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Sunday, October 31, 2021

Câncer de mama: 'Decidi seguir com gestação e fiz quimioterapia grávida' - VivaBem

Um dia, Karina Goto, 37, estava amarrando o cabelo em frente ao espelho quando notou uma saliência na mama esquerda. Fez o autoexame, encostou na região e sentiu uma "bolinha". Como estava desmamando o filho de 2 anos, pensou que a alteração tinha alguma relação com isso e poderia ser leite empedrado. Mesmo assim, ficou preocupada e marcou uma consulta com a ginecologista.

Em outubro de 2020, depois de realizar ultrassom, mamografia e uma biópsia, o resultado dos exames confirmaram o câncer de mama —um tumor ainda inicial e localizado.

Na semana seguinte, Karina passou pela cirurgia de mastectomia, com reconstrução de mama, além do esvaziamento axilar (retirada de linfonodos, estruturas que integram o sistema linfático, da região).

Na época, Karina e o marido resolveram congelar os óvulos para esperar o tratamento e, depois, engravidar novamente. A fisioterapeuta de Maringá (PR) tomou os medicamentos e, na semana que iria fazer o ultrassom, o exame apontou uma suspeita de gravidez, com a presença de um saco gestacional —região que abriga o embrião.

Levei um susto, pensei: 'Meu Deus, estou grávida'. Tinha acabado de fazer a cirurgia, aí o médico que fez o ultrassom falou para eu realizar o exame de beta HCG [que detecta gravidez] e avisar meus médicos sobre isso.

A gravidez foi, então, confirmada. No entanto, logo após a cirurgia, Karina precisava iniciar a quimioterapia para continuar o tratamento contra o câncer de mama. Um dos médicos explicou que ela poderia interromper a gestação por causa dos riscos envolvidos se, para ela, isso fosse uma opção.

karina goto - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal

Karina esperou 12 semanas de gestação para iniciar quimioterapia

Imagem: Arquivo pessoal

Mas a fisioterapeuta decidiu ouvir outros especialistas sobre o tema. "Resolvi correr os riscos de o bebê, por exemplo, não se desenvolver ou de perdê-lo", diz. O outro médico consultado informou que interromper a gravidez não era necessário. Um alívio e tanto para Karina.

Segundo Raphael Brandão, coordenador do serviço de oncologia do Hospital Moriah (SP), a gestação em pessoas diagnosticadas com câncer de mama só é interrompida quando há "risco iminente de morte para a mãe."

"Quando o paciente está no primeiro trimestre, também não podemos fazer quimioterapia porque o quimioterápico é teratogênico, o que pode causar má formação do feto", explica o médico. A amamentação também não pode ser realizada se a paciente estiver fazendo quimioterapia, por conta da forte medicação presente no tratamento.

Karina precisou interromper de vez a amamentação de Henrique, filho mais velho que hoje está com 3 anos. Também necessitou de um acompanhamento mais próximo dos médicos e estratégias específicas para a gravidez ocorrer de forma segura.

Ela esperou 12 semanas de gestação, por orientação do médico, para iniciar a quimioterapia. No dia 28 de dezembro de 2020, Karina começou com as quatro sessões vermelhas, consideradas mais agressivas e, só depois, fez nove sessões brancas, mais "leves".

Da quimioterapia ao parto

"Passei a gestação inteira fazendo quimioterapia. Tive medo de ter enjoo, como todo mundo fala dessas reações nas sessões, mas só por Deus mesmo, não tive nada. A única coisa que senti, nas primeiras semanas, foi o intestino preso e um pouco de dor nas articulações", conta.

karina goto - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal

Karina na última sessão de quimioterapia

Imagem: Arquivo pessoal

Karina também resolveu raspar o cabelo quando os primeiros fios começaram a cair: "Fui uma grávida barriguda e carequinha", brinca. Quando estava finalizando as sessões brancas, entrou em trabalho de parto antes da hora. Nesta época, chegou a fazer dois ultrassons por semana.

"Terminei uma sessão de quimioterapia e, depois de duas semanas, ele nasceu porque começou a ficar com riscos à saúde, de entrar em sofrimento", explicou.

Karina deu à luz Heitor, com 34 semanas, no dia 31 de maio deste ano. Ele passou dois dias na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) por causa de dificuldades respiratórias e, depois, deixou o hospital saudável, sem nenhum risco à saúde.

"Olha, só por Deus mesmo que ele não teve nenhum problema, uma inflamação e que eu não perdi o bebê na gestação. Quando eu fiz a mastectomia, já estava grávida e não sabia", lembra.

A importância dos exames em dia

Agora, Karina seguirá com o tratamento medicamentoso por mais cinco anos para evitar que o tumor volte. "Não tenho mais câncer, mas ainda estou na luta para não ter recidiva", diz.

karina goto e família - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal

Karina com o marido Elton, e os filhos Henrique (maior) e Heitor

Imagem: Arquivo pessoal

A fisioterapeuta usa do exemplo para trazer um alerta importante às pessoas. "Meu último ultrassom tinha sido em 2017 e meu filho nasceu em 2018. Em 2019, pelo processo de amamentação, não fiz os exames e, em 2020, já estava com câncer. A gente não pode esquecer de se cuidar", lembra.

De acordo com o oncologista do Hospital Moriah, a recomendação para fazer mamografia é a partir dos 40 anos —caso essa pessoa tenha histórico na família, esse exame pode ser realizado antes. "Já o ultrassom é utilizado em mamas mais densas, de mulheres mais jovens. A ressonância também pode auxiliar de forma complementar em ambos métodos citados."

"Eu tinha 36 anos, era jovem e sem histórico de câncer de mama na família. Não é só porque está grávida ou amamentando, que não há risco de ter câncer. Precisamos ir ao médico, fazer os exames de rotina, se cuidar e se olhar", afirma Karina.

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Veja 9 dicas para dormir melhor e recuperar o sono perdido durante a pandemia da Covid-19 - Jornal O Globo

Seu sono não é o que costumava ser? Sua mente dispara quando sua cabeça encosta no travesseiro? Você acorda às 4 da manhã e tem dificuldade de voltar a dormir? Você está se sentindo sonolento e privado de sono, não importa quantas horas passe na cama?

Insônia:veja causas, sintomas e tratamentos

Para muitas pessoas, dormir mal já era a norma antes da pandemia de Covid-19. Mas o estresse, a ansiedade e as preocupações pioraram ainda mais as nossas noites, dando origem a termos como “coronassônia” para descrever o aumento dos distúrbios do sono no ano passado. Recentemente, porém, especialistas notaram algo que os surpreendeu: após mais de um ano de pandemia, a qualidade do sono continuou a piorar.

Sono atrasado, fragmentado ou oportunista?:Estudo mostra os principais problemas para dormir surgidos na pandemia

Em uma pesquisa com milhares de adultos em maio do ano passado, a Academia Americana de Medicina do Sono descobriu que 20% dos americanos disseram ter problemas para dormir devido à pandemia. Mas quando repetiram sua pesquisa 10 meses depois, em março, esses números aumentaram dramaticamente. Aproximadamente 60% das pessoas disseram que lutavam contra uma insônia relacionada à pandemia, e quase metade relatou que a qualidade do sono havia diminuído — embora as taxas de infecção por coronavírus tenham caído e o país esteja se recuperando.

— Muitas pessoas pensaram que nosso sono deveria estar melhorando porque podemos ver a luz no fim do túnel, mas está pior agora do que no ano passado — disse Fariha Abbasi-Feinberg, especialista em medicina do sono e porta-voz da Academia Americana de Medicina do Sono. — As pessoas ainda estão realmente tendo problemas [para dormir].

O sono frequentemente ruim é mais do que apenas um incômodo. Ele enfraquece o sistema imunológico, reduz a capacidade de memória e atenção e aumenta a probabilidade de doenças crônicas como depressão, diabetes tipo 2 e doenças cardíacas. Quanto mais curto for o seu sono, sugerem os estudos, mais curto será o seu tempo de vida. E para pessoas com mais de 50 anos, dormir menos de seis horas por noite pode até aumentar o risco de demência.

— Durante o ano passado, tivemos a tempestade perfeita de todas as coisas ruins que podem afetar o seu sono — disse Sabra Abbott, professora assistente de neurologia em medicina do sono na Escola de Medicina do Sono da Universidade Northwestern Feinberg em Chicago, Estados Unidos.

Estudos mostram que, na pandemia, as pessoas tendem a manter horários de sono irregulares, indo para a cama muito mais tarde e dormindo mais do que o normal, o que pode perturbar nossos ritmos circadianos. Reduzimos nossos níveis de atividade física e passamos mais tempo dentro de casa; engordamos e bebemos mais álcool; e apagamos as linhas que separam o trabalho e a escola de nossas casas e quartos — tudo isso é prejudicial ao sono.

Nossos níveis de estresse e ansiedade, que são duas das principais causas da insônia, também dispararam. E, paradoxalmente, um tempo extra na cama pode piorar as coisas para quem sofre de insônia, pois quando alguém tem dificuldade para adormecer ou continuar dormindo, seus cérebros associam a cama a experiências estressantes, afirma Abbot.

Um dos tratamentos mais comuns para a insônia é uma estratégia chamada restrição do sono, que melhora a qualidade e eficiência do sono das pessoas. Mas o que mais podemos fazer para colocar nosso sono interrompido de volta nos trilhos? Abaixo, listamos algumas dicas. 

Siga a regra dos 25 minutos

Se você se deitar e não conseguir dormir depois de 25 minutos, ou acordar à noite e não conseguir voltar a dormir depois de 25 minutos, não fique na cama. Levante-se e faça uma atividade tranquila que acalme sua mente e o deixe sonolento, como um alongamento, uma leitura com luz baixa, meditação ou exercícios de respiração profunda. Mas só volte para cama quando se sentir cansado novamente.

Jogue fora suas preocupações

Uma a duas horas antes de dormir, anote todos os seus pensamentos em uma folha em branco, especialmente aquilo que o está incomodando — pode ser o que você vai fazer amanhã no trabalho ou as contas que precisa pagar. Depois, amasse-a e jogue-a no lixo. O ato de despejar seus pensamentos em um pedaço de papel e jogá-lo fora é um gesto simbólico que te fortalece e acalma sua mente, afirma Ilene Rosen, especialista em medicina do sono e professora associada de medicina na Escola de Medicina Perelman da Universidade da Pensilvânia.

Restrinja o uso de telas antes de dormir

Evite o uso de celulares ou outros dispositivos eletrônicos na hora de dormir, porque a luz azul que a tela deles emite diz ao seu cérebro que é hora de acordar. Mas se for usá-los mesmo assim, use-os apenas em pé. Quando sentir vontade de sentar ou deitar, guarde o aparelho.

Acorde na mesma hora todos os dias

Nossos corpos seguem um ritmo circadiano diário, e acordar em horários diferentes o deixa fora de sincronia. É melhor estabelecer horários padrões para acordar  e dormir, mesmo nos fins de semana. Quanto menos você se desviar desses horários, melhor dormirá.

Pegue sol todas as manhãs

Procure obter pelo menos 15 minutos de luz solar logo no início da manhã para que a liberação de melatonina , um hormônio que promove o sono, seja interrompida no seu corpo.

Faça da sua cama um refúgio

Reserve sua cama apenas para dormir ou fazer sexo.  Trabalhar em casa — às vezes em nossas camas — apagou muitos dos limites entre o trabalho e o sono. Mas transformar seu colchão em um escritório pode condicionar seu cérebro a ver a cama como um lugar que o deixa estressado e alerta, o que pode levar à insônia.

Exercite-se

A pandemia levou as pessoas a reduzir a atividade física, mas o exercício é a maneira mais fácil de melhorar o sono. Pelo menos 29 estudos descobriram que o exercício diário, independentemente do tipo ou intensidade, ajuda as pessoas a adormecer mais rapidamente e a permanecer dormindo por mais tempo, especialmente pessoas de meia-idade ou mais velhas.  Mas uma advertência: termine o exercício pelo menos quatro horas antes de deitar, caso contrário, isso pode interferir no seu sono ao elevar a temperatura corporal.

Corte a cafeína às 14h

A cafeína tem meia-vida de seis a oito horas e um quarto de vida de cerca de 12 horas. Isso significa que se você beber café às 16h, "você ainda terá um quarto da cafeína flutuando em seu cérebro às 4h da madrugada", disse Breus. Evitar a cafeína à noite é o mínimo. Mas o ideal é evitar a cafeína após as 14h, para que seu corpo tenha tempo suficiente de metabolizá-lo e limpá-lo da maior parte do seu sistema.

Siga a regra das duas taças

Se você consome álcool, limite-se a beber o equivalente a duas taças à noite, alternando cada uma com um copo de água,  e pare pelo menos três horas antes de dormir. Como o álcool é um sedativo, algumas pessoas costumam ingeri-lo para ajudá-las a adormecer mais rápido, mas o álcool suprime o sono REM (mais profundo) e causa interrupções no repouso, o que piora a qualidade geral do sono.

Quando buscar ajuda

O surto ocasional de insônia não é motivo de preocupação. Mas se você fizer alterações em sua rotina de sono e nada parecer ajudar, talvez seja hora de consultar um médico. Um especialista em sono pode determinar se você precisa de terapia cognitivo-comportamental, medicação ou outro tratamento. Ou pode ser o caso de você ter um distúrbio do sono subjacente, como síndrome das pernas inquietas ou apneia do sono.

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Reposição hormonal na menopausa aumenta o risco de câncer de mama? - Doutor Jairo Bouer

A reposição hormonal na menopausa pode prejudicar a saúde da mama?

O uso da reposição hormonal para aliviar os sintomas da menopausa é algo fundamental para a qualidade de vida de muitas mulheres, mas é preciso que o ginecologista analise, caso a caso, quais os riscos e benefícios da terapia. Existem muitas opções de tratamento, assim como existem pacientes com diferentes perfis.

A exposição a hormônio depois dos 45 ou 50 anos de idade pode, eventualmente, aumentar o risco de câncer de mama porque o estrógeno promove a proliferação das glândulas da região. Em geral, a chamada “reposição combinada” reduz esse risco, mas, mesmo assim, é importante que o uso seja por tempo limitado, e que todos os riscos e benefícios sejam pesados na conversa entre médico e paciente, que também deve levar em conta o histórico familiar.

Veja a resposta completa:

O que fazer para evitar o câncer de mama?

Neste Outubro Rosa, mês de conscientização sobre a doença, o médico Jairo Bouer comandou uma live no TikTok sobre o tema para lembrar meninas e mulheres jovens de que nunca é cedo para começar a se cuidar. 

Até uma em cada oito mulheres deve enfrentar a doença ao longo de sua vida, e parte considerável da propensão ao câncer de mama envolve o nosso estilo de vida. Veja, a seguir, os principais fatores de risco para desenvolver tumores nessa parte do corpo:

1. Sedentarismo: o ideal é praticar no mínimo meia hora de atividade física de três a quatro vezes por semana.

2. Beber em excesso: é fundamental consumir álcool com moderação (clique aqui para saber como).

3. Cigarro: fumar aumenta o risco desse e de vários outros tipos de câncer (veja aqui dicas para abandonar o tabagismo). 

4. Obesidade: pessoas com excesso de peso são mais propensas à doença, por isso é importante buscar tratamento para mantê-lo sob controle.

5. Idade: embora o câncer de mama possa ocorrer em mulheres mais jovens, a probabilidade é maior a partir dos 40 ou 50 anos. 

Assim, o que você pode fazer no seu dia a dia para diminuir seus riscos? Ter uma dieta mais saudável, não ficar o dia inteiro sem se movimentar, praticar uma atividade física, evitar álcool em excesso e não fumar. 

Como identificar o câncer de mama?

Um dos passos mais importantes para se identificar algo de errado na mama precocemente é a mulher conhecer bem o seu corpo. Sentir algum nódulo, alterações na forma da mama ou do mamilo, pele com aparência diferente no seio, ou secreções com sangue, por exemplo, são motivos para ir ao médico.

De qualquer forma, é importante destacar que a maioria dos casos de câncer de mama não tem sintomas nas fases iniciais. A mulher só descobre algo ao fazer os exames, como a mamografia, e aí sim o médico vai investigar a alteração. Por isso é tão importante fazer o controle.

Em geral, as mulheres devem fazer a mamografia a partir dos 40 anos de idade, a não ser quando há casos de câncer de mama na família – aí o exame é indicado a partir dos 25 anos.

Veja também:

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Aquecimento global causou mais de 200 mil casos de doença renal no Brasil em 15 anos, diz estudo - Folha de S.Paulo

Já é sabido que mudanças no ambiente podem influenciar a saúde das pessoas e dos animais. A poluição do ar, água e solos contaminados, estiagem prolongada e outros fatores ambientais afetam tanto o desenvolvimento quanto questões básicas, como o consumo de água e oxigênio.

Porém, mensurar o efeito direto das mudanças climáticas sobre órgãos era algo visto quase como impossível pelos cientistas. Até agora.

Pela primeira vez, um grande estudo conseguiu identificar mais de 200 mil casos de doenças renais causados diretamente por influência da temperatura. Além disso, as variações de temperatura extremas em um mesmo dia —como noites frias e calor intenso durante o dia— podem afetar o organismo em até dois dias subsequentes.

O risco para desenvolver algum tipo de problema renal foi maior em crianças de zero a 4 anos é maior, de 3,5% para cada aumento de 1˚C de temperatura, em mulheres (1,1%) e em pessoas com mais de 80 anos (1%).

A pesquisa, a qual à Folha teve acesso, foi publicada na ediçãodeste domingo (31) da revista The Lancet Regional Health – Americas.

O estudo, conduzido com uma parceria entre a Universidade de Monash, em Melbourne, na Austrália, e o Instituto de Estudos Avançados (IEA), da Universidade de São Paulo, avaliou dados de 2.726.886 hospitalizações por algum tipo de doença renal entre os anos 2000 e 2015 em 1.816 municípios brasileiros.

O risco chamado atribuível (isto é, que ocorre de fato em um indivíduo, diferente do risco relativo calculado para uma população) de doença renal associada com aumento de temperatura foi de 7,4%, equivalente a 202.093 casos.

Para fazer a associação entre temperatura e danos nos rins, os pesquisadores avaliaram o período histórico de temperatura de cada uma das cidades e cruzaram com os registros de admissões hospitalares por doença renal no SUS (Sistema Único de Saúde).

Após analisar as séries históricas, os pesquisadores ajustaram os modelos para diferentes variáveis, como idade, sexo, renda salarial e local de residência. "Como os municípios eram avaliados com eles próprios, nós conseguimos identificar a diferença na temperatura influenciando diretamente o caso de doença renal", explica a meteorologista, pesquisadora da Faculdade de Medicina da USP e colaboradora da Universidade de Monash, Micheline Coelho.

O médico patologista e professor do IEA-USP, Paulo Saldiva, que também participou do estudo, explica como o calor afeta diretamente os rins e como o efeito é maior em crianças e mulheres. "Variações de calor podem elevar o risco de ‘descompensar’ doenças crônicas preexistentes, como diabetes, pressão arterial. Além disso, tem ação também com a regulação de transpiração, volume de água absorvido e produção de urina", diz.

"Crianças muito novas ainda não têm o sistema renal bem desenvolvido e a relação de massa superfície favorece as trocas de calor com o ambiente. Já as mulheres, especialmente as puérperas, têm maior propensão a infecções urinárias, o que, em um ambiente de desidratação por calor, pode afetar os rins."

O fato de ter incluído os 1.816 municípios que concentram quase 80% da população brasileira permite fazer um recorte adequado da chamada epidemia de doença renal crônica no país. "Esse é um dos poucos estudos em larga escala que mostra os efeitos do aquecimento global sobre as doenças renais, e só foi possível fazer porque temos a base de dados do SUS", diz Saldiva.

Isso permitiu também traçar um panorama do risco por região do país. "No Sudeste, o risco foi menor, de 0,7%, enquanto a região Norte apresentou o maior risco, de 2,2%. Isso era esperado porque a região Norte é mais quente e não só quente, é também úmida, e a umidade afeta como vamos absorver o calor no nosso corpo", afirma Coelho.

No Brasil, a doença renal crônica causa anualmente 2,4 milhões de mortes, e estima-se que mais de dez milhões de brasileiros tenham a doença, número que é possivelmente subnotificado. A prevalência de doença crônica renal nos EUA é de 110 a cada cem mil habitantes e, no Japão, 205 a cada cem mil habitantes.

Coelho já vinha pesquisando nos últimos dez anos as relações do clima e da temperatura nos humanos, área conhecida como biometeorologia. Segundo a Organização Mundial da Saúde, de 90 mil a 255 mil novas mortes por doenças crônicas poderão ser ligadas diretamente ao aumento da temperatura global até 2030 e 2050, respectivamente.

"Quando a gente faz uma série temporal de 15 anos como essa e desenvolve um modelo epidemiológico em cima, conseguimos captar a correlação daquela doença levando em consideração a variação de temperatura. Assim, é possível, a partir dessa análise, quantificar quantas mortes seriam evitadas se não houvesse a mudança de temperatura", diz.

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Sorte ajudou a evitar catástrofe da Delta - Jornal O Globo

mascaras

Detectada pela primeira vez na Índia em outubro de 2020, a variante Delta do coronavírus logo se demonstrou ser bem mais transmissível do que as anteriores. Rapidamente se sobrepôs à Alfa ,e isso levou a novas ondas de Covid-19 em muitos países, como Índia, Inglaterra, EUA e Israel.

No Brasil, os primeiros casos foram confirmados em abril de 2021, época em que poucos brasileiros tinham sido plenamente vacinados, já se sabia que a proteção para Delta é bem mais eficiente apenas após a vacinação completa.

O potencial de alta transmissibilidade da Delta, a falta de informação fidedigna sobre a prevalência dela no Brasil, a baixa cobertura vacinal plena e a pressão por flexibilização das medidas de isolamento físico pareciam ser os ingredientes necessários e suficientes para que a Delta rapidamente causasse uma nova e terrível onda de Covid no país.

Porém, o impacto devastador da Delta não se confirmou, e todos os indicadores da pandemia estão melhorando. Por que a Delta aterrissou, mas não decolou no Brasil? A resposta certa ainda não se sabe, mas existem hipóteses:

1) Diferenças biológicas entre as variantes. Pode ter ocorrido uma vantagem evolutiva da Delta menor sobre a Gama do que sobre a Alfa, tornando a velocidade de progressão da Delta menor por aqui, onde o predomínio absoluto era da Gama, e não da Alfa. Em outros países onde a presença da Gama era bem menor do que no Brasil, a briga evolutiva da Delta com a Alfa foi fácil e rapidamente vencida. Por aqui a Delta acabou vencendo, mas bem mais lentamente;

2) Influência de imunização natural. Quando a Delta chegou ao Brasil, estávamos no pico da catastrófica “onda Gama”, e é possível que, quando Delta se tornou preponderante no Brasil, uma parte relevante da população já tinha sido exposta não só à variante da primeira onda, mas também recentemente à Gama, e talvez parcialmente adquirido proteção temporária contra qualquer variante;

3) Vacinação. A vacinação avançou a partir do final de abril e, agora que Delta é a variante mais prevalente, metade de toda a população brasileira já está plenamente vacinada, incluindo adolescentes, sendo que idosos e profissionais de saúde já recebem até a dose de reforço. Ter avançado na vacinação antes do início da queda da imunidade gerada pela colossal “onda Gama” pode ter contribuído para proteger da Delta. Cabe no campo das hipóteses lembrar um possível efeito surpreendente da única vacina “diferente” usada em países onde a Delta não decolou (Brasil, Chile e Uruguai), e não utilizada nos países em que a Delta fez enormes estragos (EUA, Reino Unido e Israel), a Coronavac! Teria a “Geni das vacinas” um efeito protetor sobre a Delta maior do que se imagina, evitando reinfecções e novas infecções em pós-vacinados?

4) Manutenção das medidas não farmacológicas. Devido ao devastador impacto da “onda Gama”, comportamentos como o uso de máscaras ainda eram vigentes no Brasil no momento em que a Delta chegou, diferente de outros países que já haviam flexibilizado estas medidas achando que a “onda Alfa” seria a última;

5) Intervalo entre doses das vacinas. No Brasil adotamos (por falta de vacinas) até recentemente o intervalo longo entre doses, que hoje está comprovado ser o mais eficiente para proteger da Delta.

É provável que nenhuma hipótese citada seja suficiente e que mais de uma tenha sido necessária para explicar como a “inevitável” catástrofe da Delta foi evitada.

Apesar de que a pandemia de coronavírus ainda não acabou, e que com o vírus circulando não estamos livres de novas variantes da Delta, tudo indica que a Delta original não vai decolar por aqui, e assim um número enorme de vidas foram e serão salvas. Aparentemente, tivemos mais sorte que juízo!

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Cigarro eletrônico pode causar lesões graves no pulmão - Olhar Digital

O cigarro eletrônico é visto como uma alternativa ao uso de tabaco. No entanto, esses dispositivos não devem ser encarados como um produto inofensivo e podem causar sérias lesões no pulmão.

Em entrevista ao R7, o pneumologista Flávio Arbex, médico do ambulatório de doenças cardiorrespiratórias da Escola Paulista de Medicina da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), falou sobre o risco desses dispositivos, também conhecidos como vape.

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“A redução do cigarro comum por meio do eletrônico foi muito abordada pela própria indústria do tabaco, mas não vemos isso com bons olhos. Já existem relatos na literatura médica de pessoas jovens que ficaram com danos pulmonares agudos por causa do uso do cigarro eletrônico, inclusive com necessidade de transplante pulmonar”, afirma o especialista.

Ao contrário do que muita gente pensa, o cigarro eletrônico (ou vape) é proibido no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2019, justamente pelos danos causados por esses dispositivos à saúde. No entanto, entre os jovens, o produto virou moda.

Cigarro eletrônico virou moda

Mesmo as essências com sabores, um dos principais atrativos desses dispositivos, liberam algumas substâncias causadoras de doenças cardiovasculares. Até por conta disso, já existe uma doença chamada de lesão pulmonar associada ao cigarro eletrônico, evali na sigla em inglês.

Leia mais:

“É uma lesão aguda no pulmão. Não temos ideia do que o uso do cigarro eletrônico pode causar a longo prazo, porque é um uso relativamente recente. As pessoas acham que é uma troca simples quando deixa o cigarro convencional por esse [vape], mas não é. Pode ser que a longo prazo vejamos os danos e daqui a 30 anos estejamos pagando um preço por aceitar essa troca”, completou o médico.

Mesmo com a proibição, é fácil ver o vape sendo vendido nas redes sociais. O consumo do produto, em si, não é crime, apenas a comercialização. A Anvisa não recomenda que fumantes troquem o cigarro comum pelo eletrônico e nem que pessoas não fumantes consumam o produto.

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Pacientes sem vacinação completa são a maioria dos internados por Covid-19 em hospitais de ao menos cinco estados - Jornal O Globo

SÃO PAULO — Um levantamento realizado pelo GLOBO junto aos estados e capitais, somados ao Distrito Federal, mostrou que, em ao menos cinco estados, a cada dez hospitalizados por Covid-19, oito não haviam completado o esquema vacinal ou estavam totalmente desprotegidos. Capitais de outras três unidades da federação têm entre sete e nove pacientes sem imunização a cada dez internados.

Tendinite:  veja causas, sintomas e tratamentos

Os dados oferecidos pelos estados seguem diferentes métodos de análise: no Amazonas (onde 84,6% dos internados não tinham a imunização completa ou nem ao menos iniciada), os dados são do dia 19 de outubro. Já em Minas Gerais (85,1%), avalia-se todo o período até 26 de outubro. Na Paraíba (86,3%), também utilizam-se dados de todo o ano de 2021, assim como no Tocantins (85,7%). Já Pernambuco tem somente dados de julho (89,6%).

Há estados que registram médias ligeiramente inferiores: no Rio Grande do Norte, Maranhão, além do Distrito Federal, por volta de 60% não tinham iniciado ou concluído a vacinação.

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Impacto dos não vacinados nas redes hospitalares Foto: Levantamento O GLOBO
Impacto dos não vacinados nas redes hospitalares Foto: Levantamento O GLOBO

Entre as capitais, a que indica maior relevância da vacinação entre os hospitalizados é o Rio de Janeiro: 94% dos internados atualmente na rede do município estão sem esquema vacinal completo ou nenhuma dose do imunizante. Já em Curitiba, 91% das internações até a terceira semana do mês ocorreram entre não imunizados. Em Cuiabá, entre setembro e outubro, 76% dos internados por Covid estavam sem vacinação. Enquanto em Recife 64,2% dos internados estavam sem registro de nenhuma dose ou tinham esquema vacinal incompleto.

Sarampoveja sintomas, causas e tratamento

Nos estados sem dados que relacionem internações e imunização, hospitais de referência indicam a influência da vacinação. No Moinhos de Vento, em Porto Alegre, 35% dos internados por Covid não tinham sido vacinados, ou não informaram. E 5% só tinham tomado uma dose. Os números mais baixos de não vacinados internados, em relação a outras regiões, lembram também que, apesar da redução expressiva no número de internações e óbitos com o avanço da vacinação, o imunizante não zera o risco de hospitalização. Idade e doenças preexistentes também devem ser considerados.

— A vacina reduz a incidência de formas graves. Porém, um percentual pequeno de pacientes, especialmente com comorbidades e idosos, pode necessitar internação — diz a intensivista Juçara Gasparetto Maccari, gerente médica do Moinhos de Vento.

E ainda:  Cinco estados não têm mortes por Covid-19 nesta sexta, mostra consórcio de imprensa

Na cidade de São Paulo, o cenário é parecido: 24% dos internados não têm esquema completo, segundo a Secretaria Municipal da Saúde. Dados da Secretaria de Saúde de Campo Grande (MS) vão no mesmo sentido. Cerca de 60% dos pacientes que morreram em decorrência da Covid em setembro e outubro tinham recebido uma ou duas doses de vacina. Mas a idade da grande maioria das vítimas — 61 anos ou mais — justifica a necessidade da dose de reforço, afirma a pasta.

Embora conhecer o perfil vacinal de quem hoje ocupa os leitos de hospital tenha grande importância ao acompanhar os desdobramentos da doença, muitos estados não dispõem de informações sobre o tema em suas secretarias de Saúde. Pelo menos São Paulo, Bahia, Roraima e Rio Grande do Sul não têm base de dados que ofereça essas informações aos gestores locais. Assim como as capitais Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Rio Branco e Salvador.

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Há a justificativa de que o preenchimento de informações sobre a vacinação dos internados em sistemas informatizados do Ministério da Saúde não é obrigatório. O que leva alguns gestores de saúde a não informarem a situação dos pacientes.

— Uma das grandes dificuldades que temos é que esses dados olham para o retrovisor. Sabemos como estavam as coisas no mês passado, há 40 dias, mas não em tempo real. O que na tomada de decisão é muito ruim — diz Renato Kfouri, da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim). — Todas as informações no manejo de uma pandemia são úteis.

Procurado pela reportagem, o Ministério da Saúde afirmou que se trata de um levantamento complexo, e que um estudo nacional ainda está em elaboração.

Cenário internacional

Não é só no Brasil que o impacto dos não vacinados no sistema de saúde é grande. O Ministério da Saúde de Israel, por exemplo, divulgou a prevalência dos que não receberam as agulhadas em dados de mortes e internações no último mês de setembro. Neles, é possível observar que 75% dos mortos por Covid-19 com menos de 60 anos não foram vacinados. Além disso, o governo ainda mostra que 82% dos pacientes hospitalizados em estado grave com menos de 60 anos não foram vacinados.

Outro levantamento, feito pelo departamento de saúde da Pensilvânia, nos EUA, mostra que os não totalmente vacinados representam 95% das internações e 97% das mortes, quando estende-se a lupa entre o período de janeiro a setembro deste ano.

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Alzheimer começa em várias áreas do cérebro, não inicia em uma e se espalha - VivaBem

Uma equipe internacional de cientistas descobriu que o Alzheimer se desenvolve de uma maneira bem diferente da que se pensava. Até agora, acreditava-se que a doença surgia em um ponto único do cérebro e ia evoluindo para outras partes, numa reação em cascata. Porém, os pesquisadores liderados pela equipe da Universidade de Cambridge (Inglaterra) descobriram que, já no início, a doença afeta diferentes partes do cérebro, que não necessariamente estão conectadas.

Os resultados do estudo, publicados na revista Science Advances, abrem portas que podem ajudar os especialistas a compreenderem melhor a demência e buscar formas de tratar o problema, que ainda não possui cura —os medicamentos atuais têm como objetivo adiar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Entenda o Alzheimer e como foi feita a pesquisa

A demência ocorre devido ao acúmulo de proteínas tau e beta-amiloide no cérebro. Elas vão formando emaranhados e placas, que provocam alterações tóxicas e fazem com que os neurônios deixem de se comunicar e morram. Isso resulta em problemas como perda de memória, alterações de personalidade e dificuldade para realizar tarefas habituais.

Alzheimer - iStock - iStock

Proteínas beta-amiloide e tau formam emaranhados no cérebro que prejudicam a comunicação entre os neurônios e levam essas células à morte

Imagem: iStock

Como falamos, acreditava-se que o acúmulo dessas substâncias iniciava-se em um ponto do cérebro e os emaranhados e placas iam aumentando progressivamente, atingindo regiões vizinhas. Porém, após analisarem amostras de cérebros de pessoas com Alzheimer que morreram e avaliar resultados de tomografias cerebrais (PET) de pacientes vivos, que apresentavam tanto deficiência cognitiva leve quanto Alzheimer já desenvolvido, os pesquisadores observaram que a progressão da doença não acontece assim.

"O pensamento era de que o Alzheimer se desenvolvia de uma forma semelhante a muitos tipos de câncer: os emaranhados se formavam em uma região e depois se espalhavam pelo cérebro", afirmou Georg Meisl, pesquisador da Universidade de Cambridge e principal autor do artigo. "Mas, em vez disso, descobrimos que, quando o Alzheimer começa, já existem emaranhados em várias regiões do cérebro. Portanto, tentar impedir a propagação deles entre as regiões fará pouco para retardar a doença."

Essa foi a primeira pesquisa a usar dados humanos para rastrear o avanço da demência no cérebro —até então isso só tinha sido feito com a análise de animais. Os pesquisadores também relataram que a replicação dos emaranhados de proteína no cérebro é "lenta" e leva até cinco anos para acontecer.

"Nossos neurônios são surpreendentemente bons em impedir a formação de emaranhados, mas precisamos encontrar maneiras de torná-los ainda melhores nisso, se quisermos desenvolver um tratamento eficaz", disse David Klenerman, co-autor sênior do estudo e professor da Universidade de Cambridge.

Por que a descoberta é importante

Estima-se que o Alzheimer afete cerca de 45 milhões de pessoas em todo mundo. Como falamos, o problema até o momento não tem cura nem causas definidas —mas sabemos que idade, genética, sedentarismo, má alimentação, tabagismo e doenças como obesidade, pressão alta, diabetes aumentam o risco de desenvolver a demência.

Segundo os pesquisadores, os resultados e metodologia do estudo podem ajudar no desenvolvimento de tratamentos. Para eles, a principal descoberta é que, tanto em estágios de deficiência cognitiva leve quanto de Alzheimer já desenvolvido, tentar interromper o crescimento dos emaranhados de proteínas tau e beta-amiloide pode ser mais eficaz para controlar a doença do que tentar evitar que elas se propaguem para outras áreas do cérebro —algo que muitas pesquisas já tentaram descobrir como fazer.

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Saturday, October 30, 2021

Mesmo com fim da pandemia, Covid permanecerá e deve causar gripe grave - O Popular

Mesmo com o fim da pandemia, a Covid-19 ficará entre nós em forma de endemia. A doença vai continuar presente, mas sem um aumento significativo de casos. O Sars-CoV-2 será mais um dos vírus que causam a gripe grave. A avaliação é do cirurgião Paulo Chapchap, que liderou um grupo de médicos e especialistas em saúde pública no Todos pela Saúde, uma iniciativa do Ita...

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Banho frio é mesmo bom para a saúde? - G1

Tomar um banho frio de manhã é uma maneira bem desagradável de começar o dia. — Foto: Getty via BBC

Tomar um banho frio de manhã é uma maneira bem desagradável de começar o dia. — Foto: Getty via BBC

Tomar um banho frio de manhã é uma maneira bem desagradável de começar o dia.

Ainda assim, muita gente fica tentada a adquirir o hábito porque a imersão em água fria oferece supostamente vários benefícios para a saúde, tanto físicos quanto mentais.

Os banhos frios foram usados pela primeira vez por razões de saúde no início do século 19, quando os médicos passaram a adotá-los em hospícios e presídios para "esfriar cérebros quentes e inflamados e incutir medo para domar vontades impetuosas".

Em meados do século 19, os vitorianos perceberam que o chuveiro tinha outros usos, mais especificamente, lavar as pessoas — e seria melhor se a água fosse quente.

Assim, o chuveiro passou de um dispositivo usado para causar desconforto ​​por uma hora e meia a algo que era muito agradável e durava cerca de cinco minutos.

No entanto, a prática de tomar banho frio com o intuito de beneficiar a saúde nunca foi realmente embora e, na verdade, parece estar vivendo um ressurgimento. Especialmente no Vale do Silício. (Jack Dorsey, CEO do Twitter, já revelou em entrevista que tem o hábito de mergulhar em uma banheira de gelo).

Mas o que as evidências mostram?

Um amplo estudo realizado na Holanda mostrou que as pessoas que tomavam banho frio tinham menos probabilidade de se ausentar do trabalho devido a doenças do que aquelas que tomavam banho quente.

A água fria oferece supostamente vários benefícios para a saúde física e mental — Foto: Getty via BBC

A água fria oferece supostamente vários benefícios para a saúde física e mental — Foto: Getty via BBC

Um grupo de mais de 3 mil pessoas foi dividido em quatro e orientado a tomar banho quente todos os dias.

A um dos grupos, contudo, os pesquisadores pediram que encerrassem o banho com 30 segundos de água fria, outro com 60 segundos de água fria, e um terceiro com 90 segundos de água fria.

O grupo de controle poderia simplesmente desfrutar do banho quente.

Os participantes foram convidados a seguir este protocolo por um mês. (Embora 64% tenham continuado com o esquema da água fria porque gostaram muito.)

Após um período de acompanhamento de três meses, eles constataram que os grupos que tomaram a chuveirada gelada apresentaram uma redução de 29% nas licenças médicas autodeclaradas do trabalho.

Curiosamente, a duração da água fria não afetou as faltas por doença.

A razão pela qual um jato de água fria pode impedir as pessoas de ficarem doentes não está clara, mas algumas pesquisas sugerem que pode ter algo a ver com o fortalecimento do sistema imunológico.

Um estudo da República Tcheca mostrou que quando "homens jovens atléticos" foram imersos em água fria três vezes por semana durante seis semanas, isso ofereceu um leve estímulo ao seu sistema imunológico.

No entanto, mais estudos (e mais amplos) são necessários para confirmar estas descobertas.

A água fria também parece ativar o sistema nervoso simpático, a parte do sistema nervoso que é responsável pelas respostas de luta ou fuga (reação fisiológica automática a um evento percebido como perigoso, estressante ou assustador).

Quando ele é ativado, durante um banho frio, por exemplo, há um aumento nos níveis do hormônio conhecido como noradrenalina.

Isso é o que provavelmente causa o aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial observados quando as pessoas são imersas em água fria — e está relacionado às melhorias sugeridas para a saúde.

A imersão em água fria também demonstrou melhorar a circulação.

Quando estamos expostos à água fria, há uma diminuição do fluxo sanguíneo para a pele.

E quando a água fria para, o corpo precisa se aquecer, então há um aumento do fluxo sanguíneo para a superfície da pele.

Alguns cientistas acreditam que isso pode melhorar a circulação.

Acredita-se que a água fria esteja ligada ao fortalecimento do sistema imunológico — Foto: GETTY IMAGES via BBC

Acredita-se que a água fria esteja ligada ao fortalecimento do sistema imunológico — Foto: GETTY IMAGES via BBC

Um estudo que analisou a imersão em água fria após o exercício descobriu que, depois de quatro semanas, o vai e vem do fluxo sanguíneo para os músculos havia melhorado.

Há também algumas evidências de que o banho frio pode ajudar você a perder peso.

Um estudo mostrou que a imersão em água fria a 14℃ aumentava o metabolismo em 350%.

Metabolismo é o processo pelo qual seu corpo converte o que você come e bebe em energia, então um metabolismo mais alto equivale a mais energia queimada.

Além dos benefícios físicos, os banhos frios também podem oferecer benefícios para a saúde mental.

Há uma corrente de pensamento que acredita que a imersão em água fria gera um alerta mental maior devido ao estímulo da resposta de luta ou fuga mencionada anteriormente.

Em adultos mais velhos, a aplicação de água fria no rosto e no pescoço demonstrou melhorar a função cerebral.

O banho frio pode ajudar a aliviar ainda os sintomas de depressão.

Um mecanismo proposto é que, devido à alta densidade de receptores de frio na pele, o banho frio envie uma quantidade avassaladora de impulsos elétricos das terminações nervosas periféricas para o cérebro, que podem ter um efeito antidepressivo.

Há uma boa quantidade de evidências de que a imersão em água fria ou tomar um banho frio é bom para a saúde — mesmo que as razões ainda não sejam muito claras.

Mas antes de começar a abrir a torneira de água fria no final do banho, você deve saber que existem alguns riscos relacionados ao banho gelado.

Como um jato repentino de água fria bate no corpo, pode ser perigoso para pessoas com doenças cardíacas — isso poderia precipitar um ataque do coração ou irregularidades no ritmo cardíaco.

* Lindsay Bottoms é professora de Fisiologia do Exercício e da Saúde na Universidade de Hertfordshire, no Reino Unido.

Este artigo foi publicado originalmente no site de notícias acadêmicas The Conversation e republicado aqui sob uma licença Creative Commons. Leia aqui a versão original (em inglês).

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Banho frio é mesmo bom para a saúde? - BBC Brasil

  • Lindsay Bottoms
  • The Conversation*

Mulher com frio no banho

Crédito, Getty Images

Tomar um banho frio de manhã é uma maneira bem desagradável de começar o dia.

Ainda assim, muita gente fica tentada a adquirir o hábito porque a imersão em água fria oferece supostamente vários benefícios para a saúde, tanto físicos quanto mentais.

Os banhos frios foram usados pela primeira vez por razões de saúde no início do século 19, quando os médicos passaram a adotá-los em hospícios e presídios para "esfriar cérebros quentes e inflamados e incutir medo para domar vontades impetuosas".

Em meados do século 19, os vitorianos perceberam que o chuveiro tinha outros usos, mais especificamente, lavar as pessoas — e seria melhor se a água fosse quente.

Assim, o chuveiro passou de um dispositivo usado para causar desconforto ​​por uma hora e meia a algo que era muito agradável e durava cerca de cinco minutos.

No entanto, a prática de tomar banho frio com o intuito de beneficiar a saúde nunca foi realmente embora e, na verdade, parece estar vivendo um ressurgimento. Especialmente no Vale do Silício. (Jack Dorsey, CEO do Twitter, já revelou em entrevista que tem o hábito de mergulhar em uma banheira de gelo).

Mas o que as evidências mostram?

Um amplo estudo realizado na Holanda mostrou que as pessoas que tomavam banho frio tinham menos probabilidade de se ausentar do trabalho devido a doenças do que aquelas que tomavam banho quente.

Mão experimentando a água do chuveiro

Crédito, Getty Images

Um grupo de mais de 3 mil pessoas foi dividido em quatro e orientado a tomar banho quente todos os dias.

A um dos grupos, contudo, os pesquisadores pediram que encerrassem o banho com 30 segundos de água fria, outro com 60 segundos de água fria, e um terceiro com 90 segundos de água fria.

O grupo de controle poderia simplesmente desfrutar do banho quente.

Os participantes foram convidados a seguir este protocolo por um mês. (Embora 64% tenham continuado com o esquema da água fria porque gostaram muito.)

Após um período de acompanhamento de três meses, eles constataram que os grupos que tomaram a chuveirada gelada apresentaram uma redução de 29% nas licenças médicas autodeclaradas do trabalho.

Curiosamente, a duração da água fria não afetou as faltas por doença.

A razão pela qual um jato de água fria pode impedir as pessoas de ficarem doentes não está clara, mas algumas pesquisas sugerem que pode ter algo a ver com o fortalecimento do sistema imunológico.

Um estudo da República Tcheca mostrou que quando "homens jovens atléticos" foram imersos em água fria três vezes por semana durante seis semanas, isso ofereceu um leve estímulo ao seu sistema imunológico.

No entanto, mais estudos (e mais amplos) são necessários para confirmar estas descobertas.

A água fria também parece ativar o sistema nervoso simpático, a parte do sistema nervoso que é responsável pelas respostas de luta ou fuga (reação fisiológica automática a um evento percebido como perigoso, estressante ou assustador).

Quando ele é ativado, durante um banho frio, por exemplo, há um aumento nos níveis do hormônio conhecido como noradrenalina.

Isso é o que provavelmente causa o aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial observados quando as pessoas são imersas em água fria — e está relacionado às melhorias sugeridas para a saúde.

A imersão em água fria também demonstrou melhorar a circulação.

Quando estamos expostos à água fria, há uma diminuição do fluxo sanguíneo para a pele.

E quando a água fria para, o corpo precisa se aquecer, então há um aumento do fluxo sanguíneo para a superfície da pele.

Alguns cientistas acreditam que isso pode melhorar a circulação.

Mulher gritando enquanto toma banho de chuveiro

Crédito, Getty Images

Um estudo que analisou a imersão em água fria após o exercício descobriu que, depois de quatro semanas, o vai e vem do fluxo sanguíneo para os músculos havia melhorado.

Há também algumas evidências de que o banho frio pode ajudar você a perder peso.

Um estudo mostrou que a imersão em água fria a 14℃ aumentava o metabolismo em 350%.

Metabolismo é o processo pelo qual seu corpo converte o que você come e bebe em energia, então um metabolismo mais alto equivale a mais energia queimada.

Além dos benefícios físicos, os banhos frios também podem oferecer benefícios para a saúde mental.

Há uma corrente de pensamento que acredita que a imersão em água fria gera um alerta mental maior devido ao estímulo da resposta de luta ou fuga mencionada anteriormente.

Em adultos mais velhos, a aplicação de água fria no rosto e no pescoço demonstrou melhorar a função cerebral.

O banho frio pode ajudar a aliviar ainda os sintomas de depressão.

Um mecanismo proposto é que, devido à alta densidade de receptores de frio na pele, o banho frio envie uma quantidade avassaladora de impulsos elétricos das terminações nervosas periféricas para o cérebro, que podem ter um efeito antidepressivo.

Há uma boa quantidade de evidências de que a imersão em água fria ou tomar um banho frio é bom para a saúde — mesmo que as razões ainda não sejam muito claras.

Mas antes de começar a abrir a torneira de água fria no final do banho, você deve saber que existem alguns riscos relacionados ao banho gelado.

Como um jato repentino de água fria bate no corpo, pode ser perigoso para pessoas com doenças cardíacas — isso poderia precipitar um ataque do coração ou irregularidades no ritmo cardíaco.

* Lindsay Bottoms é professora de Fisiologia do Exercício e da Saúde na Universidade de Hertfordshire, no Reino Unido.

Este artigo foi publicado originalmente no site de notícias acadêmicas The Conversation e republicado aqui sob uma licença Creative Commons. Leia aqui a versão original (em inglês).

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