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Sunday, July 3, 2022

Problemas para dormir? Saiba como ter uma boa noite de sono - O POVO

distúrbios do sono (Foto: Isac Bernardo)
Foto: Isac Bernardo distúrbios do sono

 

 

Você é uma pessoa boa de cama? Daquelas que, sem muita cerimônia, deitam e… dormem tranquilamente, sem qualquer dificuldade? Se sim, saiba que você pertence a um exclusivo grupo de pessoas que não sofrem com os distúrbios mais comuns do sono. Sobretudo durante a pandemia, o número de brasileiros que relatam dificuldades para gozar de uma boa noite de sono é alto.

É o que revela a pesquisa “O sono da população brasileira durante a pandemia. Como a Covid-19 está impactando seu sono?”, produzida pela Associação Brasileira do Sono (ABS) e publicada na Revista Sono. Realizado entre novembro de 2020 a abril de 2021, o levantamento mostra que 70% das 6.350 pessoas entrevistadas reclamam da qualidade do próprio sono.

Mas afinal de contas, o que é ter um sono de qualidade? “Qualidade é um sono que você acorda no dia seguinte com uma sensação de sono restaurador”, é como resume o professor adjunto da Universidade Federal do Ceará (UFC), Manoel Sobreira. Supervisor da residência médica de Medicina do Sono do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), ele explica que, do contrário, a má qualidade ocorre quando no dia seguinte o indivíduo percebe que o sono não foi o suficiente.

“O sono é uma função biológica básica, assim como se alimentar. O organismo foi programado do ponto de vista evolucionista para manter o corpo em equilíbrio. As pessoas que dormem mal, ou pouco, tem dificuldades de memória, de concentração, de saúde. Pessoas que dormem menos, vivem menos. O sono é importante para todo o funcionamento do corpo”, classifica.

Bióloga e membro da ABS, Cláudia Moreno reconhece que a Covid-19 afetou a saúde da população, inclusive mesmo a de quem não foi infectado pelo vírus. Chefe do departamento de saúde, ciclos de vida e sociedade da Universidade de São Paulo (USP), ela afirma que os prejuízos são variados.

"É alarmante observar que a pandemia de Covid-19 trouxe diversos problemas de saúde. O prejuízo à saúde mental e sua associação a problemas e queixas de sono cresceram significativamente durante o período da pandemia e, sem dúvida, podem ter deixado sequelas. Além disso, as dificuldades de sono podem agravar ou desenvolver outros problemas de saúde, como metabólicos, por exemplo", declara.

Conforme dados da ABS, além da piora, o tempo de sono, que já vinha sendo insuficiente para parte da população, caiu ainda mais durante a pandemia. Antes do período pandêmico, 44,5% das pessoas relataram dormir menos de 5 horas por dia. Com a chegada do vírus em território nacional, então, o número saltou para 72,7%.

A média geral dos brasileiros inclinou-se de 7,12 horas de sono diário para 6,23 horas, isto é, bem abaixo daquelas 8 horas que aprendemos que seriam ideias para uma boa noite de sono.

O tempo de sono necessário

Mas dormir mais 8 horas por dia é realmente uma necessidade? Especialista em neurologia, Manoel Sobreira afirma que a necessidade média de sono do ser humano gira em torno de 7h30min a 8 horas, por dia. “Mas não quer dizer que todo mundo necessite desse período. Tem indivíduos que dormem 7 horas e ficam bem”, salienta.

“Essa quantidade é individual e varia de pessoa para pessoa. É importante perceber que, com aquele tempo de sono, ela se sinta bem e restabelecida. Que seja um sono satisfatório e que não precise ficar o dia sonolento ou indisposto”, acrescenta.

Se por um lado, dormir pouco pode ser um problema, dormir demais seria, portanto, a solução? Ainda segundo o professor Manoel Sobreira, “se você dorme um pouco mais do que o habitual, não é problema. Agora se você passa o dia inteiro sonolento, cansado e fadigado, o sono que você tem não é um sono de qualidade”, aponta.

Insônia: várias queixas (e soluções)

Desde sonolência excessiva durante o dia a dificuldades para iniciar e manter o sono, indo do acordar durante a noite e não conseguir voltar a dormir até ter grande frequência de pesadelos por dias seguidos. São inúmeros os distúrbios que fazem com que as pessoas se queixem de uma noite mal dormida. Contribuindo com isso, alguns hábitos passaram a agravar esses problemas durante a pandemia, conforme a 27ª edição da Revista Sono. 

Problemas de sono que se agravaram na pandemia

 

 

Higiene do sono: o que fazer para dormir melhor

Para tentar evitar que essas dificuldades se mantenham, o professor de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), Manoel Sobreira, menciona o termo “higiene do sono”, que são várias práticas e hábitos que auxiliam na melhoria da qualidade do sono. Confira o que é essa série de atividades a serem desenvolvidas antes de deitar a cabeça no travesseiro.

Dormir bem pode evitar doenças cardiovasculares

Nova atualização das métricas do Life’s Simple 7, da Associação Americana do Coração (AHA, na sigla em inglês), aponta que dormir bem pode evitar doenças cardiovasculares. A nova métrica recomenda que adultos devem dormir de sete a nove horas por noite para uma saúde cardiovascular ideal. Para crianças, a quantidade varia de acordo com a idade.

A nova métrica foi atualizada no último dia 29 de junho e publicada na revista Circulation. A atualização recebeu o nome de Life’s Essential 8, pois além dos sete fatores originais — tabagismo, alimentação, atividade física, nível de colesterol, glicose no sangue, índice de massa corpórea (IMC) e pressão arterial — passou a incluir o sono.

De acordo com o cardiologista Donald. M. Lloyd-Jones, presidente da Associação Americana do Coração, a nova métrica da duração do sono reflete as últimas descobertas científicas. “O sono afeta a saúde geral, e as pessoas que têm padrões de sono mais saudáveis gerenciam fatores de saúde como peso, pressão arterial ou risco de diabetes tipo 2 de forma mais eficaz”, disse em comunicado.

Ainda segundo o cardiologista, estudos mostram que a curta duração ou má qualidade do sono está associada à pressão alta, colesterol elevado e aterosclerose. Além disso, dormir pouco frequentemente aumenta a probabilidade de eventos cardiovasculares, como infarto e AVC.

Mudanças de rotina para uma boa qualidade de sono

A arquiteta e urbanista Clarisse Figueiredo de Queiroz, 29, conta que a dificuldade para dormir a acompanha desde a infância, ainda quando era recém-nascida. Ela lembra, por meio de histórias contadas pela mãe, que era uma bebê que não dormia, mas também não chorava por ficar sem dormir, ou seja, isso não a afetava.

“A primeira vez que eu fui num neurologista, eu tinha 8 meses de idade. Na época, o que se constatou foi que eu não tinha nada anormal, eu era só um pouquinho mais atenta. Era como se meu cérebro já estivesse processando o que estava acontecendo ao meu redor”, conta.

Na adolescência, a dificuldade em dormir começou a incomodá-la. Segundo Clarisse, o fato de não dormir bem não a deixava cansada durante o dia, mas sempre trazia a sensação de angústia. “Às vezes, eu ia virada para o colégio”, conta. Essa sensação de angústia também estava associada ao fato de ela saber que, ao tentar dormir à noite, o processo poderia durar de três a quatro horas, e ainda havia a possibilidade de acordar diversas vezes durante à noite.

Clarisse Figueredo pratica exercicios físicos e toma chás para melhorar na qualidade do sono
Clarisse Figueredo pratica exercicios físicos e toma chás para melhorar na qualidade do sono (Foto: Thais Mesquita)

Com o passar dos anos, a arquiteta fala que isso acabou fazendo parte da vida dela. Até que há quatro anos ela decidiu seguir uma rotina diferente, com boa alimentação e exercícios físicos, para melhorar a qualidade de vida e, principalmente, a do sono. Entrar no mercado de trabalho a impulsionou: “Eu não podia me dar o luxo de perder uma noite de sono porque eu sabia que tinha um compromisso de segunda a sexta. Eu acordava entre 6 horas e 6h30min, tinha uma rotina de exercício, uma alimentação mais leve nesse horário. No início da noite, após às 18 horas, que é o horário que o nosso corpo precisa começar a descansar, eu tentava ficar longe de telas, como celular e TV”.

Atualmente, apesar de não ter buscado um diagnóstico clínico, ela utiliza alternativas para melhorar a qualidade do sono, como o uso de produtos naturais, como chás e encapsulados que ajudam a relaxar a mente e o corpo. Além da prática regular de exercícios físicos. “Eu tenho conseguido ter uma noite de sono menos distraída, sem acordar por qualquer coisa. Era isso que eu sentia falta, um sono em que eu pudesse dormir e acordar apenas no outro dia pela manhã”, pontua.

Para buscar ajuda médica

Caso você apresente dificuldades para dormir ou se manter acordado, para ter uma noite bem dormida ou se fica o dia com sonolência excessiva, é possível buscar ajuda médica especializada. Em Fortaleza, além das inúmeras clínicas particulares, o Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) mantém o Ambulatório do Sono par atender pacientes com distúrbios do sono. Para conseguir atendimento, é preciso encaminhamento médico pela rede pública ou particular.

Criado em 2016, o Ambulatório do Sono do HUWC, da Universidade Federal do Ceará (UFC), possui o objetivo de avaliar e tratar pessoas que têm transtorno do sono. O local funciona todas às quartas-feiras, das 7 às 12 horas. Em média, cerca de 20 a 30 pessoas são atendidas. O ambulatório não possui restrição de idade para os pacientes, o atendimento é voltado a crianças, adultos ou idosos, de forma gratuita.

No local, o tratamento ocorre a partir do diagnóstico doença. É o que explica o coordenador do Ambulatório do Sono, o médico Manoel Sobreira. “Em um quadro de insônia pode ser estabelecido um tratamento medicamentoso para a causa da insônia, além de orientações de estilo de vida, que são importantes. Se você tem apneia obstrutiva do sono, às vezes, pode ser estabelecido algum tratamento cirúrgico, como acontece nas crianças, juntamente com o serviço de otorrinolaringologia. Às vezes, pode ser feito encaminhamento para que o paciente consiga o CPAP, aparelho que ajuda na respiração durante o sono e é fornecido pela Secretaria da Saúde do Estado”, explica Sobreira.

Ainda conforme o coordenador, o período de acompanhamento do paciente no ambulatório vai depender do problema diagnosticado. “A gente mantém um acompanhamento até conseguir solucionar o problema. Às vezes, depois que a doença é estabilizada ou que a doença é tratada, o paciente retorna para o sistema básico de saúde. Se a doença for mais grave, ele permanece em acompanhamento no ambulatório”, informa.

Dentre os exames realizados no Ambulatório do Sono, estão a polissonografia, responsável por avaliar a qualidade do sono e identificar complicações, além de teste das latências múltiplas e actigrafia. Segundo Sobreira, a realização dos exames ocorrem diariamente, dependendo da necessidade do paciente.

 

O tempo de sono necessário

Mas dormir mais 8 horas por dia é realmente uma necessidade? Especialista em neurologia, Manoel Sobreira afirma que a necessidade média de sono do ser humano gira em torno de 7h30min a 8 horas, por dia. “Mas não quer dizer que todo mundo necessite desse período. Tem indivíduos que dormem 7 horas e ficam bem”, salienta.

“Essa quantidade é individual e varia de pessoa para pessoa. É importante perceber que, com aquele tempo de sono, ela se sinta bem e restabelecida. Que seja um sono satisfatório e que não precise ficar o dia sonolento ou indisposto”, acrescenta.

Se por um lado, dormir pouco pode ser um problema, dormir demais seria, portanto, a solução? Ainda segundo o professor Manoel Sobreira, “se você dorme um pouco mais do que o habitual, não é problema. Agora se você passa o dia inteiro sonolento, cansado e fadigado, o sono que você tem não é um sono de qualidade”, aponta.

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