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Monday, July 11, 2022

Bella Falconi sobre se aposentar de rótulo de "musa fitness": "Recorria a dietas que faziam mal ao meu corpo" - Vogue Brasil

Bella Falconi (Foto: Divulgação)

Bella Falconi (Foto: Divulgação/ Carlos Sales)

Eu sempre rejeitei títulos. Quem se rotula, se limita. Mas a mídia sempre me chamou, carinhosamente de “musa fitness” e “musa do abdômen trincado”. Costumo dizer que capinei mato no Instagram. Comecei a postar em 2011 nos EUA, onde morava, quando nada disso existia no Brasil. Foi tudo muito orgânico e não fui eu quem escolheu o Instagram, mas a plataforma, de uma certa forma, me escolheu. Isso porque, naquela época, a única forma de ser descoberto e ganhar seguidores era quando a própria plataforma promovia seus posts na página explorar. O próprio Instagram escolhia quem apareceria naquela página. E como eram poucos usuários, até então, eu sempre aparecia por lá.

Ganhava milhares de seguidores diariamente e não fazia a menor ideia de que o Instagram mudaria a minha vida. Entrei na plataforma por pura curiosidade. Nunca quis ser famosa. Estava acomodada num trabalho de escritório que tinha na época e tudo que queria era ser saudável. Mas ser saudável e monetizar em cima disso, em cima da minha vida, seria melhor ainda! Em 2013 estourei no Brasil. Passava longas temporadas por aqui e dava inúmeras entrevistas para grandes veículos de TV, revista, sites e jornais.

Vivi o meu ápice de “musa fitness” até o final de 2014 quando anunciei que estava grávida e que não iria mais postar conteúdos dedicados ao universo do fisiculturismo. Estava me aposentando do título que, na realidade, nunca me encaixei. Nunca me senti uma musa. Acredito que isso seja extremamente injusto com outras mulheres — seria como impor um padrão que eu mesma não acredito. Perdi alguns milhares de seguidores e aquilo foi um divisor de águas para minha carreira. O público masculino caiu para menos de 10%.

Passei a comunicar com mães e mulheres que estavam interessadas em adquirir um corpo saudável sem radicalismos. Não era mais a Bella Falconi musa de 2013, mas a Bella que estava grávida da primeira filha, que já estava cansada da cobrança do palco de competições e que já não suportava mais frango com batata doce, restrições irreais, não ter nenhuma refeição livre, não viajar para lugares que não tinham academia, comer ovo e sardinha dentro do avião, secar o frango de restaurante no guardanapo... coisas que não faziam sentido naquela época e menos ainda nos dias de hoje.

A minha transição foi genuína. Nunca escondi de ninguém as minhas escolhas, até as mais radicais quando contava calorias ou recorria a dietas que faziam mal ao meu corpo. Ainda que isso me custasse seguidores e contratos. De fato, perdi alguns contratos. Não tinha mais musa, então alguns já não faziam sentido. O público evoluiu comigo. Parte daqueles que saíram voltaram anos depois e outros, talvez nunca mais voltem. E essa é a beleza da vida. Você fidelizar pessoas com base em quem você é de verdade. E é lindo mudar. É muito genuíno se permitir novas descobertas e riscos.

Hoje, mais de 10 anos depois, tenho clareza com relação ao caminho que trilhei, onde já cheguei e aonde ainda quero chegar. Hoje posso falar com autoridade de quem viveu e ganhou experiência em diversas áreas, como a maternidade e o empreendedorismo. Não há nada mais gratificante do que transbordar e ajudar outras mulheres a construírem suas próprias histórias de forma legítima e sendo quem elas verdadeiramente são! Se eu não tivesse sido honesta sobre a minha transição em 2014 eu teria que sustentar um personagem por todos esses anos. E a pergunta que fica é: será que isso teria futuro? Imagino que não. Uma hora as luzes apagam, as máscaras caem e não somente o público perde o interesse, mas você mesmo perde o interesse na ficção.

Hoje sou dona do meu próprio negócio, tenho dezenas de contratos na rede social, empreendo fora dela, ajudo milhões de pessoas por meio das minhas postagens e o meu coração está completamente preenchido. Uma dica preciosa: o porquê sempre vai ser mais importante do que o “como”. Se eu não tivesse me mantido fiel ao meu propósito, seguramente eu não teria “sobrevivido” todos esses anos na rede social e sido capaz de expandir meus negócios para fora dela.

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