram que seriam pais não apenas de um bebê e sim de dois.  

Foi então que começou a luta do casal. Os dois descobriram que suas meninas eram gêmeas siamesas e desde então passaram por vários médicos até de fato chegar a um especialista que aceitasse acompanhar a gestação de risco. "Até encontrar o médico certo, eu já estava entre quatro e cinco meses", conta Daisy. 

Durante o período de gestação, a mineira fez repouso absoluto e contava que daria à luz com 32 semanas. Entre 27 e 28 semanas, a mãe começou a sentir contrações e precisou ser internada. O intuito dos médicos era segurar a gestação por mais tempo e dar remédios para as bebês se desenvolveram. Daisy deu à luz com 29 semanas no dia 8 de setembro de 2019 após um parto bem complicado. "A médica ligou para um médico que já tinha feito um parto de gêmeos siameses e ele veio, fez meu parto e conversou comigo", lembra a mineira. 

Maria faz tratamento com uma equipe de profissionais (Foto: Reprodução Instagram )

Maria faz tratamento com uma equipe de profissionais (Foto: Reprodução Instagram )

A cirurgia 

Quando as meninas nasceram, foram direto para o Centro de Terapia Intensivo (CTI) e Daisy não pôde vê-las. Na época, a intenção dos médicos era fazer a cirurgia de separação apenas após as bebês se recuperassem e ganhassem mais peso. Porém, o quadro de Maria acabou piorando e os planos mudaram. "No terceiro dia de vida delas, Maria estava muito instável e começou a bombear muito sangue para a Milena", explica a mãe. 

Após a cirurgia de separação, a pequena Milena ficou estável, mas sua irmã ficou muito mal e ainda passou 40 minutos na mesa de cirurgia depois que sua irmã foi liberada. "Ela não conseguiu se adaptar bem depois que se separou da irmã", relatou a mãe. "Quando eles liberaram para eu subir, chorei muito. Não as vi grudadas, só quando elas estavam separadas", relata a mineira. 

Depois da operação, os médicos ficaram acompanhando a evolução das meninas. As pequenas não pegaram nenhuma infecção no intestino, que era o que os médicos temiam, porém, as bebês tiveram que enfrentar quadros difíceis durante o período de internação. Milena ficou dois meses no CTI e desenvolveu quadros de hemorragia cerebral, problemas respiratórios e pulmonares. Felizmente, com o tempo, Milena foi se recuperando e reagindo bem ao tratamento. 

Maria e Milena com a família (Foto: Reprodução Instagram )

Maria e Milena com a família (Foto: Reprodução Instagram )

Já a situação de Maria foi bem diferente. Após a cirurgia, ela teve insuficiência renal, um quadro de infecção generalizada e hemorragia. A princípio, Daisy conta que a filha não tinha um comprometimento neurológico, mas a pequena teve meningite no hospital e posteriormente foi diagnosticada com hidrocefalia. Durante esse período, ela passou por 33 cirurgias. 

Após morar quase um ano no hospital, Maria foi para casa. "Falaram que não tinha mais nada para fazer [no hospital] e que era melhor que ela ficasse em casa. Quando ela veio, fiquei muito feliz!", conta a mãe. Na época o quadro de Maria ainda era muito grave e ela fazia tratamento com uma equipe de profissionais, incluindo fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais. Com o tempo, ela foi respondendo bem ao tratamento. Para arcar com os custos de Maria, a família organizou uma vaquinha e conseguiu arrecadar uma quantia para que a pequena realizasse um tratamento com o Canabidiol.

Maria busca fazer um tratamento no Paraguai (Foto: Reprodução Instagram )

Maria busca fazer um tratamento no Paraguai (Foto: Reprodução Instagram )

Em dezembro do ano passado, Daisy recebeu outra notícia bem difícil, o funcionamento do coração da sua filha está bem comprometido. Durante todos esses três anos, a mineira vem lutando para a filha fazer todos os tipos de tratamento disponíveis. Um deles é para recuperação de sua função cerebral com o uso de células troncos. Para isso, a família está arrecadando dinheiro para levar a filha para fazer um tratamento com células troncos no Paraguai.

Apesar dos desafios, Daisy reforça que a maternidade a fez muito feliz. "Nunca desista de seus filhos, não se deixe derrotar pelos diagnóstico e desafios que a vida hoje te oferece, a maternidade tem seus desafios mas podemos passar por ela de forma serena", afirma ela. "Tenho muita felicidade em poder ter tido a oportunidade de ser mãe de duas crianças especiais", completa.  

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