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Saturday, June 11, 2022

Aumento de casos de doenças do coração durante a pandemia preocupa especialistas - Globo

Aumento de casos de doenças do coração durante a pandemia preocupa especialistas — Foto: Reprodução

Aumento de casos de doenças do coração durante a pandemia preocupa especialistas — Foto: Reprodução

O aumento de casos de doenças do coração durante a pandemia preocupa os médicos.

Dois anos atrás, Cláudia ficou cinco dias internada por causa da Covid.

Jornal Nacional: Até junho de 2020, qual era seu estado de saúde?
Cláudia Maria Alves, aposentada: Era ótimo. Eu tinha uma vida muito mais saudável e muito mais ativa. Hoje, a minha vida, eu não tenho mais as mesmas atividades que eu tinha antes. Eu não posso ficar em pé mais de dez minutos, por exemplo.

Dias depois de receber alta da Covid, Cláudia começou a sentir cansaço, falta de ar e inchaço, principalmente nas mãos e nos pés. Foi então que ela procurou um cardiologista, fez exames e descobriu que apenas 30% do coração estava funcionando.

Roberto Kalil Filho, diretor do Instituto do Coração em São Paulo, diz que o coronavírus pode atacar as artérias e provocar doenças graves.

“A chance de formar um quadro chamado trombo aumenta, levando ao infarto e acidente vascular cerebral. Então, isso é agressão direta do vírus nas artérias. O vírus pode causar também arritmia cardíaca, hipertensão arterial e pode também agredir diretamente o músculo do coração, que é a chamada miocardite”.

O laudo médico do Hospital Universitário Pedro Ernesto revelou que Cláudia teve miocardite causada por Covid-19. “O coração inchou, aí ele toma o peito inteiro e não faz a função dele, que é uma bomba”, conta Cláudia.

Cláudia hoje gasta mais de R$ 500 por mês com medicamentos.

“Eu tomo cinco remédios hoje, e a previsão dos médicos é que eu vou tomar para sempre. Não tem cura. É tomar o remédio e ir controlando e, se tiver alguma coisa mais grave, só o transplante”, conta Cláudia.

Pesquisadores dizem que, além dos efeitos do próprio coronavírus, outros fatores vêm contribuindo para o aumento de problemas no coração.

Nos últimos dois anos, muita gente reduziu a atividade física, ganhou peso e aumentou o consumo de álcool. Com o distanciamento, as pessoas também passaram mais tempo sem procurar um médico.

“Desde 2018, 2019, a gente já tinha observado uma tendência de estabilização das doenças, da ocorrência das doenças cardíacas, doenças vasculares no Brasil. Com a Covid, com a pandemia, essa tendência, na verdade, inverteu e houve um incremento das mortes por doenças cardiovasculares”, explica Carisi Anne Polanczyk, do grupo de estudos sobre a Covid e o Coração – SBC.

De janeiro a junho de 2019, antes da pandemia, os cartórios brasileiros registraram mais de 30 mil óbitos nessas circunstâncias. No mesmo período do ano passado, foram 46 mil - aumento de 54%. Este ano, foram mais de 44 mil.

“Quase 40% dessas mortes poderiam ser evitadas por prevenção. Se sabe os fatores de risco: hipertensão, diabetes, colesterol, o sedentarismo, tabagismo, a hipertensão arterial. Então, a mensagem é que nós estamos quase no pós-pandemia, as pessoas acometidas pelo vírus podem ter consequências mais tardias no coração, sim, mas a mensagem é prevenção”, enfatiza Kalil.
“É tomar vacina e se cuidar, porque não é uma coisa que acabou. Você tem que estar sempre preocupado com isso, porque a consequência é muito ruim. Não é uma coisa simples, não”, alerta Cláudia.

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