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Saturday, December 25, 2021

Burnout: como prevenir, identificar e tratar - Valor Econômico

Burnout tem cura e por isso é importante diagnosticar o mais rápido possível. O alerta é dado pela doutora Ana Merzel, psicóloga e coordenadora do Programa de Experiência do Paciente do Hospital Israelita Albert Einstein. “Burnout é considerado uma síndrome do esgotamento profissional. É caracterizado como síndrome porque é um conjunto de sinais e sintomas que envolvem tanto aspectos do indivíduo quanto da empresa. O que a gente observa é que ele começa por um estresse prolongado no trabalho que gera tanto esgotamento físico quanto psíquico”. A psicóloga alerta que, apesar de ter origem no ambiente profissional, o burnout pode acabar se esparramando para outras esferas da vida.

Quais os sintomas do burnout

Existe um conjunto de sinais e sintomas que são observados na pessoa com burnout, explica Merzel. Um deles é a despersonalização, que é aquela sensação de não se reconhecer em você mesmo, de estranhar as próprias manifestações e reações em relação às situações. Mas também existe a exaustão psicológica, seguida da perda de interesse pelas atividades e da sensação de descomprometimento. É algo além do estresse. “Acredito que a prevenção está muito ligada à identificação precoce do adoecimento psíquico”.

Como tratar o burnout

Conforme explicações da doutora Ana Merzel, após o burnout ser diagnosticado, normalmente, o primeiro passo do tratamento é a medicação, que deve ser acompanhada de psicoterapia para que se entenda qual é a raiz da síndrome, como se desenvolveu, quais sinais passaram despercebidos e quais mudanças precisam ser realizadas para a melhora na qualidade de vida. “Em momentos como esses, muitas pessoas redefinem caminhos. Às vezes, funciona como um momento de revisão do que a pessoa quer na vida e na carreira”.

O papel da empresa para evitar o burnout

Uma pesquisa da Vittude, em parceria com a Opinion Box, mapeou que, entre os 510 funcionários entrevistados, 41% sofrem de estresse ou ansiedade por causa do trabalho, 30% sentem que o líder trabalha muito e está próximo de um colapso ou burnout e 25% tem um gestor tóxico e que não se preocupa com a saúde mental do time. O fato curioso é que, entre os 504 líderes questionados, 83% acreditam oferecer as condições para a equipe equilibrar vida pessoal e profissional.

Paulo Sardinha, presidente nacional da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH) considera que as organizações, como um agente da economia e da sociedade, possuem responsabilidade e condições de perceber e prover ajuda especializada aos funcionários. Na visão de Sardinha, a melhor boa prática das organizações é contratar profissionais especializados para tratar o tema, proteger os profissionais afetados da discriminação, respeitar os desejos e as necessidades de cada um e preparar as lideranças.

“Algumas empresas estão capacitando os líderes para reconhecer sinais de alterações no comportamento dos colaboradores. Acho importante enriquecer a liderança com conhecimento para que ela observe melhor o colaborador, identifique os sinais com mais facilidade, evite os casos de discriminação e solicite a ajuda especializada necessária.”

Nesse contexto, Merzel destaca que a empresa pode, ainda, fazer o mapeamento do estado psíquico dos colaboradores em dois momentos diferentes: por meio das pesquisas internas de clima e engajamento ou durante os exames periódicos. “Acredito que, hoje, o adoecimento mental é um dos transtornos que mais contribuem para o absenteísmo. São licenças muito longas que geram impactos tanto na pessoa que está adoecida, quanto na equipe que fica sobrecarregada. A empresa precisa estar atenta.

As diferenças entre burnout e estresse

Um dos maiores mitos do burnout, na visão da médica Ana Merzel é tratar a síndrome como um estresse que vai passar. A pedido do Valor, ela listou algumas diferenças importantes entre as duas situações:

Entenda: diferenças entre burnout e estresse

Estresse Burnout
Dano primário: físico Dano primário: emocional
Apesar da perda de energia, há excesso de comprometimento com as entregas que precisam ser realizadas Devido a sensação de desamparo, desmotivação e desesperança, o descomprometimento impera
As emoções são reativas As emoções não são reativas e a pessoa tende a ser mais irônica
Pode causar distúrbio de ansiedade Pode levar à depressão e desesperança
Pode matar prematurament Pode gerar a percepção de que a vida não vale mais a pena

Dicas para lidar melhor com o trabalho

  • Aos que querem ter um dia a dia mais leve: “O trabalho tem que estar muito alinhado ao propósito e aos valores pessoais, porque, quando fazemos o que gostamos, tudo é mais simples, fácil e prazeroso. Então, algumas perguntas que sempre temos que nos fazer são: tem um propósito no que eu faço? Qual é meu objetivo de vida? O que eu quero? Como eu posso contribuir nessa oportunidade? A empresa onde estou tem valores próximos aos meus? É assim que eu quero passar a minha vida? Encontrar essas sintonias ajuda muito”, afirma a médica Ana Merzel.
  • Àqueles que estão com receio de se abrir com a empresa: “Procure não esconder suas questões de ordem emocional porque você atrasa a ajuda necessária. Caso não se sinta confortável para conversar sobre o assunto com a liderança imediata, busque o RH, onde, de uma maneira geral, há pessoas preparadas para receber essas questões e fazer o encaminhamento adequado. Com relação ao burnout, não é o tempo que resolve, é a ajuda especializada. Omitir a questão, só aumenta a carga de sofrimento”, diz Paulo Sardinha,, da ABRH

Dicas práticas para colocar limites na rotina*

  • Não dispense feriados, folgas e finais de semana: esses momentos são importantes para recarregar a energia.
  • Tenha horários rígidos para trabalhar: tente não responder e-mails ou mensagens fora do horário comercial.
  • Aprenda a dizer ‘não’: no começo é difícil, mas depois é libertador.
  • Reorganize a sua agenda: pode ser que você esteja trabalhando demais porque seus horários estão mal organizados.
  • Estabeleça as suas prioridades: será que essa tarefa é realmente tão importante e urgente assim? Você vai se surpreender como, muitas vezes, o que parece urgente não é.
  • Descubra o que te faz bem: tenha hobbies e prazeres fora do ambiente de trabalho. Autoconhecimento é fundamental para a saúde mental, mas muitas vezes, temos dificuldade em entender o que estamos sentindo.
  • Fonte: healthtech Amparo Saúde

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