RIO — A nova variante identificada por cientistas sul-africanos, batizada de C.1.2., já foi detectada em ao menos sete países, entre eles Portugal. O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) confirmou, nesta segunda-feira, ao jornal português Observador que o caso foi diagnosticado no início de julho na região da Madeira. O Instituto, no entanto, negou que haja evidência de que a variante seja mais infecciosa ou resistente às vacinas.
Os primeiros casos da C.1.2. foram identificados em maio na África do Sul, nas províncias de Mpumalanga e Gauteng. Desde então, a variante do novo coronavírus já foi detectada em outras províncias, além de países como Portugal, Inglaterra, China, República Democrática do Congo, Maurícia, Nova Zelândia e Suíça.
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A resposta do INSA contraria, no entanto, as conclusões do estudo que identificou a nova variante. Segundo a publicação, a C.1.2. tem alterações na proteína spike que foram observadas em outras variantes de preocupação e associadas a um aumento na transmissibilidade e a uma redução da sensibilidade à neutralização.
Os responsáveis pela pesquisa destacaram ainda o aumento na proporção da variante entre os sequenciamentos genômicos mensais feitos na África do Sul. De acordo com eles, em maio, a variante era responsável por 0,2% dos casos sequenciados. Esse percentual subiu para 1,6%, em junho, e chegou a 2% em julho. Os pesquisadores apontam que o aumento é similar ao visto com a variante Beta (B.1.351) e a Delta (B.1.617.2) no país.
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Nesta terça-feira, a porta-voz da Organização Mundial da Saúde, Margaret Harris, disse em coletiva da Organização das Nações Unidas (ONU) que a nova variante, chamada de C.1.2., "não parece estar aumentando em circulação”.
Harris acrescentou que, por enquanto, a mutação não é classificada como uma “variante de preocupação” (VOC) pela OMS, como a Alfa, a Beta, a Gama e a Delta. As novas variantes que são identificadas, mas ainda não são consideradas mais graves ou transmissíveis, são classificadas como “variantes de interesse” (VOI) pela organização.
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O estudo que detectou a C.1.2. foi publicado na última semana por grupos sul-africanos, como a Plataforma de Inovação e Sequenciamento de Pesquisa KwaZulu-Natal e o Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis, mas ainda não foi revisado por pares.
A C.1.2. surgiu a partir da C.1., uma linhagem do vírus que dominou as infecções na primeira onda da pandemia na África do Sul em meados de 2020.
As mutações no vírus “estão associadas a uma maior transmissibilidade” e a uma maior capacidade de evasão de anticorpos, disseram os cientistas. “É importante destacar esta linhagem dada a sua constelação de mutações.”
As mutações no vírus vêm provocando ondas sucessivas do coronavírus com a variante Delta, encontrada pela primeira vez na Índia, e agora responsável por aumentar as taxas de infecção em todo o mundo.
Nova variante africana: o que já se sabe sobre a cepa de coronavírus que chegou a Portugal - Jornal O Globo
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